Edifícios da Reitoria, Letras e Direito da ULisboa classificados como Monumento Nacional

O Governo aprovou hoje a classificação do conjunto da Universidade de Lisboa que integra a reitoria e as faculdades de Direito e de Letras, incluindo o seu património móvel, como Monumento Nacional. De acordo com o comunicado do conselho de ministros, “foi aprovado o decreto que classifica como conjunto de interesse nacional, sendo-lhe atribuída a…
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O Governo aprovou hoje a classificação do conjunto da Universidade de Lisboa que integra a reitoria e as faculdades de Direito e de Letras, incluindo o seu património móvel, como Monumento Nacional.
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O Governo aprovou hoje a classificação do conjunto da Universidade de Lisboa que integra a reitoria e as faculdades de Direito e de Letras, incluindo o seu património móvel, como Monumento Nacional.

De acordo com o comunicado do conselho de ministros, “foi aprovado o decreto que classifica como conjunto de interesse nacional, sendo-lhe atribuída a designação de ‘monumento nacional’, o conjunto constituído pelos edifícios da Reitoria, da Faculdade de Direito e da Faculdade de Letras da Universidade de Lisboa, incluindo o património móvel integrado”.

Esta proposta de classificação foi apresentada à tutela no final do ano passado pela Direção-Geral do Património Cultural (DGPC), que pretendia também a fixação desse conjunto da Universidade de Lisboa e da Torre do Tombo como zona especial de proteção.

Um anúncio assinado pelo diretor-geral do Património Cultural, João Carlos dos Santos, publicado a 27 de outubro do ano passado em Diário da República, dava então conta deste projeto de decisão, na sequência de uma proposta da Secção do Património Arquitetónico e Arqueológico do Conselho Nacional de Cultura, apresentada em setembro.

O conjunto agora classificado foi projetado pelo arquiteto Porfírio Pardal Monteiro para a Cidade Universitária e terminado pelo seu sobrinho António Pardal Monteiro.

Trata-se de uma estrutura edificada que se ergue no topo da Alameda da Universidade e se enquadra “num gosto ‘monumentalizante’ veiculado pelo Estado Novo, incorporando elementos de inspiração clássica como pórticos com colunatas”, segundo a descrição feita no ‘site’ da Universidade de Lisboa.

Ao longo do tempo foram feitas alterações de adaptação do espaço interior às necessidades dos serviços e foram integradas obras de arte “conformes ao espírito de glorificação” desejado, para “sublinhar o desígnio de grandiloquência e de ‘casa do Saber’” da sede da universidade, como se lê na página da instituição.

Estas obras consistem em gravuras incisas, azulejos geométricos na fachada, painéis de mosaico, vitrais, um painel cerâmico, pintura lacada na porta da Aula Magna, motivos decorativos na escadaria, pintura mural e tapeçaria.

Para além disso, foi desenvolvido um programa de arquitetura de interiores, incluindo mobiliário, nas salas nobres, concretamente o gabinete e sala de estar do reitor, o salão nobre, a aula magna, a sala do senado e sala oval.

A página da universidade destaca ainda a sala da capela e o respetivo altar.

Mosteiro de Seiça na Figueira da Foz reclassificado como monumento nacional

O Governo reclassificou hoje à categoria de monumento nacional o Mosteiro de Santa Maria de Seiça, na Figueira da Foz, que teve origem na fundação da nacionalidade e que se encontra em obras de requalificação.

“O imóvel encontra-se referenciado desde 1162, doado por D. Sancho I à Abadia de Santa Maria de Alcobaça, sendo de inegável valor histórico e patrimonial”, referiu o Conselho de Ministros de hoje.

Em declarações à agência Lusa, o presidente da Câmara da Figueira da Foz (Coimbra), Pedro Santana Lopes, manifestou um “grande orgulho” pela reclassificação do imóvel, cujo edificado atual remonta aos séculos XVI e XVIII.

O autarca, eleito pelo movimento Figueira a Primeira, salientou que iniciou a classificação do mosteiro em 1999, como secretário de Estado da Cultura, e que o adquiriu, em 2001, enquanto presidente da autarquia figueirense, na sua primeira passagem [1997-2001] pelo executivo.

“É com grande orgulho que faço a obra e é reclassificado monumento nacional, outra vez como presidente da Câmara da Figueira da Foz”, sublinhou.

Os trabalhos de consolidação da fachada monumental da igreja, em ruínas, e reabilitação do edifício monástico adjacente foram consignados em dezembro de 2021 por 2,7 milhões de euros.

A intervenção é comparticipada em 85% pelo programa Portugal 2020 e um prazo de execução até dezembro de 2023, que deverá ser estendido devido ao facto de as obras terem estado paradas mais de dois meses devido a trabalhos de arqueologia.

O mosteiro, localizado num vale da freguesia de Paião, no sul do concelho da Figueira da Foz, junto à linha ferroviária do Oeste e ribeira de Seiça, teve origem na fundação da nacionalidade, embora o conjunto edificado atual seja dos séculos XVI e XVIII.

Com a extinção das ordens religiosas no século XIX, o mosteiro de Seiça foi vendido a privados. No início do século XX até 1976 foi ali instalada uma fábrica de descasque de arroz, cujos vestígios foram analisados por uma equipa de arqueologia.

A intervenção de que é alvo tem por “objetivo a recuperação e reutilização deste monumento nacional de elevado valor patrimonial e cultural, devolvendo a sua identidade à população e ao visitante, permitindo a fruição deste espaço, e o desenvolvimento da cultura e do conhecimento histórico, através da sua preservação e sustentabilidade futura”.

O Mosteiro de Seiça estava classificado desde 2002 como imóvel de Interesse Público.

Lusa

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