Na passada sexta-feira, os New European Bauhaus Prizes regressaram para a edição de 2024. Num evento que contou com diversos países e a presença das comissárias Elisa Ferreira e Iliana Ivanova, dois projetos portugueses ficaram em destaque.
Os prémios são entregues com base em quatro categorias: reconexão com a natureza, recuperação do sentimento de pertença, priorizar os locais e as pessoas que mais precisam, dar forma a um ecossistema industrial circular e apoiar o conceito de ciclo de vida. Dentro das categorias, duas competições estiveram a decorrer: ‘Champions’, dedicado a projetos existentes e concluídos com resultados claros e positivos; ‘Rising Stars’, dedicado a conceitos, que podem estar em qualquer nível de desenvolvimento, apresentados por jovens talentos com idade igual ou inferior a 30 anos.
“Pelo quarto ano, inspiramo-nos na criatividade e no entusiasmo com que as comunidades locais, os projetos e os conceitos abraçam a sustentabilidade, a inclusão e a beleza para melhorar os estilos de vida e os espaços habitacionais”, afirmou a comissária portuguesa durante o evento.
Receberam um prémio monetário os candidatos que terminaram a entrega de prémios em primeiro ou segundo lugar. Os valores variam entre os 10 mil euros e os 30 mil euros. “Além do montante monetário, cada vencedor e segundo classificado beneficiará de um pacote de comunicação fornecido pela Comissão Europeia para os ajudar a promover e desenvolver os seus projetos e conceitos”, avança a organização.
Dois projetos portugueses subiram ao palco
Hydroscape Lisbon (segundo lugar nos rising stars da primeira categoria) e Urban_MYCOskin (vencedor no rising stars da quarta categoria) foram os dois projetos portugueses que subiram ao palco.
A Forbes Portugal falou com Ilia Voulgari, responsável pelo primeiro projeto, que apesar de não ser portuguesa tem o Rio Tejo como centro da Hydroscape Lisbon.
“O meu projeto foca-se em reconectar com a natureza e reconectar a Lisboa com o rio Tejo. Que é uma relação que tem sido separada pela linha de comboio e as estradas durante vários séculos. A ideia é criar um parque urbano de 40 quilómetros ao longo da costa de Lisboa aberto a todos. Ao mesmo tempo coletar as águas residuais da cidade, tratá-la e usá-la no parque. As pessoas ficam mais próximas do rio, dos processos da água e a água da cidade também é usada. No fim, a proposta passa também pela forma como podemos usar a água numa casa de banho pública”, explica Ilia.
Questionada sobre a sua opinião em relação ao tema da sustentabilidade em Lisboa, Ilia respondeu: “Eu acho que ninguém está longe, é só uma forma de pensar, eu acho. Se realmente entendermos como desenvolver este tipo de projetos, percebemos que não estamos longe. E se tomarmos as atitudes certas, podemos conseguir coisas incríveis. Não estamos longe, se tentarmos não estamos longe”.
A grande novidade de 2024 foi a presença da Ucrânia. Pela primeira vez foram aceites candidaturas do país, além dos Estados membros da União Europeia. De forma a reconhecer os esforços na região, invadida pela Rússia, foi entregue o prémio ‘Special Recognition to Ukraine’s Reconstruction and Recovery Effort’. Nad Dzherelom foi o projeto vencedor. Em segundo lugar: Leo States.
Sobre a Ucrânia, Elisa Ferreira deixou um desejo: “O meu desejo é que em breve vocês vençam a guerra”.