Ao ter algum dinheiro disponível, é comum surgir a dúvida sobre qual a melhor decisão a tomar: amortizar um crédito existente ou investir o dinheiro para rentabilizá-lo? A resposta depende de diversos fatores, mas, a meu ver, há duas abordagens possíveis: uma matemática e outra equilibrada.
Neste artigo vou partilhar a minha opinião sobre o assunto.
Quando temos algum dinheiro acumulado ou rendimento extra, quem tem algum crédito seguramente já ponderou qual o melhor destino para esse dinheiro: amortizar algum crédito ou investi-lo? Vamos então conhecer as duas abordagens que, a meu ver, podemos ter:
Na primeira abordagem, deve-se comparar a taxa de juros do crédito com a potencial taxa de rentabilidade do investimento. Se a taxa de juros for superior, é recomendável amortizar o crédito. Por outro lado, se a taxa de rentabilidade do investimento for superior, é melhor investir o dinheiro. Se tivermos, por exemplo, um crédito com uma taxa de juro de 7% e um investimento com uma rentabilidade esperada de 10%, então o nosso dinheiro, matematicamente falando, será melhor aplicado no investimento, já que o retorno do mesmo é suficiente para o custo do crédito e ainda “sobram” 3%. No entanto, esta abordagem pode ter limitações, já que a rentabilidade do investimento pode não ser garantida enquanto que a taxa de juro é. Se o investimento acabar por ter uma rentabilidade inferior ou até negativa, então ficaremos numa situação totalmente diferente.
Por isso, a segunda abordagem, mais equilibrada, sugere dividir o dinheiro disponível entre as duas opções, mesmo que isso não faça sentido matematicamente. Afinal, as dívidas, independentemente das taxas de juros e de serem boas ou más, devem ser liquidadas o mais rapidamente possível para retirar o peso do orçamento e da cabeça, especialmente se forem dívidas com taxa de juro variável e que são, por isso, relativamente imprevisíveis no seu comportamento. Basta pensarmos no que aconteceu no último ano com as taxas Euribor. Ao mesmo tempo, é possível aumentar o patrimônio investindo parte do dinheiro.
Quando temos este dinheiro acumulado ou extra, podemos então dividi-lo pelas duas frentes, seja 50/50, 80/20 ou qualquer outra divisão que nos faça sentido. O que interessa, na minha opinião, é trabalhar as duas frentes simultaneamente, já que ambas vão contribuir positivamente para o crescimento do nosso património líquido.
O importante é ter uma estratégia de liquidação rápida das dívidas e considerar a hipótese de dividir o dinheiro extra ou capital acumulado nas duas frentes, em uma proporção que faça sentido para cada pessoa. Não há uma resposta certa ou errada, e a decisão deve estar alinhada com a estratégia e o plano financeiro de cada indivíduo. O mais importante é estar confortável com a decisão tomada.