O mar representa atualmente a terceira maior área económica em Portugal, cerca de 5% do produto interno bruto (PIB) e das exportações, número que deverá subir 40% no peso da economia nacional até 2030, segundo o Governo.
“A Economia do Mar é, hoje, a terceira maior área económica em Portugal, ultrapassada apenas pela saúde e pela educação. Este tecido económico, que compreende quer as indústrias tradicionais quer os novos setores como a biotecnologia ou a aquacultura, já representa cerca de 5% do PIB e das exportações, bem como 4% do emprego nacional, ultrapassando, ao contrário do que muitos pensam, produtos como o vinho, a cortiça ou a agropecuária”, revelou hoje o ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho.
Entre África e União Europeia, a economia azul gerou, por ano, nos últimos anos, cerca de mais de um bilião de euros, empregando cerca de 50 milhões de pessoas.
Estes números, são “mais do triplo do que no continente europeu [1,5% do PIB]” e objetivo será que a economia do mar “contribua em cerca de 7% do PIB e 5% do emprego nacional até 2030”, adiantou o governante, que falava na sessão de encerramento do II Sustainable Blue Economy Investment Fórum (SBEIF), no Estoril.
O encontro reuniu mais de 30 oradores de todo o mundo, mais de 460 empresas e investidores e um universo de mais de 500 participantes inscritos, de quase 60 países.
Financiamento, governança e cooperação
Na sua intervenção, o chefe da diplomacia portuguesa defendeu que uma “economia azul, sustentável e inclusiva” só pode ser alcançada com base em três pilares: financiamento, governança e cooperação.
Quanto ao financiamento, Gomes Cravinho deu o exemplo do acordo com Cabo Verde, que permitiu redirecionar a dívida daquele país africano para um fundo climático a ser criado pelo governo cabo-verdiano, uma iniciativa que o executivo português está disposto a alargar a outros parceiros, nomeadamente outros membros da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
Sobre a governação, destacou o Tratado do Alto Mar, recentemente assinado, “um instrumento crítico e juridicamente vinculativo”, e que mostra que “a comunidade internacional pode unir-se e encontrar novos modelos de governação que coloquem o oceano e o planeta no centro de forma abrangente e inclusiva”.
O ministro disse que Portugal vai aprovar rapidamente o tratado, a nível interno, e apelou aos parceiros “para que também o façam”.
“Este esforço conjunto África-Europa é um excelente modelo do que podemos e devemos fazer juntos em todos os continentes”, comentou Gomes Cravinho.
Gomes Cravinho defendeu “um elevado nível de cooperação”, dando o exemplo do Grupo de Estratégia África-Europa sobre Governação dos Oceanos e Economia Azul.
Entre África e União Europeia, a economia azul gerou, por ano, nos últimos anos, cerca de mais de um bilião de euros, empregando cerca de 50 milhões de pessoas.
Lusa