Duas adegas portugueses distinguidas no panorama mundial pela procura de práticas respeitadoras do ambiente

A Robert Parker Wine Advocate criou um projeto, o Green Emblem, que pretende dar reconhecimento a adegas selecionadas, que tenham demonstrado levar a cabo “esforços extraordinários” na procura de práticas respeitadoras do ambiente. “Com a crescente procura, por parte desses consumidores apaixonados, por vinhos que são elaborados de forma mais sustentável, a nossa iniciativa Green…
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Peritos da Robert Parker Wine Advocate selecionaram 16 adegas pela sua abordagem sustentável da atividade vitivinícola, as quais se juntam às 24 reconhecidas na lista inaugural. Há duas portuguesas.
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A Robert Parker Wine Advocate criou um projeto, o Green Emblem, que pretende dar reconhecimento a adegas selecionadas, que tenham demonstrado levar a cabo “esforços extraordinários” na procura de práticas respeitadoras do ambiente.

“Com a crescente procura, por parte desses consumidores apaixonados, por vinhos que são elaborados de forma mais sustentável, a nossa iniciativa Green Emblem tem por objetivo destacar os vitivinicultores que deram mostras dos seus esforços extraordinários para levar a cabo uma viticultura mais amiga do ambiente, face aos desafios climáticos que nos envolvem. A ambição da nossa abordagem é amplificar e destacar as práticas sustentáveis nas adegas, colocando-as no centro das atenções”, explica Joe Czerwinski, Diretor Editorial da Robert Parker Wine Advocate, que faz parte do grupo de empresas da Michelin.

Robert Parker Green Emblem

Para qualificar-se para o prémio Green Emblem, uma adega pode, ou não, estar certificada como orgânica e/ou biodinâmica.

A Robert Parker Wine Advocate refere que, para além da certificação, “o produtor necessita de ser um destacado defensor da sustentabilidade, que se preocupa, no longo prazo, com a proteção do meio ambiente e da biodiversidade”.

A cada ano, os inspetores especializados da Robert Parker Wine Advocate nomeiam novos candidatos das suas regiões que são merecedores do Robert Parker Green Emblem.

Uma vez que uma adega seja reconhecida, todos os seus vinhos ostentam, a partir de então, o Robert Parker Green Emblem, até que eventuais alterações na adega possam resultar na rescisão do reconhecimento.

De Portugal, Espanha, França ou Itália

As adegas reconhecidas deste ano impressionaram os especialistas da Robert Parker Wine Advocate pela “amplitude, magnitude e profundidade das práticas sustentáveis que se desenvolvem e destacam nos seus campos”.

Foram eleitas 16 novas adegas, situadas em 7 países, com a Robert Parker Wine Advocate a destacar a Château Maris, em Languedoc, França. Isto porque é a primeira adega com certificado B-Corp da Europa e uma das 26 em todo o mundo.

Francesa Château Maris

A edificação é construída em “cânhamo” à base de plantas, e é energeticamente autossuficiente, biodegradável e negativa em carbono.

Em Itália estão a Avignonesi, na Toscana, que implementou múltiplos protocolos de conservação; a E. Pira & Figli – Chiara Boschis, em Barolo, propôs-se fazer o Cannubi MGA completamente orgânico e certificado; e Arianna Occhipinti, a jovem humanista com adega homónima, que apresentou a sua própria visão da viticultura orgânica, biodinâmica e sustentável.

Os inspetores da Robert Parker Wine Advocate também atribuíram o Green Emblem a duas adegas portuguesas e a uma espanhola (a Recaredo, produtor de vinho espumante, nas margens do rio Bitlles, no Alto Penedés).

Espanhola Recaredo

As duas adegas portugueses distinguidas

Em Portugal, o destaque foi para a Herdade do Esporão, no Alentejo, dirigida por João Roquette, contando com um total de mais de 778 hectares, dos quais 673 ocupados por videiras, quase todas orgânicas certificadas.

“No conjunto das suas propriedades são levadas a cabo iniciativas sustentáveis sobre o uso da água, a utilização da energia, as embalagens ou a mão de obra local”, aponta a Robert Parker Wine Advocate.

José Roquette

Julia Kemper Wines, na região do Dão, também esteve em relevo nestes prémios. “Foi em 2003 que Julia Kemper tomou a seu cargo a Quinta do Cruzeiro, que tinha sido propriedade da sua família durante séculos. Desde a sua chegada, Julia Kemper quis reconverter e reestruturar a Quinta por ‘respeito às pessoas e ao planeta Terra’, e consultou especialistas franceses para levar a cabo um estudo exaustivo dos solos e climas dos seus vinhedos, para adaptar-se às preocupações biológicas do século XXI”, contextualizada a Robert Parker Wine Advocate.

Deste modo, “foram implementados pequenos detalhes a todos os níveis, de pilhas de compostagem a casas de pássaros, passando pela gestão de águas residuais, até que, em 2008, chegou a primeira colheita. Desde então, toda a produção é orgânica certificada, e a Quinta é biodinâmica, embora não esteja certificada como tal”, concluem a sua análise estes especialistas.

Lista de 40 adegas com o Robert Parker Green Emblem: 16 são entradas novas

Austrália (2)Cullen Wines
 Henschke
Áustria (2)HM Lang (nova)
Weingut Ernst Triebaumer
França (12)Champagne Larmandier-Bernier
Château Cheval Blanc (nova)
 Château Maris (nova)
 Château Pontet-Canet
 Domaine Bruno Lorenzon
 Domaine Ganevat (nova)
 Domaine Leroy & Domaine d’Auvenay
 Domaine Vincent Dancer (nova)
 Domaine Valentin Zusslin
 Felix et Gabin Richoux
 Gerard Bertrand
 Louis Roederer
Alemanha (1)Weingut Odinstal
Itália (6)Alois Lageder
Arianna Occhipinti (nova)
 Avignonesi (nova)
 E. Pira e Figli – Chiara (nova)
 Salcheto
 Tasca d’Almerita
Nova Zelândia (1)Millton Vineyards & Winery
Portugal (2)Herdade do Esporão (nova)
Julia Kemper (nova)
África doo Sul (3)Backsberg Estate (nova)
Reyneke
 Sadie Family Wines
Espanha (2)Recaredo (nova)
Descendientes de J. Palacios
Estados Unidos da América (9)Brick House (nova)
The Eyrie Vineyards
 Hedges Family Estate (nova)
 Horsepower Vineyards
 Littorai Wines
 Raen Winery (nova)
 Ridge Vineyards
 Spottswoode Estate
 Tablas Creek (nova)

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