O empresário imobiliário Alexandre Rizk abriu recentemente o The Lexi, o primeiro hotel em Sin City a permitir que os hóspedes fumem canábis nos quartos, sendo que o plano é expandir a marca.
O mais novo hotel de Las Vegas conta com 64 quartos, apenas para adultos, tornou-se oficialmente o primeiro hotel amigo da erva na não menos conhecida “Cidade do Pecado”.
O hotel é “inclusivo para a canábis, não centrado na canábis”, explica Alexandre Rizk, o empresário imobiliário de 44 anos que comprou, no ano passado, o antigo edifício The Artisan por 12 milhões de dólares em conjunto com um pequeno grupo de investidores.
Esta distinção é importante para Rizk. Isto porque o novo boutique hotel não venderá erva, nem os hóspedes que não a consomem serão bombardeados com o fumo da mesma.
O The Lexi foi inaugurado no início de junho, depois de o empresário ter gastado cerca de três milhões de dólares em reformas, que incluem um sistema de filtragem de ar de última geração no quarto andar – onde todas as suítes são numeradas descaradamente 420a, 420b, 420c – para acomodar os quartos canábis friendly.
Apenas os hóspedes pagantes – uma suíte custa entre 180 dólares (cerca de 165 euros) e 400 dólares (cerca de 366 euros), dependendo da noite – com quartos naquele andar podem consumir erva. E não é permitido fumar nas áreas públicas, incluindo na zona da piscina.
Como convém a um novo hotel em Las Vegas, o The Lexi também está a apostar na sorte quando se trata da sua política de canábis, já que a propriedade não tem licença de consumo de erva. O hotel também não conseguiria licença sem mudanças nas leis estaduais relativas à canábis, que proíbem os dispensários ou outros estabelecimentos de marijuana de abrir a menos de 457.2 metros de um casino. O The Lexi não tem casino, mas fica a essa distância do salão de jogos da Palace Station. No entanto, ainda não é claro se a unidade hoteleira precisa de uma licença de consumo para permitir que os hóspedes fumem nos seus quartos.
A canábis para uso recreativo é legal no Nevada desde 2016, mas o consumo público é proibido. Isso significa que comprar marijuana é muito fácil para os 38 milhões de turistas que visitam Sin City todos os anos, mas encontrar um lugar para fumar legalmente é difícil.
Como a marijuana ainda é ilegal a nível federal, todos os hotéis-casinos proíbem de a fumar e os salões de consumo licenciados demoraram a abrir. Então, Rizk, cuja empresa também é dona do Clarendon Hotel em Phoenix, que aceita canábis, decidiu fazer do The Lexi um oásis de marijuana no deserto de Las Vegas. O único problema é que seu modelo de negócios está numa área não testada da lei do estado de Nevada. “Todos querem ser meus advogados”, diz Rizk salientando ainda que “o facto é que é uma área cinzenta”.
Em declarações à FORBES, a responsável de informação pública do Nevada Cannabis Compliance Board, Tiana Bohner, defende que “o The Lexi não possui uma licença estadual de canábis de qualquer tipo, inclusive para um salão de consumo de canábis”. E acrescentou que “o CCB não foi contactado pelo The Lexi, pelo que não podemos comentar a legalidade dos seus planos de negócios específicos sem informações adicionais.”
Apesar de admitir que é uma zona cinzenta Alexandre Rizk mantém-se inflexível: “Não estamos a quebrar nenhuma regra”. E garante que não vai deixar escapar esta oportunidade. “Vou ser o mais agressivo possível”, diz o empresário que nasceu em Montreal e mudou-se para o Phoenix depois de servir oito anos no exército canadiano.
Alexandre Rizk dá os créditos à pandemia por inspirá-lo a operar dois hotéis amigos da canábis, os quais, agora fazem parte da sua marca de boutique hotéis pró-marijuana chamada Elevations Hotels and Resorts.O The Lexi é um importante teste para o gestor, que planeia expandir sua marca Elevations para Los Angeles, Palms Springs, San Francisco e Oregon. “O meu foco é conseguir entre cinco e seis hotéis, com o mesmo conceito em Elevations.”
Will Yakowicz/Forbes Internacional