O relatório final do júri do concurso público para a conceção da nova ponte sobre o Rio Douro propôs à administração da Metro do Porto a adjudicação do projeto ao consórcio formado pela Prof. Edgar Cardoso – Engenharia e Laboratório de Estruturas, pela Arenas & Asociados, Ingenería de Diseño SLP e pela NOARQ.
O contrato para o desenvolvimento do projeto será assinado nos próximos dias, representando um investimento de um milhão e 120 mil euros.
Já a obra propriamente dita terá um custo orçado em 50,5 milhões de euros e um prazo de execução de 970 dias.
A proposta do consórcio vencedor consiste numa ponte com um pórtico com escoras inclinadas, suportada integralmente em betão e com um perfil longitudinal a uma altura ligeiramente superior à da Ponte da Arrábida, de modo a não constituir um obstáculo visual.
A ponte a desenvolver vai unir o Campo Alegre, no Porto, ao Candal, em Vila Nova de Gaia, sendo parte obrigatória de uma nova linha de Metro – a Linha Rubi – que ligará as estações da Casa da Música e de Santo Ovídeo.
A nova ponte ficará localizada entre a Ponte da Arrábida e a Ponte Luís I. A nova travessia será a sétima a unir as duas margens do Douro entre Gaia e Porto, indo acrescentar-se às pontes do Freixo (ponte rodoviária); de São João (ponte ferroviária); D. Maria Pia (ponte ferroviária); Infante D. Henrique (ponte rodoviária); Luís I (Metro no tabuleiro superior e automóveis no tabuleiro inferior); e da Arrábida (ponte rodoviária).
Totalmente financiadas pelo PPR
Tanto a futura ponte como a nova linha são totalmente financiadas a fundo perdido por verbas inscritas no PRR (Plano de Recuperação e Resiliência) e estarão construídas e em funcionamento até ao final de 2025.
Esta será a sétima travessia entre o Porto e Vila Nova de Gaia, prevendo-se que comece a ser construída já na primeira metade do próximo ano.
O tabuleiro da ponte será exclusivamente reservado ao Metro, aos peões e bicicletas.
“Tanto a Metro do Porto como o consórcio agora escolhido irão trabalhar em estreita cooperação com a câmaras municipais do Porto e de Vila Nova de Gaia e com todas as partes envolvidas – designadamente a Faculdade de Arquitetura e a Reitoria da Universidade do Porto”, refere a Metro do Porto que pretende alcançar a melhor solução de integração paisagística da nova ponte em ambas as margens do rio Douro.
O júri foi composto por Inês Lobo e Alexandre Alves Costa (ambos em representação da Ordem dos Arquitetos), Rui Calçada e Júlio Appleton (indicados pela Ordem dos Engenheiros), Amândio Dias (da Direção Regional de Cultura do Norte), Eduardo Souto de Moura (em nome da Câmara Municipal do Porto), Serafim Silva Martins (pela Câmara de Vila Nova de Gaia) e Lúcia Leão Lourenço, que presidiu, Joana Barros, Victor Silva e Miguel Osório de Castro (os quatro representando a Metro do Porto).
Tiago Braga, presidente do Conselho de Administração da Metro do Porto, afirma que a nova ponte sobre o Douro tornará “a região ainda mais coesa, ambientalmente sustentável e competitiva. Trata-se de bem mais do que uma ponte. A ponte é parte de um conjunto mais vasto, uma nova linha entre a Boavista e Santo Ovídio, com ligação ao comboio nas Devesas, de forma a servir toda a zona sul da Área Metropolitana do Porto, e com um potencial de procura fortíssimo. Mais, numa altura em que as questões energéticas estão ainda mais na ordem do dia, esta ponte e esta linha são o mais forte contributo para a descarbonização da mobilidade nesta região, uma vez que este é o eixo alternativo à circulação automóvel na Ponte da Arrábida e a parte da VCI, contribuindo estruturalmente para uma menor dependência nacional de combustíveis fósseis”.