O Município de Montemor-o-Velho, no distrito de Coimbra, está a testar exclusivamente uma aplicação que monitoriza em tempo real a quantidade de biorresíduos compostados por agregado familiar participante.
“Vamos testar uma aplicação – a Compostuga –, que vai permitir fazer um acompanhamento da compostagem. Através de jogos e de outras ferramentas interativas, os munícipes vão poder saber quantos quilogramas de biorresíduos já compostaram, qual o impacto da compostagem feita para o planeta e quais os marcos atingidos, estimulando uma maior interação e uma maior compostagem”, disse hoje à agência Lusa o presidente da Câmara Municipal de Montemor-o-Velho, Emílio Torrão.
Esta app vai ser testada, de forma exclusiva, através de uma parceria com o município, no âmbito do projeto-piloto “Compostagem em MOVimento”, desenvolvido no âmbito do programa RecolhaBio – apoio à Implementação de Projetos de Recolha Seletiva de Biorresíduos, financiado pelo Fundo Ambiental.
A Compostuga foi desenvolvida em parceria com quatro alunos de mestrado da Nova School of Business and Economics, em Carcavelos, no município de Cascais (distrito de Lisboa), sob orientação do professor e mestre em Ciências da Computação Hugo Menino Aguiar.
“Mais uma vez, estamos na vanguarda. Com este projeto da Compostagem em MOVimento, Montemor-o-Velho é pioneiro na monitorização dos resíduos”, sublinhou o autarca.
Famílias com mais pontos podem adquirir floresta virtual
A aplicação recolhe informações que são armazenadas na base de dados, nomeadamente o número de pessoas por agregado familiar, volume de biorresíduos compostados semanalmente e tipos de resíduos que estão a colocar no compostor.
As famílias que acumulam mais pontos de experiência podem “adquirir” uma floresta virtual, que será convertida na plantação de árvores no concelho.
Todos os residentes em Montemor-o-Velho têm acesso gratuito à Compostuga, de modo a incentivar a compostagem doméstica e permitir ao município uma melhor monitorização dos resultados deste projeto.
A aplicação é um ‘habit tracker’ (rastreador de hábitos) de compostagem que auxilia a monitorização do desvio de biorresíduos do fluxo de resíduos indiferenciados em tempo real, estimulando os utilizadores através de experiências interativas, como quadros de liderança e o cultivo de florestas digitais e gamificação.
Cada utilizador sabe exatamente quantos quilos de biorresíduos compostou e qual foi o impacto positivo disso para o planeta.
A Compostuga disponibiliza também relatórios mensais sobre os hábitos do utilizador, sendo-lhes comunicada as suas conquistas atingidas naquele mês.
Segundo a autarquia, é a primeira ferramenta de rastreio de biorresíduos em tempo real em Portugal.
“Em 2024, sendo obrigatória a separação dessa categoria de resíduos, a aplicação poderá revolucionar o setor”, sustentou o município.
Em declarações à Lusa, o presidente da Câmara afirmou que quer tornar o concelho de Montemor-o-Velho num território ainda mais sustentável, nomeadamente no que respeita à transição para uma economia circular.
“Temos de reduzir o envio de resíduos para aterro, o que vai implicar uma necessária e urgente mudança de comportamento que vai fazer com que a nossa fatura energética fique mais baixa, ao mesmo tempo que evitamos o desperdício e cuidamos do planeta para os nossos filhos e netos”, concluiu.
Lusa