Demissão de Costa leva Bolsa portuguesa a recuar perto de 3%

A demissão do Primeiro-Ministro, António Costa, já causou agitação na bolsa de valores. Henrique Tomé, analista da XTB, considera isso um comportamento normal, dado que "a instabilidade, quer seja económica ou política, tende sempre a afetar o desempenho dos mercados de capitais e desta vez não foi diferente". Este analista explica que a bolsa portuguesa…
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A demissão de António Costa levou a um acelerar da queda da bolsa de valores portuguesa, com os títulos a perderem, em média, 3%. Houve títulos que chegaram a desvalorizar 6%.
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A demissão do Primeiro-Ministro, António Costa, já causou agitação na bolsa de valores. Henrique Tomé, analista da XTB, considera isso um comportamento normal, dado que “a instabilidade, quer seja económica ou política, tende sempre a afetar o desempenho dos mercados de capitais e desta vez não foi diferente”.

Este analista explica que a bolsa portuguesa está a recuar perto de 3%, enquanto que os índices das blue chips na Europa seguem de forma mista, com o DAX a subir cerca de 0,24% e o CAC 40 a recuar apenas 0,15%.

“O início desta sessão já estava a ser marcado por quedas na bolsa portuguesa, mas o sell-off intensificou-se após a notícia da demissão do primeiro-ministro. As ações da Mota-Engil foram as primeiras a reagir ao comunicado e chegaram a desvalorizar mais de 6%, embora tenham conseguido recuperar mais tarde. No entanto, o fraco desempenho das empresas energéticas continua, uma vez que também estão a ser penalizadas pelas quedas no preço das matérias-primas energéticas. A Greenvolt e a Galp lideram as perdas no setor, desvalorizando mais de 3,85% e 5,07% respetivamente”, comenta Henrique Tomé.

No entanto, o mercado obrigacionista não parece ter reagido de forma tão volátil como a bolsa, nota o analista da XTB.

“No mercado secundário da dívida, as yields a 2 e a 10 recuam, mas seguem a média das yields na Europa esta sessão. Ainda assim, a atual situação poderá trazer períodos de maior volatilidade nas yields, fazendo com que estas voltem a subir dada a atual instabilidade política que se pode vir a viver no país e o risco de perda de credibilidade nos mercados internacionais”, conclui Henrique Tomé.

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