Se por um lado as facas, navalhas ou espadas são utilizadas há muitos anos, por outro a arte da cutelaria só começou a ganhar força em Portugal nos últimos tempos. “Há cerca de dois anos começou a haver muita gente a fazer navalhas em Portugal”, diz Gilberto Ferreira, fundador da empresa Facas Gilberto.
O cuteleiro, com negócio estabelecido na aldeia Aveleda, em Bragança, faz facas e navalhas, mas confessa ter um gosto maior pelas segundas. “Andar sem a navalha é como andar sem telemóvel, parece que falta alguma coisa no bolso”, afirma.
Gilberto usa “todo o tipo de materiais”, são exemplo as madeiras exóticas e os vários tipos de aço, e chegou mesmo a ser pioneiro no uso do damasco nas navalhas em Portugal. A obtenção dos materiais já foi um problema, mas deixou de o ser à medida que os conhecimentos foram aumentando.
Actualmente, Gilberto tem praticamente de tudo na loja que construiu ao lado do espaço onde cria. “Eu acho que tenho um bocadinho de tudo e se não tenho, faço”, afirma.
Esta arte exige muitas horas de trabalho, há navalhas que estão terminadas ao fim de algumas horas e outras que “nem se conta o tempo” porque dessa forma perderiam o valor. O preço de uma navalha pode chegar a valores muito elevados, especialmente se incluírem incrustações de ouro ou marfim, mas o ideal é que não ultrapasse a marca dos 500 euros, pois mais caro que isso “já é difícil de vender”.