O fit out refere-se a intervenções que tornam o espaço interior de um escritório mais moderno, agradável ou adequado para a ocupação a que se destina.
Implicando um investimento, o que uma análise da Cushman & Wakefield vem agora evidenciar é que Lisboa é uma das cidades europeias onde fazer este tipo de empreitada nos espaços comerciais é mais caro.
Lisboa surge no 21º posto, quase ao nível de Barcelona e Madrid e mais cara do que Roma.
Ranking | País | Cidade | Custos de fit out “chave na mão” de alta qualidade € por m2 |
1 | Reino Unido | Londres | 3.790 |
2 | Reino Unido | Manchester | 3.174 |
3 | Reino Unido | Birmingham | 2.989 |
4 | Alemanha | Hamburgo | 2.848 |
5 | Reino Unido | Glasgow | 2.835 |
6 | Alemanha | Munique | 2.757 |
7 | Irlanda | Dublin | 2.750 |
8 | Luxemburgo | Luxemburgo | 2.750 |
9 | Alemanha | Frankfurt | 2.729 |
10 | Alemanha | Berlim | 2.645 |
11 | França | Paris | 2.626 |
12 | Bélgica | Bruxelas | 2.415 |
13 | Suécia | Estocolmo | 2.092 |
14 | República Checa | Praga | 1.850 |
15 | Polónia | Varsóvia | 1.780 |
16 | Países baixos | Amsterdão | 1.700 |
17 | Espanha | Barcelona | 1.610 |
18 | Espanha | Madrid | 1.610 |
19 | Eslováquia | Bratislava | 1.606 |
20 | Hungria | Budapeste | 1.600 |
21 | Portugal | Lisboa | 1.593 |
22 | Sérvia | Belgrado | 1.494 |
23 | Itália | Milão | 1.400 |
24 | Itália | Roma | 1.400 |
25 | Turquia | Istambul | 1.300 |
Fonte: Cushman & Wakefield |
O “European Office Fit Out Cost Guide” da Cushman & Wakefield analisa 25 das principais cidades europeias e define os custos médios de obras de adaptação, de vários níveis de qualidade, com o intuito de ajudar os ocupantes a definir os orçamentos de relocalização dos escritórios.
Segundo a Cushman & Wakefield, os custos de fit out em toda a Europa aumentaram, em média, 9% durante o último ano, com o fit out chave na mão de um espaço de escritório de alta qualidade a situar-se numa média de €2.214 por metro quadrado.
Embora isto represente um aumento significativo deste indicador, “a sua variação está em linha com o pico da taxa de inflação verificada na zona euro e no Reino Unido”, refere a consultora.
De acordo com esta análise, as principais cidades britânicas e alemãs lideram a lista das regiões europeias com custos de fit out mais elevados, uma vez que as expectativas dos ocupantes, relativamente aos seus escritórios, continuam a aumentar após a pandemia.
Os elevados custos de fit out no Reino Unido e na Alemanha estão ainda a ser impulsionados por elevadas expectativas, em termos de sofisticação do design, soluções tecnológicas e qualidade de acabamentos.
Nos últimos 12 meses, o aumento da inflação tem sido a principal questão que tem afetado os custos de fit out, impulsionado por desequilíbrios significativos entre a oferta e a procura, resultantes da pressão nas cadeias de abastecimento, falta de mão de obra e o conflito na Ucrânia.
O que está a puxar os preços para cima…
“Embora a pressão na cadeia de abastecimento esteja gradualmente a ser resolvida, ainda existem obstáculos em produtos específicos, principalmente eletrónicos, e os custos de mão de obra continuam a ser elevados. A previsão do valor da inflação na zona euro, em 2023, é de 6,2%, mas espera-se que diminua para 2,7% em 2024. Neste contexto, é provável que os custos de produção permaneçam elevados a curto prazo, o que poderá fazer com que as construtoras continuem a ser avessas ao risco e a incluir maiores cláusulas de segurança para mitigar as atuais condições voláteis. No entanto, por outro lado, o abrandamento da economia resultou numa abordagem mais cautelosa por parte dos ocupantes, o que, juntamente com a tendência atual de redução das pegadas de carbono dos escritórios, significa que a dimensão do mercado diminuiu”, afirma a consultora.
… e o que pode levar os preços a baixar
A Cushman & Wakefield salienta, em sentido contrário, o aumento da concorrência para ganhar projetos e, por conseguinte, uma pressão descendente nos preços das propostas, à medida em que as margens se reduzem.
Metade do património imobiliário de toda a Europa tem mais de trinta anos e apenas 14% foi construído, ou substancialmente modernizado, nos últimos dez.
Ao longo da vida de um edifício de escritórios, podem existir até três ou quatro mudanças de fit out e, com os requisitos legislativos relacionados com a sustentabilidade a tornarem-se mais iminentes, “os senhorios devem considerar os custos ambientais, e a relação dos mesmos com os custos de construção dos edifícios”, diz a Cushman & Wakefield.
“Os ocupantes precisam, em simultâneo, de ter em conta os elevados custos para acomodar as melhorias tecnológicas e de sustentabilidade, sendo que os períodos de retorno, especialmente para eficiências de sustentabilidade, diminuíiram consideravelmente”.
Na perspetiva de Nic Wilkinson, Chair of Project & Development Services EMEA na Cushman & Wakefield, “as empresas estão a avançar a passos largos na redefinição da estratégia de ocupação dos escritórios e a importância, agora, atribuída à sustentabilidade e aos critérios de diversidade e inclusão não pode ser subestimada, uma vez que cada vez mais empresas se movem em direção à concretização de objetivos concretos nesta área. Em conjunto, isto impulsiona a procura por um espaço de escritórios melhor, no contexto de uma falta de oferta, e, também, ponderações logísticas e de custos consideráveis”.