O enorme potencial oferecido pelas tecnologias continua ainda pouco explorado, pelo que se espera que a chamada economia Eco-digital, suportadas pelas tecnologias digitais e pela sustentabilidade, duplique até 2028, atingindo nesta altura os 33 biliões de dólares (cerca de 30 biliões de euros). Esta é uma das conclusões do estudo “The Eco-Digital Era: The dual transition to a sustainable and digital economy”, desenvolvido pelo Research Institute da Capgemini em parceria com o Digital Value Lab do Digital Data and Design Institute, da Universidade de Harvard. Para os responsáveis deste estudo, ao longo dos últimos cinco anos, a adoção das tecnologias digitais permitiu às empresas reduzirem o seu consumo de energia em quase um quarto e as suas emissões de gases com efeito de estufa em 21%. Ou seja, a adoção de tecnologias digitais irá impulsionar o crescimento económico tendo a sustentabilidade como principal prioridade, num contexto de transição para esta nova era de economia Eco-Digital.
Este research revela ainda que quase oito em cada 10 empresas estão a fazer uma dupla transição para um mundo mais digital e sustentável, mas que apenas aproveitaram cerca de 25% do vasto potencial oferecido pelas principais tecnologias.
Retorno do investimento será maior em 2028
O estudo revela ainda que nos próximos cinco anos, o investimento em transformação digital deverá proporcionar um maior retorno do investimento, passando dos atuais 4% para 14% em 2028. Esta transformação passará pela expansão das principais tecnologias, pela implementação de medidas de cibersegurança, pela requalificação da força de trabalho, e ainda pela automatização dos processos empresariais.
Segundo este estudo, 48% das empresas inquiridas estão na fase de planeamento ou a desenvolver ativamente estratégias para aproveitarem o potencial oferecidos pelas tecnologias emergentes, como o edge computing e a IA Generativa. As empresas consideram que serão as principais tecnologias, nomeadamente a análise de dados e a cloud em larga escala, que lhes irão proporcionar os ganhos mais significativos nos próximos cinco anos.
Mais colaborativa e orientada para plataformas, a nova era Eco-Digital faz emergir novos modelos de negócio e novas fontes de receita, melhorando os níveis de rentabilidade graças à utilização dos dados, da tecnologia cloud, dos ecossistemas colaborativos e dos produtos e serviços conectados. De acordo com este estudo, sete em cada 10 empresas concordam que os modelos de negócio alicerçados nas tecnologias digitais serão um fator chave para assegurar o crescimento das receitas nos próximos três a cinco anos. Além disso, 60% dos inquiridos esperam que estes modelos venham a gerar mais receitas do que os provenientes dos modelos de negócio tradicionais.
Este estudo concluiu ainda que as tecnologias digitais permitiram que empresas reduzissem 24% do seu consumo de energia e que quase 40% dos trabalhadores em todo o mundo deverão estar alocados a iniciativas digitais nos próximos três a cinco anos.
“A economia Eco-Digital é diferente das anteriores, e as empresas ainda só aproveitaram uma pequena fração do potencial total oferecido pelas principais tecnologias, como a cloud, a IA e a automação”, afirma Fernando Alvarez, chief strategy and development officer e executive board member do Grupo Capgemini.“Graças às tecnologias digitais as empresas poderão melhorar os níveis de eficiência das suas principais atividades, e fazerem os investimentos necessários para concretizarem esta dupla transição. Estamos no alvorecer de uma nova era de transformação e ainda só aflorámos muito parcialmente o vasto potencial do impacto positivo que as tecnologias digitais nos podem proporcionar numa perspetiva económica, ambiental e social”, reforça a propósito.