Hoje a adoção do serviço prestado pela Sodexo Portugal é incontornável para as empresas?
O serviço prestado pelo Sodexo Portugal é percecionado, pela generalidade das empresas, como de uma importância crescente. Existe, atualmente, uma ampla consciência relativamente à clara eficiência fiscal gerada por um cartão refeição, por oposição ao pagamento do subsídio refeição em numerário, aliada à sua inquestionável eficácia na atração e retenção de colaboradores. Dificilmente alguém, atualmente, conceberá a existência de um pacote compensatório sem a inclusão do benefício de subsídio de refeição. De acordo com um estudo independente da Universidade Nova de Lisboa realizado no final de 2018, a pedido da EBFS – Associação Portuguesa de Empresas de Títulos Extrassalariais, da qual a Sodexo é membro, existem mais de 1,2 milhões de trabalhadores do setor privado que recebem o seu subsídio de refeição sob a forma de título. Este número é claramente revelador do elevado peso que a titularização do subsídio refeição possui e do extremo valor que o cartão refeição adquiriu ao longo dos tempos consolidando-se como um dos benefícios sociais mais preferidos por empresas e trabalhadores.
A Sodexo celebra cinco anos de presença em Portugal. Como tem evoluído a atividade no mercado português?
Em cinco anos, a Sodexo implementou em Portugal a gestão de programas de benefícios sociais, entre os quais naturalmente se inclui o subsídio refeição. A sua vasta experiência mundial fez com que despertasse maior dinamismo num mercado algo apático até então e que necessitava urgentemente de mais inovação e melhor serviço para dar respostas adequadas às diversas solicitações dos seus protagonistas: empresas, trabalhadores e comerciantes. A operação local é um claro exemplo de uma história de sucesso: crescemos o nosso portfólio de clientes em cerca de 25% ao longo dos últimos cinco anos de atividade, e atualmente perto de 200 mil consumidores usam o nosso cartão refeição diariamente. Atingimos o break-even, em 2019, afirmando a rentabilidade da operação e criando condições sólidas para um negócio sustentável no longo prazo.
Neste período, qual o número de clientes conquistados? Há espaço para reforçar a presença no mercado português?
Em cinco anos de operação conquistámos a confiança de 11 mil clientes empresas, que correspondem a aproximadamente 200 mil colaboradores. No último ano, foram registadas cerca de 13 milhões de operações de pagamento com cartão refeição. Mas existe ainda efetivamente muito espaço para fazer crescer o cartão refeição. Por um lado, procurando sensibilizar mais as pequenas e médias empresas, onde a taxa de penetração daquele benefício ainda é relativamente baixa, e tentando estender a sua presença geográfica, descentralizando o seu uso para territórios com menor densidade empresarial. A estes elementos podemos ainda acrescentar dois grandes grupos que ainda não beneficiam atualmente de cartão refeição: os trabalhadores por conta própria e os trabalhadores da administração pública, os quais combinados somam perto de um milhão de trabalhadores.
E para o futuro, qual é a estratégia para o mercado português?
Num cenário de curto prazo, esperamos consolidar o nosso posicionamento enquanto entidade especialista e de referência em matéria de serviços associados ao subsídio refeição, continuar a aumentar o nosso portfólio de clientes, consumidores e comerciantes, apostar ainda mais no domínio dos serviços e aplicações digitais que possibilitem uma melhoria significativa da experiência dos nossos utilizadores e lançar novos serviços em outros domínios. A longo prazo, a nossa visão é conseguir oferecer a todos os clientes, parceiros e consumidores um leque de serviços que possibilitem experiências notáveis, quer na sua esfera profissional, quer no seu universo particular.
Consegue identificar os setores de atividade que mais utilizam os cartões?
A nossa carteira de clientes é bastante heterogénea e estamos presentes em praticamente todas as áreas de atividade. Essa diversidade estende-se igualmente à tipologia das empresas e à sua localização geográfica. Efetivamente, o nosso cartão refeição é utilizado de Norte a Sul do País, incluindo Açores e Madeira, tanto por microempresas, PME ou grandes multinacionais. De resto, existem dois grandes universos de trabalhadores que ainda não recebem o subsídio refeição através de cartão refeição: os trabalhadores independentes e os trabalhadores da função pública. Algo que desejaríamos alterar futuramente pois faz sentido que todos os trabalhadores, independentemente do seu vínculo ou do setor onde atuam, possam usufruir de todas as vantagens inerentes à titularização do subsídio refeição.
As novas regras fiscais, em sede de IRS, e em termos de Segurança Social ajudaram a dinamizar a procura por este tipo de serviço?
A inexistência de legislação específica para a titularização do subsídio refeição, com exceção da sua componente fiscal, não permite extrair o máximo valor socioeconómico que a mesma comporta, conduzindo inevitavelmente a más práticas, falhas de perceção e ineficiências diversas que no final penalizam todos os protagonistas de um sistema que se pretende virtuoso. E pode começar-se pelo princípio, com a criação de um estatuto distinto que confira ao cartão refeição uma natureza social, e o transforme num eficaz instrumento ao serviço das políticas sociais e laborais. Não podemos continuar a olhar exclusivamente para a fiscalidade quase como argumento único para atribuição deste benefício. As vantagens do cartão refeição ultrapassam em larga escala a mera esfera contributiva e os múltiplos efeitos da sua utilização tem repercussões a todos os níveis, alimentação, nutrição, saúde, produtividade, bem-estar, desenvolvimento económico, progresso social, etc.
Do lado dos comerciantes, quais as vantagens de aceitarem os cartões Sodexo?
São bastantes as vantagens para os comerciantes que optam por aderir a uma rede de aceitação de cartão refeição. Desde logo, o impacto direto no crescimento do negócio, através de uma maior capacidade de atrair e fidelizar clientes, aproveitando um mercado de consumo exclusivo de subsídio refeição que tem atualmente cerca de 1,2 milhões de consumidores. Pode referir-se, igualmente, a alavanca na criação de emprego num setor que é habitualmente bastante dinâmico. Estima-se que por cada 32 novos trabalhadores que passem a receber o benefício em cartão refeição é gerado um novo posto de trabalho remunerado. E esta criação de emprego é bastante mais pronunciada nos setores da restauração e do retalho alimentar. Mas ainda podíamos referir muito mais impactos decorrentes da aceitação do cartão refeição, alguns naturalmente indiretos e não tão percetíveis, mas que se traduzem na formalização da economia, com a redução do risco de evasão fiscal, no aproveitamento da capacidade instalada, na dinamização das economias locais com impactos concorrenciais benéficos. Com efeito, se reduzirmos a aceitação de um cartão refeição ao mero ato do pagamento de uma refeição ou alimentos arriscamos a ter apenas a visão da superfície. Mais do que meramente aceitantes, os comerciantes têm um papel determinante neste ecossistema e devem assumir-se como principais defensores e promotores deste importante benefício social.
De que forma o cenário de pandemia alterou o vosso negócio?
A Sodexo sentiu a necessidade de criação de novas ações para se adaptar às novas necessidades dos seus clientes. Para além da iniciativa “Sempre Consigo”, da disponibilização de novas formas de aceitação de pagamentos com o nosso cartão refeição e do aumento do potencial de negócio dos comerciantes através do crescente consumo em serviços de entrega e takeaway, temos aberto espaço para refletir e começar a trabalhar em novos instrumentos que se adequam às novas realidades, sobretudo na área do digital onde existe espaço para bastante criatividade em torno de novas formas de apresentar, comunicar, experimentar e pagar serviços na área alimentar, e designadamente no setor da restauração, o qual terá que se ajustar ao “novo normal” e estar dotado das ferramentas mais apropriadas para atrair e reter clientes. As estimativas para 2020 estão feitas de forma prudente, atendendo ao cenário atual de incerteza, mas apontando para crescimento.
A parceria com o MB Way está a ser uma aposta ganha?
A avaliação desta parceria é muito positiva, este é um dos bons exemplos em que a Sodexo conseguiu materializar a voz dos seus clientes, através da criação deste novo serviço. Fomos pioneiros há cerca de ano e meio atrás quando integrámos o MB Way nas formas de pagamento com o Refeição Pass. O MB Way permitiu-nos associar aos benefícios do cartão, a segurança e a conveniência de um meio de pagamento que cresceu de forma significativa no último ano. Proporcionar a melhor experiência ao nosso utilizador é o principal objetivo. Este ano, acompanhando a preferência crescente pelos serviços de entrega e takeaway de refeições e alimentos, combinada com o inevitável recurso aos mesmos por parte dos muitos de nós que foram forçados a ficar em casa a trabalhar, desenvolvemos diversas parcerias com o intuito claro de responder ao que nos era solicitado. No universo Sodexo somos o primeiro País a estabelecer parceria com o Uber Eats e igualmente o primeiro cartão refeição do mercado a afirmar acordo com aquela entidade. De certa forma, estas inovações atendem às necessidades dos nossos três públicos: o consumidor final, o cliente empresa e o estabelecimento que vende bens alimentares. Com estas parcerias, queremos que os colaboradores se sintam satisfeitos com a escolha da empresa, a empresa vê seus colaboradores mais motivados, e os estabelecimentos aumentam o seu volume de negócios. É de facto muito usual contemplarmos as três audiências nas nossas inovações porque no final estão todos interligados.