É uma startup portuguesa na área da saúde digital e já está a dar cartas no mundo. A iLoF foi fundada pelo português Luís Valente, CEO, um líder destacado na lista europeia da Forbes como 30 Under 30, na classe de 2020, na área da ciência e saúde, pela cientista portuguesa Paula Sampaio e pela britânica, especialista em medicina, Mehak Mumtaz. Sediada no Porto, a empresa de deep tech desenvolveu um processo não invasivo de análise, através da sua plataforma de Inteligência Artificial (IA), a Optomics, que vai agora apoiar a investigação de tratamentos eficazes para a doença Alzheimer, condição que afeta mais de 55 milhões de pessoas em todo o mundo.
A iLoF anunciou que acaba de ganhar um contrato de investigação clínica no valor de 1,5 milhões de dólares (cerca de 1,425 milhões de euros) da Innovate UK, a agência estatal de inovação do Reino Unido. O contrato prevê que a plataforma Optomics, desenvolvida pela startup, seja utilizado no estudo Bio-Hermes-002, uma investigação internacional que está a revolucionar a pesquisa e tratamento desta doença a nível mundial.
Este research vai envolver mais de mil participantes na procura de bio-marcadores digitais e sanguíneos para ajudar a ampliar o conhecimento científico sobre a doença de Alzheimer
A iLoF foi selecionada para este estudo clínico através do programa “Contracts for Innovation” da Innovate UK, que apoia organizações do setor público na procura de resposta a desafios complexos, através do financiamento de novas soluções tecnológicas. A plataforma Optomics contém um processo não-invasivo de análise clínica, através de uma tecnologia que combina fotónica com a análise massiva de dados multimodais, e vai ser aplicada em mais de 30 centros clinicos, nos Estados Unidos, no Canadá e no Reino Unido, geografias nas quais está a decorrer o estudo.
Este research vai envolver mais de mil participantes na procura de bio-marcadores digitais e sanguíneos para ajudar a ampliar o conhecimento científico sobre a doença de Alzheimer. Pretende incluir um conjunto diversificado de indivíduos, desde um défice cognitivo ligeiro, a doença de Alzheimer moderada, até controlos cognitivamente normais.
O papel da startup portuguesa
Os dados retirados da investigação vão ser processados pela plataforma da iLoF, que consegue encurtar os períodos de análise e revolucionar a dimensão de informação fornecida, fornecendo uma triagem de pacientes mais rigorosa, humana personalizada.
A utilização desta plataforma promete melhorar a estratificação dos pacientes, reduzindo os erros da triagem em ensaio clínico, melhorando a eficiência da investigação. Numa doença ainda sem cura, acelerar o desenvolvimento do diagnóstico e o desenvolvimento de um possível tratamento revela-se crucial.
Citado em comunicado, Luís Valente refere que o acesso a este conjunto de dados é “uma oportunidade única, de importância vital para expandir a nossa crescente biblioteca de perfis biológicos, bem como para permitir explorar outras aplicações para a Optomics. O objetivo é aumentar a sensibilidade da Optomics a uma gama mais vasta de perfis biológicos, permitindo-lhe enfrentar desafios maiores e mais complexos, e aumentar o seu impacto na luta contra a doença de Alzheimer”.