Marina Fernie assumiu no passado mês de abril o cargo de diretora-geral da Danone em Portugal, que considera como o salto na carreira que sempre procurou. A gestora nasceu na Argentina, mas passou os últimos 15 anos no Brasil onde exerceu vários cargos como o de vice-presidente de marketing da multinacional de alimentação e bebidas. No percurso conta ainda com uma passagem de dois anos na Inglaterra noutra multinacional. A gestora chega agora a Portugal e assume, em entrevista à Forbes Portugal, que terá a missão de acelerar ainda mais o crescimento da operação portuguesa. Marina Fernie realça que a filial que agora lidera está a ter sucesso ao longo do corrente ano, pelo que, não tem dúvidas que será “um ano muito bom para a Danone Portugal”. Com este cenário de crescimento que encontrou admite que no arranque do cargo não houve necessidade de fazer mudanças radicais na operação portuguesa. Por isso, a estratégia tem sido de definir as prioridades e acelerar ainda mais, alocando os recursos necessários para crescer. Liderar com empatia é uma das ferramentas que segue no dia a dia.
A gestora salientou que o mercado português tem sido palco de desenvolvimento de novos produtos que depois, se conquistado o sucesso, são exportados para o “mundo” Danone, como foi o caso da marca Yopro. Em primeira mão revelou que, em breve, será lançada uma nova categoria do suplemento oral para adultos Fortimel, desta feita, com base vegetal numa inovação desenvolvida em Portugal.
Hoje a multinacional já não tem uma unidade de produção no País, mas Marina Fernie garante que este facto não retira a importância estratégica de Portugal no universo da Danone. E exemplifica esta importância com o impacto que a empresa tem no emprego onde é responsável por 300 postos de trabalho diretos e indiretos.
Sobre a liderança no feminino não esconde alguma surpresa por haver mais mulheres em cargos de gestão, o que não acontecia, por exemplo, no Brasil. No Comité de Direção da Ibéria 54% dos gestores são mulheres e lembra que a Danone está num processo de incentivar mais mulheres para chegar a níveis de direção-geral.
Quanto ao desafio profissional de vir para Portugal, depois de estar numa cidade com a dimensão de São Paulo, a diretora-geral da Danone Portugal admite ainda com o sotaque brasileiro (a língua é uma das diferenças que encontrou) que está muito motivada com este novo rumo. Além do salto na carreira, viver em Portugal trouxe-lhe ainda a leveza de andar na rua sem medo.
Chegou há relativamente pouco tempo a Portugal para assumir a liderança da Danone em Portugal. Quais é que foram os desafios iniciais?
Na verdade, comecei no papel de diretora-geral em janeiro, mas cheguei aqui em abril. O primeiro desafio foi fazer a distância no trabalho, porque estava à espera do visto e tudo. Então foi para conhecer as pessoas, foram três meses bastante desafiadores, mas foi bom para ter um panorama geral e quando cheguei já em abril, conhecendo um pouco mais do negócio. E acredito que o principal sempre é conseguir entender, respeitando o que foi feito e trazendo valor para o futuro. O meu principal desafio no início foi entender. Para mim é muito importante poder entender e conhecer as pessoas para assim poder definir as mudanças que precisam ser feitas para poder aportar valor.
E que mudanças iniciais é que foram necessárias fazer?
O resultado em Portugal é muito bom, está a um ritmo acelerado. Acredito que chego no momento bom para acelerar o crescimento ainda mais. O bom é que não preciso fazer grandes mudanças de rumos radicais, ao contrário, foi escolher as batalhas, definir quais são as prioridades claramente e acelerar ainda mais, alocando os recursos necessários para poder crescer onde a gente se propõe crescer. Temos vindo a ter sucesso este ano e vai ser um ano muito bom para a Danone Portugal.
Vem de uma outra realidade no “mundo” Danone para Portugal. O que a levou a aceitar este desafio português?
Entrei na Danone em 2020, eu trabalhava no Brasil como vice-presidente de marketing e para mim foi uma mudança que calhou em todos os sentidos. O desafio, a situação em que Danone Portugal está, para mim, é mega motivador no sentido de poder contribuir para essa aceleração. Pessoalmente, como família, também era o momento adequado para mudarmos. Para mim é importante que as decisões têm de calhar para a família inteira. E, profissionalmente, fazer essa mudança de marketing para a direção-geral era o que estava a procurar há algum tempo.
Foi um salto na carreira…
Sim, o que para mim significa bastante, abre as portas para um novo rumo. Estou muito animada com este desafio. Portugal é visto na Danone como um hub estratégico devido à capacidade que a Danone tem aqui de antecipar as tendências e de poder experimentar certos desenvolvimentos de produtos, desenvolver, experimentar, lançar e trabalhar quase como um laboratório de inovação. E isso motiva-me bastante. O facto de podermos experimentar coisas que depois, tendo sucesso, podemos lançar no resto da Europa ou no mundo. Como foi o caso de Yopro, por exemplo, que foi lançado aqui primeiro e depois, devido ao sucesso que teve em Portugal, foi uma marca que se expandir para o mundo todo.
E como é que se conjuga as diretrizes a nível global da casa-mãe com as especificidades do mercado português, que é mais pequeno face, por exemplo, a Espanha?
O bom de Portugal é que tem bastantes coisas que são comuns, mas muita coisa específica. O nosso principal objetivo é sempre estar próximo do consumidor para entender quais são as necessidades do consumidor português para poder adaptar ou lançar o necessário para endereçar essas necessidades. Por exemplo, o mercado de Portugal é um mercado de líquidos, iogurtes líquidos, que é bem diferente do resto da Europa. É o mercado onde o iogurte é muito consumido como snack, e é diferente de outros países é que é consumido no pequeno-almoço. Esse tipo de especificidades mantém-nos ligados que precisamos de produtos específicos. Por exemplo, o lançamento de Activia Liquido Triplo Zero foi um lançamento que veio pelas necessidades do consumidor português, lançamos aqui. E devido ao sucesso que teve em Portugal, acabou por expandir para o resto da Europa. Então, há essa combinação em que, temos o suporte da Danone global, mas temos a liberdade, quando é necessário, para poder lançar os produtos específicos para o consumidor português. Então, temos toda a parte de ciência, é chave para nós, porque todos os nossos produtos têm uma base fundamentada em ciência, entregamos funcionalidade e qualidade alimentar altíssima, e temos um ecossistema de 1.700 cientistas na Danone, que podemos usufruir. Se fosse só Portugal, não teríamos essa capacidade de ter toda essa ciência ao serviço dos nossos consumidores portugueses. Tem esse duplo aspeto: o benefício de ser global, mas ao mesmo tempo tem essa especificidade portuguesa que vamos atrás e procuramos endereçar.
No passado, a Danone tinha uma componente industrial em Portugal, que, entretanto, foi descontinuada. Até que ponto é que ter apenas esta componente de ser um laboratório, de ser um hub, é suficiente para manter essa importância estratégica no grupo?
Sem dúvida, apesar de não termos a fábrica em Portugal, continuamos a ter uma posição estratégica importantíssima. Temos uma operação grande aqui, temos mais de 150 colaboradores em termos de marketing, operações, comercial. Temos uma operação importante aqui, e se considerarmos o impacto que temos, tendo em conta agências, fornecedores, etc., acabamos por ter um impacto de mais ou menos 300 postos de trabalho: 150 colaboradores diretos e um total de 300, mais ou menos, considerando também os indiretos. É uma empresa que tem intenção de manter forte em Portugal, queremos continuar a desenvolver a operação aqui, evoluir no negócio aqui, conscientes também do contributo que temos para o país. Então, sem dúvida, conseguimos manter-nos independente como uma operação dentro da Danone.
Nesta fase, há alguns produtos que estão a ser desenvolvidos em Portugal e que possa revelar?
Temos o nosso pilar de inovação e de ciência que são fortíssimos para a Danone como um todo. Falando dos produtos lácteos, por exemplo, 76% dos nossos produtos lácteos vêm do Hub de Inovação de Aldaia, em Espanha, na região de Valência. Desse Hub, saem 50 projetos de inovação por ano. É um número de inovação altíssimo. Continuamos a investir fortemente, na ibéria investimos 12 milhões de euros por ano em inovação e desenvolvimento. E isso, sem dúvida, impacta Portugal também. Em termos de futuro, não posso falar do que está a vir, mas posso dizer que vamos continuar a apostar em tudo o que é lácteos, continuar a apostar em produtos funcionais, porque é aí que tem valor acrescentado. Os consumidores procuram tudo o que é saúde, procura benefícios concretos e temos marcas como Activia, Actimel, Yopro, Danacol, que são as principais marcas que vamos continuar a investir e trazer novidades. Isso é chave. Na parte de produtos à base de plantas, também estamos a investir fortemente em tudo o que é iogurte e bebidas vegetais como alternativa, sabendo das tendências existentes de flexitarianismo. Há cada vez mais pessoas a querer consumir uma mistura entre produtos vegetais e de origem animal. As pessoas estão mais conscientes do impacto que a alimentação tem tanto na saúde como no planeta. Há pessoas que estão a fazer essa combinação entre as duas categorias e estamos a investir aqui. E tudo o que é nutrição especializada, também temos vários projetos e novidades para tudo o que é adultos, leites.
Mas há algum produto que esteja para ser lançado em breve?
Posso falar de uma novidade em primeira mão. Estamos a lançar o Fortimel, suplemento oral para adultos, em base vegetal. É a primeira vez que estamos a entrar nesse segmento. De novo, direcionado a esses consumidores que estão à procura de bases alternativas, não de origem animal, com um produto como Fortimel vegetal.
Cada vez mais as marcas têm de se adaptar a estas novas tendências de alimentação, de nutrição…
Exato. Se tivéssemos de falar de uma única tendência, a saúde é a tendência na alimentação, sem dúvida. Os consumidores estão cada vez mais conscientes da sua saúde e como os alimentos que consomem impactam na saúde. E por isso que a Danone está numa posição muito boa, porque 90% do nosso portfólio é saudável. Temos trabalhado em retirar açúcar, em melhorar as nossas fórmulas, em trazer ciência. Então, temos muita ciência por trás, muitos estudos que garantem que os nossos produtos são cada vez mais saudáveis.
E dentro dessa ótica do saudável, onde é que entram as boas práticas sustentáveis?
É uma excelente pergunta porque a Danone se preocupa não só com os resultados económicos, mas também com tudo o que é o planeta, saúde das pessoas e prosperidade das comunidades. É o que chamamos da nossa jornada de impacto na Danone. Desde 1972, quando Antoine Riboud, que era o CEO da empresa nessa altura, fez um discurso bastante famoso em Marselha, em que ele falou do “Projeto Duplo”, em que, disse que não existe progresso económico sem progresso social. Ele instaurou aquela semente na Danone e que hoje temos no nosso DNA. Consideramos a questão da sustentabilidade como foco do nosso negócio. E tem várias medidas que tomamos em relação a isso. O packaging, por exemplo, o plástico é uma das nossas batalhas. Aqui na Danone Portugal eliminámos 280 toneladas de plástico do mercado retirando as tampinhas dos iogurtes e os rótulos plásticos. A redução de emissão de metano é outra medida importante. Temos metas muito claras. Até 2030, queremos reduzir 30% das nossas emissões. Entre 2020 e 2023, já reduzimos 10%. Estamos bem avançados em relação a essa meta. Até 2050, queremos chegar a emissão zero. Em relação a desperdício de alimentos também, por exemplo, estamos com desperdício zero em Portugal. Doamos 400 toneladas de produto por ano. Conseguimos realmente diminuir, porque sabemos que o desperdício de alimentos é um dos que impactam, que tem uma pegada forte no planeta. Em relação a energia também, renovável, 100% da eletricidade das fábricas que fabricam para Portugal são 100% de eletricidade de fontes renováveis. Tudo isso acho que é reconhecido.
O reconhecimento também vem de fora…
Somos muito orgulhosos por termos a certificação de B Corp. E essa certificação vemos como um resultado de todo esse trabalho que fazemos. É uma entidade independente que, com um processo bem rigoroso, avalia como a estamos nos diferentes pilares que nos propusemos trabalhar em relação à sustentabilidade. Nós fomos a primeira FMCG [Fast-Moving Consumer Goods] na Europa, deste porte, a ser reconhecida com essa certificação. Não somos só nós que dizemos que medimos os resultados, mas temos também a certificação externa, que é um motivo de orgulho. Aliás, agora vão ser 10 anos dessa certificação e estamos no processo de ser novamente certificados. É uma garantia de que estamos a cumprir com as normas mais rigorosas de sustentabilidade.
Quais são as máximas que segue no seu dia-a-dia para gerir equipas e para motivar as suas pessoas?
Para mim, uma das principais máximas é a empatia. Na Danone procuramos uma liderança próxima e acredito que a empatia é chave para poder entender os colaboradores e poder dar o melhor para esse colaborador se sentir motivado, energizado, se desenvolver. E tendo uma força de colaboradores felizes, engajados, acredito que é maior o impacto nos resultados. Então, é importante ter essa conexão. Não é empatia porque sim ou porque estamos aqui para fazer agradar. Ao contrário, é empatia para ser um líder próximo que consegue entender como motivar o colaborador para que o colaborador possa entregar ainda mais para a Danone. Acho que é um círculo virtuoso que se alimenta. Para mim, a empatia é uma das chaves. A outra é questionar o status quo. Acho que essa visão global, talvez por eu ter trabalhado em diferentes lugares, traz um pouco dessa perspetiva. Essa perspetiva de entender que tem diferentes formas de fazer as coisas, de não ficar conformado com o “foi sempre assim que se fez”, porque eu vejo que noutros lugares é diferente. Então, esse questionar o status quo, acho que permite ir além. Não se conformar com sempre foi assim, mas sim e se fizermos diferente? E o que podemos fazer que nós não fizemos até agora? Para mim, é empatia por um lado, mas desafio do status quo, por outro. Acho que esse equilíbrio funciona bem e é o que destrava o potencial da organização.
A liderança nas empresas tem sido tradicionalmente no masculino. Chegou a Portugal, num país em que ainda estamos a caminho da equidade, ainda que já começa a haver muitas mulheres líderes. Ficou surpreendida com o que encontrou em Portugal?
Na Danone, tenho a sorte de participar do Comité de Direção da Ibéria onde somos 54% mulheres. O que é raro de ver. Na Danone não sinto nenhum desafio específico pelo facto de ser mulher de sentir que tenho menos vantagem. Ao contrário. A Danone está num processo de incentivar mais mulheres para chegar a níveis de direção-geral. Nesse sentido acho que me surpreendi positivamente. No Brasil não era assim. Na Danone, como um todo, tem equidade de género. Mas em alguns países, no Brasil, por exemplo, não tinha essa equidade ao nível do Comité de Direção. Aqui temos essa equidade. Até somos maioria, o que é superpositivo. Mas reconheço que não foi sempre assim na minha carreira. Quando comecei a minha carreira não tinha os modelos de mulheres no topo a que podia aspirar. Por isso, sinto-me até responsável de poder ser um exemplo inspirador e de poder fazer com que mais mulheres almejem e se vejam como possíveis diretoras-gerais no futuro. Sinto uma responsabilidade grande. Eu orgulho-me bastante de ser mentora de várias mulheres ao redor do mundo. Mas acho que hoje não é só diversidade de género que precisamos procurar. Acho que uma diversidade até mais ampla de formas de ser, de formas de pensar. Tem tanta diversidade, porque a diversidade é o que traz inovação, é o que traz crescimento. Acredito muito na diversidade e acho que há muito por fazer ainda nesse sentido.
Mas difere assim tanto a liderança no feminino face à masculina?
Acho que tem diferença, sim, porque somos diferentes. E acho que é aí que está a riqueza. Existem os estereótipos de liderança masculina e feminina e tem pessoas que não encaixa no estereótipo. Mas somos diferentes, nós vemos o olhar diferente. O olhar do mundo é diferente. Acredito que a riqueza justamente está em ter esse olhar diverso. Mas o bom da Danone é que sinto que tem espaço para essa liderança feminina. Tem espaço e o que procuramos é autenticidade. Então, o que eu procuro é poder ser quem sou. E é isso que eu procuro ser exemplo inspirador, de que toda a gente que me vê perceba que não precisa ser de uma forma ou outra para chegar onde quer chegar. Que sendo quem é, trabalhando bem, entregando resultados e colaborando, consegue chegar onde quer.
E hoje, o que é que ainda a motiva, o que é que a inspira?
Sem dúvida, o que mais me motiva, é o impacto que posso ter nas pessoas. Como diretora-geral, acho que esse também é o motivo pelo qual procurei essa mudança para diretora-geral, acredito que tenho um impacto grande na cultura da empresa. Eu posso criar uma cultura diferente e acho que isso tem um impacto direto na vida das pessoas aqui dentro da Danone. Obviamente, entregar resultados me motiva muito, sou competitiva, eu gosto de entregar resultados. Mas o meu legado, quero que seja com as pessoas. Que as pessoas consigam ser a melhor versão de si mesmas aqui dentro da Danone. Que saiam da Danone e cheguem a casa felizes e que possam impactar a família. São 150 pessoas que têm famílias, quatro pessoas a seu cargo ou mais. E se essas pessoas saem daqui engajadas, motivadas, a achar que entregaram o seu melhor, que estão a crescer, que se estão a desenvolver chegam em casa e impactam outras quatro pessoas. O impacto que como líder da Danone posso ter na vida de muitas pessoas é o que mais me motiva. Isso dentro da Danone e fora da Danone também, o consumidor, as pessoas, o paciente. Temos produtos que, realmente, respondem a necessidades importantes, como colesterol, como fragilidade, como recuperação de doenças oncológicas. O facto de que nossos produtos, que estamos com carinho a desenvolver e pensar que chegam na casa das pessoas e que impactam diretamente a saúde das pessoas, para mim é o que me motiva e me dá energia para seguir para frente. Então, não é toda a gente que tem a sorte de poder falar que trabalha numa empresa que faz a vida das pessoas melhor. E é isso que me deixa realmente orgulhosa de trabalhar na Danone. Porque essa missão é real. A missão de realmente trazer saúde através da alimentação é o que nós respiramos todo dia. É energizante saber que estou a ter impacto tanto nos colaboradores como nas pessoas de fora.
E tem sido fácil fazer o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional?
Foi bom eu ter vindo primeiro, em abril, a minha família chegou em julho. Era a primeira vez que estava distante da minha família. No início achei que podia ser difícil. Mas foi bom porque me permitiu focar esses meses e entender bem o negócio. Quando eles chegaram já estava mais adaptada para poder ajudar na adaptação deles. Sim, fui super bem recebida aqui. As pessoas são muito calorosas, muito abertas. Sinto que foi uma boa transição. Mas acho que esse equilíbrio perfeito nunca existe. É como uma corda bamba. Há um momento que está para um lado, outro momento vai para o outro. Tem momentos que a vida profissional solicita mais. Tem momentos que a vida pessoal solicita um pouco mais. Mas o importante é se manter no equilíbrio e não cair dessa corda.
Já há hábitos portugueses que foram adotando ao longo destes meses?
Eu sou argentina, mas os meus últimos 15 anos foram vividos no Brasil. A forma de falar é bem diferente com os gerúndios. O que sinto que já incorporei naturalmente é um outro ritmo. No Brasil, em São Paulo, o ritmo é frenético. É uma cidade muito grande, perigosa. Incorporei o andar na rua com esta leveza, de não estar sempre com medo de alguém roubar o telemóvel. Estou a sentir uma leveza muito positiva na vida.
Como é que imagina a Danone nos próximos cinco anos?
Imagino a Danone a acelerar o crescimento. Sem dúvida, a continuar nesta pegada de entregar resultado. Com os Danoners comprometidos 100% e a ser a melhor versão de si mesmos, entregando o máximo. Orgulhosos dos resultados. E a servir os nossos pacientes e consumidores, melhorando a saúde das pessoas e dos nossos pacientes. Imagino-me orgulhosa daqui a cinco anos do que com certeza nós vamos conseguir.
Há alguns dados financeiros que possa referir sobre o desempenho em Portugal?
Os resultados da companhia são públicos, como um todo. A Danone como um todo publica os resultados num compromisso com a transparência. Sobre a Europa especificamente também estão lá os resultados. Em específico sobre a Ibéria e Portugal não divulgamos, mas o que posso dizer é que estamos a entregar resultados positivos e a acelerar o crescimento. Estamos, quarter após quarter, a entregar resultados positivos, tal como a Danone está a fazer como um todo. As ações têm vindo a valorizar. Há quatro anos estavam 50 euros por ação e tem estado quase nos 80 euros por ação. O mercado como um todo está a reconhecer a trajetória positiva da Danone nos últimos anos.
Se tivesse de resumir numa frase a sua missão em Portugal qual seria?
A missão em Portugal, eu diria que é acelerar o crescimento trazendo inovação e ciência no centro do nosso negócio e a fazer com que os Danoners se desenvolvam ao máximo potencial para poder entregar esses resultados.





