Stego, o pseudónimo artístico de Rodrigo Carmo, é um músico e produtor português com um percurso musical internacionalmente reconhecido. Impulsionado pela sua paixão de criar sons únicos e pela busca incessante por uma expressão artística autêntica, Stego aprimorou as suas habilidades artísticas e conseguiu desenvolver um estilo distintivo que o coloca como uma figura proeminente na cena musical portuguesa.
Como compositor e produtor, Stego teve a oportunidade de colaborar com artistas renomados como Blaya, Virgul, Anitta, Madonna, entre outros, tendo sido reconhecido pelo seu trabalho com inúmeros discos de platina. Foi ainda nomeado para um Grammy Latino, em 2020, como um dos produtores das músicas da cantora espanhola Alba Recha. Stego tem, também, o seu próprio estúdio, o STUH 86.
À Forbes, Stego conta-nos como tudo começou, os desafios que enfrentou, as inspirações que mais moldaram a sua carreira, e como aprende com os seus próprios erros.
Stego, és um produtor reconhecido em Portugal, e para lá das nossas fronteiras, e foste nomeado para um dos prémios mais cobiçados do mundo: um Grammy. Mas como é que tudo começou? Sempre tiveste um fascínio por música?
Stego (S): É engraçado porque na verdade eu era atleta de alta competição, integrado na Seleção Portuguesa de Natação. A minha infância acabou por ser muito natação e muita escola. Foi quando eu tinha, salvo erro, 15 anos, que aprendi a tocar bateria com um amigo meu e que comecei a ficar fascinado por música. Acabei por ‘puxar’ o meu irmão para tocar instrumentos e começámos a formar uma banda. Tínhamos de gravar as nossas músicas e foi aí que fui aprendendo a usar um microfone, etc.
É engraçado porque na verdade eu era atleta de alta competição, integrado na Seleção Portuguesa de Natação.
S: Ainda novo, no ensino secundário, comecei a interessar-me por música eletrónica e a ser DJ. Fiz parte de uma dupla de DJs e tocava nas festas da escola e noutros eventos organizados pelos alunos. A meio do liceu decidi que queria fazer música para o resto da minha vida.
Uma decisão que não deve ter sido muito fácil: a de mudar de uma carreira já quase garantida como atleta da Seleção Portuguesa, para uma carreira talvez mais incerta em música…
S: Sim, no início foi difícil decidir que não ia para a faculdade e que ia, em vez, começar logo a trabalhar. Até com a minha família foi um momento muito complicado. A natação estava a correr-me muito bem e estava a entrar numa fase mais profissional do desporto. Foi um período de mudança grande, sem dúvida. Foi nessa altura que comecei a trabalhar com o DJ Rizzo e começámos a fazer música juntos, para ele. Um dia, quando soube que ele ia a um estúdio gravar as vozes para um projeto, pedi-lhe para ir com ele. Combinámos uma hora e eu, com o meu entusiasmo todo, apareci no lugar marcado com duas horas de antecedência. Nunca tinha estado num estúdio!
E foi aí que conheceste o Presidente e produtor da RedMojo (antiga produtora musical portuguesa)?
S: Exatamente. Foi aí que conheci o Emerson Ferreira. Acabei por trabalhar com ele durante sete anos e criámos uma equipa muito sólida. Erámos entre seis e sete produtores e viajávamos um pouco por todo o lado. Chegámos a ir à India, a Espanha, à Alemanha, etc. Trabalhávamos com muitos artistas nacionais e internacionais. Eu juntei-me à RedMojo logo no início dela.
Erámos entre seis e sete produtores e viajávamos um pouco por todo o lado. Chegámos a ir à India, a Espanha, à Alemanha, etc.
S: Nessa minha primeira visita ao estúdio, com o DJ Rizzo, lembro-me de ver a Carolina Deslandes e de ficar chocado. Nunca tinha estado ao pé de um artista na vida real. Claro que estive sempre calado. A sala estava cheia. Se bem me lembro, era uma listening session do primeiro álbum da Carolina. No final da sessão da gravação de vozes, o Emerson veio falar comigo e pediu-me para eu lhe mostrar alguns dos meus trabalhos. Nessa mesma noite recebi um telefonema dele em que me convidou a juntar-me à equipa.
Nessa minha primeira visita ao estúdio, com o DJ Rizzo, lembro-me de ver a Carolina Deslandes e de ficar chocado. Nunca tinha estado ao pé de um artista na vida real.
O que acabou por ser um ponto de viragem na tua vida. Tudo mudou num dia?
S: Sim, um ponto de viragem que foi decisivo. Foi ótimo para mim. Nunca tinha gravado nenhum artista e, passado dois dias, já estava a trabalhar com o Virgul, dos Da Weasel, que na altura estava a começar o seu primeiro projeto a solo. Foi o Emerson que me pediu para fazer uma sessão com ele. Tudo isto já na vertente de produtor musical. Antes já tinha feito beats, mas nunca tinha gravado ‘à seria’ com ninguém. Aliás, foi ‘a força’ de ter de gravar que me ensinou a gravar.
Nunca tinha gravado nenhum artista e, passado dois dias, já estava a trabalhar com o Virgul, dos Da Weasel, que na altura estava a começar o seu primeiro projeto a solo.
S: E depois foram sempre semanas e semanas assim. Artistas uns atrás dos outros. Também tive de produzir uma música da April Ivy, que foi a minha primeira música Pop e a minha primeira música a tocar na rádio!
Começaste logo pela porta de cima, por assim dizer.
S: Sim, e a partir daí comecei a ver abertura naquilo que podia começar a fazer. A conhecer pessoas internacionais, também. O Emerson sempre foi muito visionário no querer trazer pessoas de fora para Portugal, para a indústria. Instaurou em nós, produtores da RedMojo, uma capacidade enorme de agarrar oportunidades e de nos conectarmos com pessoas de todo o lado.
Instaurou em nós, produtores da RedMojo, uma capacidade enorme de agarrar oportunidades e de nos conectarmos com pessoas em todo o lado.
S: A RedMojo acabou por assinar um contrato com a Sony Music Group, em Espanha, e começámos a viajar muito para lá. Conseguimos, inclusive, ganhar ‘nome’ em Madrid. Lembro-me de trabalhar muito com a Lola Índigo, que hoje em dia é um nome gigante em Espanha. Foi uma fase da minha vida em que ia sair à noite e ouvia músicas, produzidas por nós, três vezes numa só noite. Uma música nossa que foi platina triplo. Foi um sentimento muito gratificante.
Foi uma fase da minha vida em que ia sair à noite e ouvia músicas, produzidas por nós, três vezes numa só noite.
E, apesar da RedMojo já não existir, continuam a trabalhar juntos? Tu, o Emerson, e os outros produtores?
S: Para além de fazermos várias parcerias juntos, somos mesmo amigos. Falamos quase todos os dias. Com a pandemia a equipa acabou por se dispersar e tomámos a decisão de terminar o projeto RedMojo.
A pandemia afetou muito o teu trabalho?
S: Muito. Na altura foi complicado, especialmente com os confinamentos. Eu vivia noutra casa e tive de voltar a mudar-me para casa da minha Mãe. Não tinha estúdio para onde ir trabalhar – por norma costumava trabalhar no estúdio da RedMojo. Às vezes ia para lá sozinho, mas rapidamente tornou-se-me evidente que precisava de um estúdio em casa. Quando a RedMojo acabou, eu fui o último a sair.
Foi nessa altura que decidiste criar o teu próprio estúdio, então?
S: Foi. Tive de o fazer. Comprei o material necessário e transformei uma sala que tinha em casa num estúdio. Sinto que ainda não está tão profissional como queria, mas é um espaço chill e os artistas gostam de cá vir. Tem um ambiente privado, estamos numa zona mais do género ‘aldeia’, por assim dizer, e podemos sempre ir almoçar num restaurante aqui mesmo ao lado, por exemplo. Claro que o ser num sítio mais remoto tem as suas desvantagens: acabo por trabalhar sozinho várias vezes por estar pouco central.
E passas por períodos de mais (ou menos) frustração, onde te falta criatividade?
S: Sim, passo por vários períodos até, mas a criatividade é mesmo assim. Uma onda hardcore. Existem alturas em que estamos sempre inseguros e depois alturas em que nos sentimos no topo do mundo. Com imensa confiança. É engraçado porque tudo pode mudar num único dia.
Claro! Disseste que querias fazer música quando tinhas 15 anos, mas nem sempre foi na vertente de produtor musical, ou foi?
S: Nem sempre, não. Aos 15 anos foi quando me decidi pela música. Não sabia que queria ser produtor. Foi quando comecei a tocar vários instrumentos que me apercebi que queria fazer músicas para outros. Dá-me mais prazer estar no estúdio. Eu sabia que não gostava tanto de tocar em público, como DJ, nunca foi muito a minha paixão. Apesar de, curiosamente, há dois anos, ter tentado fazer um projeto de artista a solo. Fui para o palco tocar e cantar, mas não adorei a sensação. Prefiro o behind the scenes.
Foi quando comecei a tocar vários instrumentos que me apercebi que queria fazer músicas para outros. Dá-me mais prazer estar no estúdio. Prefiro o behind the scenes.
S: Não quer isto dizer que não vá para o palco numa outra fase da minha vida e carreira. Mas, em princípio, não como artista principal – a não ser que seja música eletrónica, em que não tenho de estar tanto na ‘linha da frente’.
Tens mesmo uma preferência por estar no estúdio, é? É porque conheces mais pessoas e com mais ‘variedade’?
S: Sim, muito mais. Gosto mais de estar no estúdio do que ir para a estrada. E sim, é desta forma que conheço mais pessoas também. Um artista e o produto dele, que acaba por ser o próprio, claro. O que a mim mais me interessa é mesmo fazer música. Adoro viajar pelo mundo para produzir e sou viciado em boa música.
E já experimentaste vários estilos diferentes de música.
S: Imensos, sim. Já fiz reggaeton em Espanha, fiz música indiana, música só ‘à guitarra’, etc. E estou sempre a tentar descobrir o meu próprio som. Nunca estou contente, é infinita esta procura. Nunca estive 100% contente com as coisas que estava a fazer e penso que nunca vou estar. Acho que nunca vou sentir que uma música minha esteja perfeita.
Tens um lado ambicioso de constante auto-improvement?
S: Completamente. Mas também aprendi a não ‘mastigar’ uma música. No início lembro-me de me sentir preso em certas músicas e de nunca me sentir contente. Quando se ‘mastiga’ muito uma música, acabamos por ‘engolir’ um bocado da magia que ela poderia vir a ter. Mas com a experiência acabamos por aprender com os erros que cometemos.
E hoje em dia, são os artistas que vêm ter contigo? Ou és tu que vais procurá-los?
S: Varia muito. Há alturas em que posso ter interesse em trabalhar com artistas com quem ainda não tenha trabalhado. Se assim for, mando-lhes mensagem. Mas também há alturas em que me encontro, em algum lado, com artistas e falamos logo em trabalhar juntos e em termos sessões. Trabalho muito com editoras também, caso em que me ligam e me pedem para trabalhar com os artistas da casa. Tenho um prazer imenso em trabalhar com artistas que nunca gravaram nada. Ou combinar uma sessão espontaneamente. O começar com uma folha em branco é fascinante.
Tenho um prazer imenso em trabalhar com artistas que nunca gravaram nada. Ou combinar uma sessão espontaneamente. O começar com uma folha em branco é fascinante.
S: Um de nós pega numa guitarra, por exemplo, e eu começo a tocar outro instrumento qualquer: surge sempre alguma coisa.
E como surgiu o teu nome Stego? Há uma história engraçada por detrás do teu nome artístico?
S: Infelizmente, não há uma história mirabolante por detrás de Stego. Eu tinha a dupla de DJs que mencionei, que se chamava Freaky Swaggers, e precisei de um nome de palco. Íamos tocar na Praia Grande, numa festa de escola. Um amigo meu enviou-me um link com nomes de dinossauros e eu escolhi o estegossauro… fiquei Stego! Houve alturas em que pensei trocar de nome, mas foi só no início. Agora ficou.
Conta-me sobre a tua nomeação para um Grammy Latino. Como é que tudo aconteceu?
S: Foi durante a pandemia. Na RedMojo fazíamos writing camps: seis produtores, seis salas diferentes, cada um fazia duas músicas por dia, e disparávamos criatividade. Eu chegava ao fim da semana com 10 ou 11 músicas novas. Juntos tínhamos mais de 60 músicas feitas numa semana – das quais 85% eram deitadas fora depois, claro. Mas existem sempre músicas que se aproveitam.
Na RedMojo fazíamos writing camps: seis produtores, seis salas diferentes, cada um fazia duas músicas por dia, e disparávamos criatividade.
S: A música nomeada para o Grammy foi uma música que surgiu num desses writing camps. Na verdade, foi uma música que demorou apenas 20 minutos a criar. A artista, Alba Recha, estava a lançar-se e o álbum dela acabou por ser nomeado para o Grammy Latino como Best Recording, se bem me lembro. Fomos nós, na RedMojo, que fizemos a música nomeada. A Sony Music Group espanhola, com que estávamos assinados, contou-nos mal descobriram que tínhamos sido nomeados.
A música nomeada para o Grammy foi uma música que surgiu num desses writing camps. Na verdade, foi uma música que demorou apenas 20 minutos a criar.
E hoje és um produtor de música independente, certo?
S: Sim, sou livre e independente e adoro que assim seja. Desde a pandemia que o sou. Mas acabou por ser uma fase de descobrimento muito boa para mim. Foi também na pandemia que produzi o álbum todo do Nininho Vaz Maia, uma experiência que adorei. Aliás, estive ativo na pandemia por estar a trabalhar nas músicas dele. Com a pandemia, tive de começar do zero, depois de deixar a RedMojo.
Calculo. De repente tiveste de começar de novo, mas com experiência, claro. Mas isso pode ser muito inspirador para vários, o não desistir logo à primeira.
S: Exatamente. Com os meus laços a Espanha tive mesmo de começar do zero, também. Aceitei muito bem essa minha realidade. Como dizes, posso estar a começar do zero, mas venho com muita experiência. Também não foi porque as minhas músicas eram pobres – foi tudo devido à pandemia, o que significa que ‘subir’ vai ser mais fácil desta vez. Olhando para trás, aprendi imenso e agora estou num espírito de let’s embrace it.
E agora achas que vais voltar a ter mais procura internacional com o mundo já numa fase post pandemia? O teu objetivo é mesmo a internacionalização?
S: Certamente. E quero mexer-me mais na indústria. Mas tudo com calma e no momento certo. Ainda não senti que era o momento certo. Mas vai acontecer – são os meus projetos futuros. Eu sei que já podia ter viajado mais, mas é muito importante escolher a altura indicada para o fazer. Quero internacionalizar-me e sei que basta uma música para mudar tudo. Dá trabalho, mas é o necessário.
Quero mexer-me mais na indústria. Mas tudo com calma e no momento certo.
S: O momento certo pode ser, por exemplo, um contacto chave que me leve diretamente a sessões como as que quero participar em. Ir para sessões só por ir, é um risco. Depois podemos acabar por ficar nessa bolha e as músicas não saem com a qualidade que queria. Também tenho pensado em fazer um projeto de artista eletrónico, mas ainda é prematuro.
Tens uma vertente mais estratega, portanto. E os artistas mais gratificantes de trabalhar com?
S: Vários. Mas o Nininho é sem dúvida um deles. É um talento de outra categoria. Cada sessão com ele traz algo de novo ao nosso trabalho. Tem uma voz incrível. A nível de performance é, talvez, o melhor artista com quem trabalhei. Mas há muitíssima gente, também mais na parte técnica, com que adoro trabalhar. Atualmente estou a trabalhar com o DJ Kura, que é um profissional incrível. A Bárbara Tinoco também adoro. O que gosto é boa vibe. Quando há boa energia, há boa música.
O que gosto é boa vibe. Quando há boa energia, há boa música.
S: Também já trabalhei com a Anitta. O meu primeiro contato com ela surgiu porque fiz parte da produção da música ‘Faz Gostoso’ da Blaya. A Anitta e a Madonna, que na altura estava em Portugal, quiseram fazer uma versão da música e entraram em contato connosco. Claro que ter uma música com a Anitta e a Madonna foi incrível. Cheguei, até, a ter uma sessão com a Anitta em Espanha. A música acabou por não sair, mas ainda agora falamos. Sei que vamos colaborar mais, no futuro.
E como é o teu processo de produção de música? O que é uma sessão com o Stego?
S: Eu gosto muito de ir para sessões sem saber muito sobre o artista. Gosto do impacto inicial. Mas sei que estiver num dia mau tenho de usar o que sei, por experiência, para o tornar num dia bom. Há sessões que às vezes são mais fracas porque alguma energética entre mim e o artista não está a correr bem – mas depende. Começamos a gravar e a ver que mudanças podem ser feitas, o que acontece sempre. Às vezes começa tudo com uma nota musical.
Eu gosto muito de ir para sessões sem saber muito sobre o artista. Gosto do impacto inicial.
S: Pergunto muito o que os artistas andam a ouvir ultimamente, para ter uma ideia do que gostam e esperam. Parto de referências várias vezes. Também podemos ouvir músicas juntos e ‘brincamos’ com teclas e acordes. Existem músicas que demoram 20 minutos a criar, e outras que demoram duas semanas. Às vezes estou em modo ‘bar aberto’.
Acabas por ter de saber gerir muito bem uma sessão.
S: Sim. O trabalho de um produtor passa, basicamente, por gerir uma sessão e saber fazê-lo. Eu posso ser produtor e ter outros a tocar instrumentos enquanto faço a gestão de ‘energias’, por assim dizer. Faço perguntas, tento inspirar o artista, e sou muitas vezes compositor. Estou, também, envolvido em melodias de voz. Para se ter boa música é preciso ter boa composição, um bom artista, e o ‘tom’ da música definido.
E deves precisar de te identificar com o artista, pelo menos no som.
S: Sim. É imprescindível haver talento, claro. Mas tenho de me identificar com o trabalho e/ou o artista. É-me difícil trabalhar se não me identificar com a música. Pode, até, ser uma parte minha menos profissional, mas não consigo trabalhar ‘mecanicamente’ se não gostar do que oiço. Obviamente que há sempre um ponto da música em que ficamos fartos. Adiciono imensas pistas porque ‘mastigo’ a música, e no fim acabo só com três.
É-me difícil trabalhar se não me identificar com a música.
S: Por exemplo, a música Billie Jean do Michael Jackson, foi produzida cerca de 90 vezes e acabaram por ficar com a segunda versão da mesma. Fazer música é, desde o início, um processo de insegurança. Coisas boas surgem de erros. Para mim, a criatividade passa por saber aproveitar esses mesmos erros.
Fazer música é, desde o início, um processo de insegurança. Coisas boas surgem de erros. Para mim, a criatividade passa por saber aproveitar esses mesmos erros.