O grupo Nabeiro-Delta Cafés prepara-se para acompanhar a expansão da Jerónimo Martins para a Eslováquia e vai começar a vender a marca de cápsulas Delta Q naquele país. O grupo de Campo Maior aproveita assim a parceria que já tem na Polónia com a retalhista portuguesa e vai marcar presença nas prateleiras das dez lojas da marca Biedronka que estão previstas abrir até ao final do ano.
O anúncio foi feito pelo presidente executivo da Delta Cafés, Rui Miguel Nabeiro, à margem da apresentação das inovações que tem agora no mercado, que assumiu com um expressivo “vai sim, senhor” à pergunta se o grupo iria acompanhar a expansão da Jerónimo Martins para a Eslováquia. E completou dizendo que “são dez lojas que eles [Jerónimo Martins] vão abrir e vão levar Delta Q”.
Rui Miguel Nabeiro admitiu que as vendas na Polónia têm sido uma agradável surpresa para as vendas da marca de cápsulas de café, onde já conquistou uma quota de mercado de 25%. As cápsulas Delta Q, já com 17 anos no mercado, “têm sido um motor de crescimento importante, valem 15% do nosso negócio. O mercado que talvez mais tem puxado por este crescimento é a Polónia que está a correr muito bem com a parceria com a Jerónimo Martins”. O CEO da Delta Cafés considerou que “a quota de 25% na Polónia é muito bom e só estamos na Biedronka porque temos uma parceria em exclusivo com a Jerónimo Martins. Mas estamos a prever um crescimento muito forte nas cápsulas ao ponto de já estarmos a instalar mais uma máquina de produção em Campo Maior”. Nas lojas Biedronka apostou nas cápsulas Qalidus, Qharacter, Breakfast e no descafeinado.
O CEO do grupo de Campo Maior reiterou a ambição de chegar Top 10 das marcas de café a nível global. Para já, “somos a 22ª marca a nível global. Vamos ter de crescer mais ou menos quatro vezes para lá chegar”. Sem assumir um calendário para atingir esta meta, Rui Miguel Nabeiro admite que no espaço de dez a 15 anos até poderá ser uma realidade.
Mas uma década chega? “Tenho dito que gostava que o meu legado fosse este: ainda estar no ativo e ver a Delta a chegar ao Top 10 das marcas de café a nível global. Espero trabalhar ainda mais do que uma década. Obviamente que temos a consciência que não será possível fazê-lo de forma orgânica. Fizemos este ano uma aquisição e estaremos atentos a fazer mais aquisições que nos permitam atingir esta premissa”, garantiu.
O presidente executivo do grupo Nabeiro-Delta Cafés fez a avaliação do percurso da empresa e revelou que fechou 2023 com uma faturação de 500 milhões de euros, contra os 460 milhões de euros do ano anterior. Quanto às perspetivas para 2024, Rui Miguel Nabeiro antecipa crescer “12% para 560 milhões de euros”. Um dos fatores que está a impulsionar o crescimento “foi a aquisição da AMD, empresa suíça de distribuição e a nossa expetativa é que faça 14 milhões. O resto é crescimento orgânico por via da inovação. Esperamos que 50% do que crescermos seja por via da inovação, de produtos que foram lançados nos últimos três a quatro anos”.
Quanto ao contributo dos mercados internacionais, o CEO da Delta Cafés sublinhou que “Espanha tem sido a estrela da companhia nestes últimos dois anos, temos crescido a dois dígitos e este ano não é exceção. Esperamos crescer 20% que vem sobretudo do trabalho no canal horeca e também no retalho onde estamos a crescer muito bem”. E assumiu ainda que “finalmente é um mercado onde estamos a ganhar dinheiro, onde estamos há 40 anos e agora finalmente conseguimos fazer o turnaround. Tem sido um motor muito importante nestes últimos dois anos”.
Angola continua a ser “sempre um mercado importante para nós”, onde 60% das vendas já são de produtos fora do segmento do café, já que representa várias marcas portuguesas neste mercado. O terceiro posto é ocupado por França onde o grupo prepara-se para abrir até ao final do ano uma loja em Paris, sendo que já está em negociação para vir a ter uma segunda também na capital francesa. A Suíça, desde a aquisição da AMD “de repente, é um mercado que passa a valer 30 milhões de euros. É muito importante”.
O grupo de Campo Maior apresentou a estratégia de negócio e os lançamentos previstos para este ano que apostam em novos produtos que vão além do café. Num evento onde inovação foi a palavra de ordem, a Delta revelou a aposta nas marcas que acredita que a farão fazer a diferença no mercado como por exemplo: os gelados Swee, o smoothie OOTIE, a Unboring Snacks, a bebida vegetal Yogan, os novos blends funcionais Delta Cafés Super Blends, a máquina Delta Q ICONIQ, ou a nova biocápsula feita a partir de óleos vegetais presentes na natureza.
Sob a chancela da nova Delta House, o grupo agrega todas as marcas e sustenta a estratégia na área de distribuição alimentar, em Portugal e nos mercados onde está presente, em mais de 40 países e onde distribui mais de 60 marcas do setor alimentar. De acordo com o grupo, o objetivo passa por assumir-se como uma empresa de referência na distribuição de produtos alimentares internacional.