O Secretário de Estado do Turismo, Pedro Machado, fez a a abertura da Conferência Doing Business Angola 2024 organizada pela Forbes África e pelo Jornal Económico, falando do tema do “aprofundamento das relações económicas” entre Portugal e Angola. Aliás na sua intervenção, o Governante português dirigiu-se a uma plateia onde estava o Ministro dos Transportes de Angola, Ricardo Viegas d’Abreu, revelando que “hoje à tarde senhor ministro vamos receber uma delegação de Angola na preparação também da visita oficial ao vosso país”.
“Portugal celebrou recentemente 866 anos de história, uma marca de nove séculos que não só reforça aquilo que é hoje o seu posicionamento do ponto de vista das relações bilaterais mas também do seu posicionamento numa nova economia mais globalizante mas também simultaneamente mais desafiante”, frisou Pedro Machado que lembrou que “inventamos o astrolábio e a técnica de viajar com ventos contrários”.
“Quando se navega sem orientação nenhum vento é favorável”, disse o governante citando Cénica, como metáfora para o objetivo da relação com Angola. Pois Portugal é um dos principais parceiros comerciais de Angola.
Pedro Machado citou a análise anual de 67 economias globais e da sua capacidade de gerar prosperidade elaborada pelo IMD World Competitiveness Center (WCC), divulgado esta segunda-feira, onde Portugal melhorou três posições e é o 36.º no ‘Ranking’ de Competitividade Mundial do IMD 2024, registando o “seu melhor desempenho desde 2021”, subindo em quatro indicadores, entre eles o desempenho económico.
“Portugal melhorou nos indicador quer do ponto de vista das infraestruturas, do seu desempenho económico, quer da sua eficiência empresarial” realça o secretário de Estado que lembra que “hoje Portugal tem uma economia mais ágil, mais dinâmica e mais global”.
O governante falou ainda dos “drivers principais” da economia portuguesa. “Em primeiro lugar o driver da internacionalização, que é uma das portas para reforçar a capacidade de atrair novos investimentos mas também de reforçar as relações que já hoje têm nomeadamente com os países oficiais língua portuguesa. O desafio da competitividade com o da internacionalização, obviamente associado a alguns dos seus setores estratégicos que é caso do turismo”, revelou Pedro Machado.
O secretário de Estado do Turismo referiu ainda que “o turismo representa 16% do PIB português, o que em 2023 se traduziu na recepção de mais de 30 milhões de turistas em Portugal, que se traduziu em mais de 70 milhões de dormidas e significa mais de 21 mil milhões de euros de receitas, o que faz deste um sector absolutamente estratégico”.
“À data estamos com um crescimento exponencial na ordem dos 3,5% comparando com 2023, em matéria de fluxo, e com um crescimento de 10,3% em termos de receitas”, acrescentou.
“Os desafios que se colocam hoje a Portugal e ao mundo em matéria de turismo tem muito a ver com aquilo que são as previsões e as tendências do médio e do longo prazo. Estimamos, no caso de Portugal, que em 2050 teremos consequências inevitáveis processo de alteração climática que se traduz num conjunto de consequências inclusivamente de ordem social”.
O secretário de Estado diz que Portugal estima que “em 2050 teremos qualquer coisa como 216 milhões de migrantes o que é de facto um valor extraordinariamente preocupante em matéria da organização”.
“Estimamos nós que em 2050 na Europa, e em Portugal em concreto, teremos qualquer coisa como mais de uma taxa de envelhecimento particularmente relevante ao contrário, felizmente, dos países da África cuja perspetiva de crescimento ao nível da população é saldo positivo mas, pasme-se Portugal , está hoje entre os países da Europa mais envelhecidos e em 2050 teremos cerca 297 idosos por cada 100 jovens”, alertou o governante.
“Teremos naturalmente aquilo que é faz parte de uma preocupação que resulta também das alterações climáticas, da introdução da inteligência artificial e do que ela pode representar, ou seja, um mundo cada vez mais global”, considera Pedro Machado que antevê “uma Índia que passa a China em dimensão populacional e altera quer os corredores e os modelos de negócio quer pelos próprios circuitos internacionais”.
“O turismo precisa urgentemente de ter mais gente de sustentabilidade consistente e progressiva onde este tema já não é um tema léxico, é um tema de operação”, disse
Estes desafios da internacionalização e da competitividade passam pelo transporte aéreo e este foi o mote para o governante lembrar a decisão tomada por este Governo de construir o novo aeroporto em Alcochete.
“Assim como aquilo que é a capacitação e a captação das empresas portuguesas para novos programas de investimento, sejam parcerias estabelecidas com os países, como é o caso de Angola, seja do ponto de vista daquilo que já estamos a fazê-lo, também com Angola, e que são os projetos de formação, de capacitação e educação onde queremos estreitar as nossas relações. Aliás achamos mesmo que base de uma relação bilateral têm que ter sempre na sua base uma forte componente de capacitação, da formação, do ensino, da educação”, referiu.
Pedro Machado mostrou por fim “total abertura do nosso país para aquilo que são os países que aqui acolhemos”.
“Temos um elemento extraordinário que é a nossa maior riqueza que é língua, este veículo extraordinário da língua portuguesa que nos aproxima, que facilita as nossas relações, sejam pessoais sejam institucionais, mas também comerciais e empresariais, e que nos dá a garantia que passado nove séculos temos ainda muitos séculos pela frente”, realçou o secretário de Estado do Turismo.
“Sejam bem vindos, contem com o Governo português, contem com o Ministério da Economia, é para isso que trabalhamos todos os dias”, concluiu Pedro Machado que representou o Ministério liderado por Pedro Reis.