Conheça a Wsense, startup italiana que explora Wi-fi no fundo do mar

A capital de risco portuguesa, Indico Capital Partners, liderada por Stephan de Moraes, sócio-gerente, e que conta ainda com a empreendedora Cristina Fonseca acaba de anunciar que se juntou a um grupo de investidores que vai financiar em 10 milhões de euros uma nova ronda de investimento na startup italiana WSense. Trata-se de uma plataforma…
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A portuguesa Indico Capital Partners acaba de anunciar que se juntou ao grupo de investidores da tecnológica italiana que desenvolveu uma plataforma de tecnologia subaquática que dá voz aos oceanos.
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A capital de risco portuguesa, Indico Capital Partners, liderada por Stephan de Moraes, sócio-gerente, e que conta ainda com a empreendedora Cristina Fonseca acaba de anunciar que se juntou a um grupo de investidores que vai financiar em 10 milhões de euros uma nova ronda de investimento na startup italiana WSense. Trata-se de uma plataforma de tecnologia subaquática que dá voz ao oceano, permitindo a recolha contínua e em tempo real de dados marinhos de alta densidade para monitorizar os nossos oceanos.

Além da Indico, participaram nesta ronda investidores já existentes na estrutura da empresa, como a CDP Venture Capital SGR, a Blue Ocean by SWEN, a RunwayFBU, a Axon Partners Group, bem como a Fincantieri e a Rypples. Sediada em Portugal, a Indico é uma gestora independente de fundos de capital de risco, que investe em empresas tecnológicas sustentáveis, localizadas essencialmente no sul da Europa. Desde 2019, a sociedade já investiu mais de 122 milhões de euros em 53 empresas, as quais angariaram mais de 2,5 mil milhões de euros de investidores globais. A Indico é frequentemente o primeiro investidor numa startup e, dada a experiência das equipas, trabalha em estreita colaboração com as empresas do seu portfólio.

Desde 2019, a Indico já investiu mais de 122 milhões de euros em 53 empresas, as quais angariaram mais de 2,5 mil milhões de euros de investidores globais.

Relativamente à WSense, esta startup atua num setor com elevado potencial de crescimento, e que deverá atingir um valor de mercado de 400 mil milhões de euros entre 2024 e 2030, com soluções tecnológicas inovadoras a representarem mais de 30 mil milhões de euros. A WSense tem como alvo o mercado global de comunicações subaquáticas, estimado em cerca de 10 mil milhões de euros. A crescente importância estratégica do domínio submarino é evidenciada pelo facto de que existem atualmente 552 cabos submarinos com um total de 1,4 milhões de quilómetros, através dos quais 98% das comunicações digitais globais são transmitidas.

A empresa italiana de tecnologia oceânica que possibilita a Internet das Coisas Submarinas (IoUT) através dos seus sistemas de “Wi-Fi submarino” foi fundada em 2017 por Chiara Petrioli, professora de Engenharia Informática na Universidade Sapienza, CEO da mesma desde 2022. A Wsense oferece soluções inovadoras e exclusivas que garantem a interoperabilidade perfeita de redes sem fios adaptativas entre sensores subaquáticos de vários fornecedores e veículos autónomos. As suas tecnologias patenteadas permitem comunicações sem fios subaquáticas em tempo real, seguras e económicas, tornando possível a recolha de big data oceânicos numa escala sem precedentes.

Chiara Petrioli afirma que desde criança é fascinada pelas descrições do fundo do mar feitas por Julio Verne e hoje está a explorar o fundo do mar com tecnologia que ela própria desenvolveu. É uma das investigadoras mais conceituadas no mundo no seu campo de trabalho, tendo recebido já inúmeras distinções ao longo da sua carreira.

A Indico revela, em comunicado, que esta capacidade está a revolucionar a nossa compreensão dos ecossistemas marinhos e a permitir novas aplicações — desde a monitorização e proteção de infraestruturas críticas, passando por redes robóticas autónomas residentes que apoiam a transição energética, até à monitorização ambiental em tempo real.

«A entrada de novos investidores, como a Indico Capital Partners e a SIMEST, representa um forte reconhecimento do valor da nossa tecnologia e da nossa estratégia de crescimento internacional. Com a conclusão desta ronda — que eleva o financiamento total da WSense para mais de 25 milhões de euros — e graças ao apoio de parceiros industriais e financeiros de renome, iremos acelerar o desenvolvimento de soluções IoUT de ponta para a transição energética, a segurança das infraestruturas e a proteção dos oceanos”, refere Chiara Petrioli.

Chiara afirma que desde criança é fascinada pelas descrições do fundo do mar de Julio Verne e hoje está a explorar o fundo do mar com tecnologia que ela própria desenvolveu. É uma das investigadoras mais conceituadas no mundo no seu campo de trabalho, tendo recebido já inúmeras distinções ao longo da sua carreira.

A principal missão da WSense é dar voz ao oceano, permitindo a recolha de dados oceânicos em grande escala, alta densidade e contínua, em tempo real, cuidando dos ecossistemas marinhos. A startup possibilita uma compreensão mais profunda do oceano, incluindo o seu papel vital para enfrentar a crise climática e da biodiversidade, e possibilita uma transição para uma economia oceânica regenerativa, produtiva, segura e responsável. Conta, para isso, com uma equipa de mais de 80 engenheiros e investigadores, tendo escritórios na Itália, na Noruega e no Reino Unido, e ainda colaboradores na França e nos Emirados Árabes Unidos. Até à data, a WSense transmitiu mais de 2,2 milhões de pontos de dados oceânicos em tempo real, cobrindo mais de 48 parâmetros metoceanográficos.

“A WSense é um excelente exemplo das capacidades tecnológicas avançadas da Itália e das oportunidades emergentes nas tecnologias relacionadas com o oceano”, diz Stephan de Moraes. 

Na sua lista de parceiros comerciais conta-se o ministério da Defesa italiano, a Marinha italiana, o Centro Nacional de Oceanografia, o Instituto Superior de Proteção Ambiental e Investigação (ISPRA), o Instituto Nacional de Geofísica e Vulcanologia (INGV), a Agência Nacional para as Novas Tecnologias (ENEA), bem como parcerias com grandes empresas como Leonardo, Saipem, Terna, Fincantieri, AkerBP, A2A, ENI e Alcatel Submarine Networks.

Para Stephan de Moraes, “A WSense é um excelente exemplo das capacidades tecnológicas avançadas da Itália e das oportunidades emergentes nas tecnologias relacionadas com o oceano. Como empresa de tecnologia de dupla utilização, com parceiros industriais sólidos e uma trajetória de crescimento clara, a Wsense está bem posicionada para a próxima fase de desenvolvimento. Estamos muito satisfeitos por apoiar esta nova fase de crescimento e ansiosos por trabalhar em estreita colaboração com a equipa da Wsense”.

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