“Um erro completo”: foi desta forma que José Manuel Durão Barroso, chairman do EuroAmericas Forum e antigo presidente da Comissão Europeia, definiu a ideia que tem sido incutida na Europa de que não há necessidade de crescimento económico.
A reflexão foi deixada pelo antigo primeiro-ministro português no EuroAmericas Forum 2025 que decorre esta segunda-feira na Nova SBE, em Carcavelos, sob o mote da longevidade como o futuro no espaço atlântico.
“Na Europa não faltam estudos, o que falta mesmo é a execução e uma mentalidade para o crescimento. Na Europa há uma ideologia de que não há necessidade de crescimento, devido aos desequilíbrios ecológicos. É um erro completo pensar assim”, começou por referir.
E deu o exemplo do país anfitrião do EuroAmericas: “Portugal, por exemplo, tem uma esperança média de vida maior do que nos EUA, assim como a mortalidade infantil é mais baixa. No desenvolvimento social, os EUA não estão ao nível europeu. Se a Europa não crescer, não é possível manter estes níveis sociais. E aqui também entra a longevidade e a importância de valorizar os nossos seniores”.
E nesta equação, como fica a relação com os EUA? Para Durão Barroso, os sinais não são os mais favoráveis mas “é do nosso interesse envolvermo-nos e cooperarmos com esta grande nação. Isso não quer dizer que tenhamos que seguir todas as posições defendidas por este país”.
Como Paulo Rangel viria também a enfatizar na sua intervenção, Durão Barroso mencionou também a “grande cumplicidade da Europa com o Canadá” defendendo que “o acordo comercial foi ótimo para os europeus e tem sido um sucesso para as exportações”. Em oposição, o acordo Mercosul “continua a ser travado, o que não tem qualquer justificação e há uma ideia errada de que seja mau para os nossos produtores. Não estamos a favor do protecionismo, queremos dar amplitude à relação transatlântica”.





