Catorze municípios de cinco comunidades intermunicipais (CIM) integram o consórcio promotor da candidatura da Estratégia de Eficiência Coletiva (EEC) PROVERE Portugal Romano, apresentado em Condeixa-a-Nova.
Além da assinatura do contrato de constituição do consórcio Portugal Romano, por dezenas de entidades públicas e privadas, liderado pela Associação de Municípios do Portugal Romano, foi apresentada a matriz estratégica do projeto, numa cerimónia realizada no auditório do Museu PO.RO.S – Portugal Romano de Sicó, naquela vila do distrito de Coimbra.
O consórcio assumirá a preparação da candidatura ao Aviso Centro 2030 – ITI_PROVERE-2023-1, bem como do programa de ação da Rede Portugal Romano, “enquanto elemento norteador de uma estratégia que reforce a valorização do potencial endógeno e patrimonial” da herança da romanização em Portugal e que “aumente a atratividade do território”, segundo os promotores.
O legado da ocupação romana representa “um património distintivo” do Centro, a par de outras regiões do país, afirmou o presidente da Câmara Municipal de Condeixa-a-Nova, Nuno Moita, ao defender que a sua valorização cultural e económica “tem estado aquém” do necessário.
A antiga cidade romana de Conímbriga, com o seu campo arqueológico, e o adjacente Museu Nacional situam-se no concelho de Condeixa-a-Nova.
Trata-se de um desígnio que “continua a não a ser bem trabalhado”, mas que merece um maior envolvimento dos municípios e das respetivas CIM.
Os 14 municípios abrangidos pela candidatura são Condeixa-a-Nova, Montemor-o-Velho, Oliveira do Hospital, Penela, Soure, Tábua (Região de Coimbra), Alvaiázere, Ansião, Pombal (Região de Leiria), Tomar, Torres Novas (Médio Tejo), Belmonte (Beiras e Serra da Estrela), Mangualde e São Pedro do Sul (Viseu Dão Lafões).
O Programa de Valorização Económica dos Recursos Endógenos (PROVERE), de acordo com a Associação de Municípios do Portugal Romano, criada em 2020 e cuja direção é presidida por Nuno Moita, está “especialmente vocacionado para territórios de baixa densidade, com o objetivo de dar valor económico a recursos endógenos, fomentar a competitividade desses espaços através da dinamização de atividades de base económica inovadoras, para além da diversificação económica e cultural, que contribuam para a criação de emprego e fixação de pessoas”.
Emílio Torrão, presidente da CIM da Região de Coimbra, frisou a importância de os membros do consórcio trabalharem juntos, seguindo o exemplo dos romanos, que funcionavam em rede para um resultado comum muito mais qualificado.
“Unidos seremos mais fortes e sobretudo mais eficazes”, preconizou o também presidente do município de Montemor-o-Velho.
Por sua vez, a presidente da assembleia geral da Associação do Portugal Romano, Graça Silva, vereadora da Câmara de Oliveira do Hospital, disse que a criação do consórcio é um exemplo de como se constrói um território de futuro com base no seu passado.
A candidatura ao PROVERE deverá “contribuir para a preservação dos vestígios e legado histórico-cultural do povo romano”, salientou Elisa Santos, da empresa Inova, ao apresentar o projeto.
“Promover a investigação e o conhecimento científico” é outro dos objetivos, o que passará, designadamente, por trabalhos de “identificação e musealização”, além de investigação, incluindo “participação em redes de investigação internacionais”, informou.
Lusa