A VOQIN’ é uma agência global especializada na organização de eventos e na criação de experiências de marca, sejam eles eventos motivacionais ou lançamentos de produtos e serviços.
O principal objetivo da agência é provocar reações emocionais nos clientes, contribuindo para criar conexões entre as empresas e os seus públicos-alvo, conseguindo um impacto relevante, através de experiências físicas, digitais e híbridas.
A VOQIN’ tem a sua própria plataforma digital, a EMEX, para eventos híbridos, transmissões ao vivo, webinars, interações e ativações de marca. Tudo num ambiente gamificado e em tempo real.
Sediada em Lisboa, mas também com presença em Espanha, Brasil e Flórida, a VOQIN’ conta com cerca de 55 colaboradores espalhados globalmente. Ao longo dos seus 20 anos de existência, a VOQIN’ já foi responsável por mais de 3500 eventos em 67 países e a FORBES foi falar com Diogo Assis, CEO VOQIN’, para perceber como é que a pandemia e a aceleração da transformação digital impactou a estratégia e abordagem ao mercado desta empresa e quais as tendências para 2022.
O nome VOQIN’ significa o quê?
Diogo Assis (DA): A VOQIN’, que vem da palavra “provoking”, traz no nome o seu propósito: provocar emoções relevantes entre clientes e marcas e a sua audiência – PROVOQIN’. Constatamos que a criação de uma relação emocional relevante é sempre uma grande dificuldade apontada pelos líderes das empresas, e sabemos que quando existe emoção na relação, ela tem tendência a viver mais tempo. Com este nosso propósito, ajudamos as empresas a manterem relações de longo prazo com os seus clientes e equipas, através de experiências memoráveis e alinhadas com os seus objetivos de negócio.
A empresa nasceu há vinte anos em Portugal e ainda mantém aqui a sua sede?
DA: Como bons portugueses, nestes 20 anos desbravámos o mundo, a partir de Portugal, e chegámos a vários outros países (Espanha, EUA, Brasil). Mas mantemos as nossas raízes e sede em Portugal, às margens do rio Tejo em Lisboa.
Os objetivos com que a empresa surgiu ainda se mantêm?
DA: O legado da VOQIN’ foi construído com 20 anos de experiência na criação, planeamento e entrega de eventos presenciais. Contudo, a inovação e criatividade estão na génese da VOQIN’, e por isso mesmo temos vindo a adaptar-nos às realidades do mundo digital, ainda que já estivéssemos familiarizados com a dinâmica dos eventos híbridos que agora ganhou força. Um dos exemplos passa pelo roadshow de inteligência artificial que fizemos na América Latina para a Microsoft, que terminou em São Paulo, com 2500 pessoas no WTC e com 20 mil pessoas a assistir digitalmente.
Em 2020, o foco passou invariavelmente a estar nos eventos digitais, altura em que nos reinventámos, inovando os nossos métodos de trabalho e a nossa oferta, com o desenvolvimento de uma plataforma digital capaz de ativar eventos digitais.
Atualmente, procuramos juntar o melhor do presencial com as inovações do universo digital, e conseguimos trabalhar em formatos únicos: presenciais, digitais ou híbridos.
Ao longo destes 20 anos, o tipo de eventos que têm organizado tem sofrido alterações? Como eram os eventos há 20 anos e como são agora? Pode exemplificar?
DA: Há 20 anos a VOQIN’ captava eventos internacionais para Portugal e fazia a entrega dos mesmos com muita qualidade, desde a criatividade da proposta à excelência da entrega. Tudo isto se mantém, mas sempre procurámos inovar. Há 18 anos já fazíamos visitas técnicas em vídeo, quando ainda ninguém o fazia, quando os clientes não podiam vir a Portugal ver o espaço. Mais tarde, alargámos as competências para produção, e de há uns anos para cá, temos equipas a trabalhar estratégia, conteúdo e digital, além da produção e logística. Sempre apostámos na tecnologia, e a nossa equipa de desenvolvimento fez um trabalho estrondoso nos últimos dois anos, ao desenvolver em tempo recorde a nossa plataforma de gestão de eventos online com uma componente emocional, a EMEX.
Os eventos híbridos trazem consigo uma série de vantagens, como a amplificação das audiências, diminuição dos custos e o acesso imediato aos conteúdos, que geralmente são gravados. Na VOQIN’, acreditamos que este é o futuro da indústria e a nossa proposta de valor passa exatamente por conseguir proporcionar experiências impactantes, seja qual for o formato. Orgulhamo-nos de ter organizado um evento digital de três horas, em que dados confirmam que a audiência permaneceu até ao final, com comentários e várias interações através de emojis, por exemplo. Comprovamos que, através do método que desenvolvemos, com base no “emotional thinking”, conseguimos garantir um nível de interação entre os participantes e uma absorção de conteúdo impossível noutras plataformas.
“Os eventos híbridos trazem consigo uma série de vantagens, como a amplificação das audiências, diminuição dos custos e o acesso imediato aos conteúdos, que geralmente são gravados”.
A quantidade de eventos que as empresas procuram realizar tem aumentado ao longo destas duas décadas?
DA: Sim, estamos a falar de uma indústria que vale mais de 1 trilião de dólares. Só nos Estados Unidos os eventos corporate representam mais de 250 biliões de dólares. Em 2019, a VOQIN’ chegou a realizar cerca de 600 eventos presenciais, e nos últimos dois anos organizámos dezenas de eventos virtuais.
Mas a pandemia trouxe uma quebra dos eventos, correto?
DA: A pandemia, e as consequentes restrições, causaram uma quebra dos eventos físicos, tendo a indústria sido fortemente impactada pela crise económica. Ao que tudo indica, estamos no bom caminho para a recuperação, e a estimativa é que até 2024 o setor recupere a níveis de 2019.
“Ao que tudo indica, estamos no bom caminho para a recuperação, e a estimativa é que até 2024 o setor recupere a níveis de 2019”.
A nossa equipa de “VOQERs” é criativa, resiliente e cheia de garra e conseguimos adaptar-nos rapidamente ao novo contexto, ganhando um novo nicho de mercado em eventos digitais. A pandemia mostrou-nos que o digital veio para ficar, mas também enfatizou a importância de manter a interação física. Acreditamos que a tendência é o híbrido, e é nesse sentido que perspetivamos a evolução da nossa oferta, juntando o melhor dos dois mundos em eventos capazes de provocar emoções relevantes e consolidar a conexão entre os nossos clientes e as suas audiências.
“A pandemia mostrou-nos que o digital veio para ficar, mas também enfatizou a importância de manter a interação física. Acreditamos que a tendência é o híbrido”.
Tiveram uma quebra de faturação e dos lucros em 2021?
DA: O facto de termos sido impedidos de continuar a nossa atividade durante cerca de dois anos levou inevitavelmente a uma quebra significativa no negócio, uma vez que vínhamos de 2019 com volumes acima de 30 milhões de euros. Foi um processo desafiante, mas conseguimos manter faturação, encontrar clientes novos e preparar-nos para a nova realidade com o investimento tecnológico e uma maior aposta em competências digitais, pelo que perspetivamos um futuro de grande crescimento.
Ainda assim, não sendo possíveis de organizar eventos físicos e presenciais, os eventos digitais e tecnológicos aumentaram, com a pandemia?
DA: Sem dúvida. A mudança de foco foi quase imediata. Muitos clientes já tinham eventos contratados connosco e acabamos por levar a cabo a mudança de formato do físico para o digital.
De que forma é que a pandemia e a aceleração da transformação digital impactaram a estratégia e a abordagem ao mercado do lado da VOQIN’?
DA: Existe algo de positivo que podemos tirar de tudo o que aconteceu nos últimos anos, que é a oportunidade que a indústria teve para inovar. Paramos para olhar com mais atenção para tópicos importantes como inclusão, pegada de carbono, tecnologia, e para a forma como dados podem beneficiar tanto o participante quanto o organizador. Ouvimos as necessidades dos nossos clientes e fomos à procura de soluções. Já tínhamos competências alargadas na produção de eventos, mas desenvolvemos tecnologia in-house, e aumentámos as nossas competências de estratégia, design, conteúdo e digital. Neste momento somos capazes de oferecer um portfólio mais alargado de produtos e serviços em estratégia, conteúdos, comunicação e ativação de marca, mantendo o nosso core nos eventos físicos, digitais ou híbridos.
A VOQIN’ teve também de se reinventar com o confinamento e a pandemia? O que fizeram para se adaptar?
DA: Antes da pandemia, o foco da VOQIN’ passava pelos eventos físicos. O propósito de criar emoções relevantes manteve-se, mas foi sem dúvida um período de reinvenção e aprendizagem. O confinamento impossibilitou a realização de eventos físicos, o que nos levou a inovar e a criar do zero, e com um espírito empreendedor, uma solução que nos permitisse acrescentar valor e continuar a organizar eventos, desta vez no digital.
Idealizámos e construímos, em 60 dias, a EMEX, uma plataforma de eventos que combina tecnologia e emoções, com o propósito de proporcionar uma experiência positiva aos clientes e às suas audiências. Trata-se de um espaço virtual com capacidade para hospedar eventos híbridos, transmissões live, webinars, conferências, stands 3D, interações, áreas de promoção, ativações de marca e gamification. A plataforma compreende as várias etapas de um evento, desde o alojamento e transporte, até à aprendizagem, entretenimento e conteúdo.
Além disso, adicionámos serviços complementares ao nosso portfólio, de estratégia e conteúdos, permitindo-nos estabelecer uma relação regular com os nossos clientes, e estar cada vez mais presentes ao longo do ano, e não apenas no momento do evento.
“Idealizámos e construímos, em 60 dias, a EMEX, uma plataforma de eventos que combina tecnologia e emoções”.
Que tipo de dinâmicas estão as empresas a apostar mais atualmente?
DA: Os nossos clientes têm feito maioritariamente pedidos de eventos físicos, notamos que existe uma “ressaca dos encontros digitais”. Parece ser uma fase temporária e passageira, dado que, aos poucos, vamos voltando a ter pedidos para eventos no digital, e até de momentos híbridos. Acreditamos que o digital irá continuar a fazer parte do dia-a-dia dos nossos clientes e das suas audiências. É um meio mais simples de “ativar”, dado que não envolve toda a parte logística do evento, e alinhado com os novos formatos de trabalho à distância. Responde à dificuldade de conseguir ter a atenção em tempo síncrono de uma audiência, cada vez mais espalhada pelo globo, dado que muitas pessoas optaram por viver fora do centro das cidades durante a pandemia (e por lá têm ficado…).
Muitas empresas e organizações já consideram o elemento digital como essencial para a sua estratégia e comunicação. Costumo dizer que já não existe um “muro” que separa o mundo real do virtual nas nossas vidas, está tudo interligado e a tendência é para uma mentalidade híbrida, que acreditamos que irá perdurar no tempo.
“Os nossos clientes têm feito maioritariamente pedidos de eventos físicos, notamos que existe uma ‘ressaca dos encontros digitais’. Parece ser uma fase temporária e passageira, dado que, aos poucos, vamos voltando a ter pedidos para eventos no digital”.
Quais as perspetivas de negócio para este ano?
DA: Numa altura em que começamos a sentir alguma normalidade, observamos a retoma do negócio dos eventos físicos, com cada vez mais pedidos dos nossos clientes, o que é um bom indicador e com o qual estamos bastante animados. O negócio dos eventos híbridos também tem vindo a crescer, e o nosso objetivo é aproveitar ao máximo os nossos quase 20 anos de experiência na organização de eventos presenciais, agora aperfeiçoados com novos métodos, ferramentas, skills, funcionalidades e inovação que emergiu nos últimos anos.
Qual a visão da empresa para o ano de 2022?
DA: Para a VOQIN’, o ano de 2022 será sem dúvida aquilo a que gostamos de chamar um ano de descobertas. Queremos testar novos formatos, ideias e explorar novos caminhos. Na VOQIN’ não queremos que os eventos voltem a ser o que eram antes. Pelo contrário, queremos continuar a apostar em formatos criativos e inovadores, alinhados com a tendência do híbrido e capazes de dar resposta aos desafios dos nossos clientes.
Para 2022, também estamos a repensar a aplicação do nosso método de planeamento de eventos híbridos, o emotional thinking. Este método, que é a tendência para este ano, permite-nos focar na criação de emoções junto dos participantes do evento, de forma a aumentar a sua atenção e envolvimento nas ações programadas.
Não somos uma agência digital ou um fornecedor de tecnologia, somos uma “Live Experience Agency”, que existe com o propósito de criar emoções significativas entre empresas e as suas audiências. Não importa o formato, o nosso propósito permanecerá sempre o mesmo.