Ainda no rescaldo do Dia Internacional da Mulher, o estudo “#BreakTheBias – Gender Equity at Work” do ManpowerGroup revela que existe uma preocupação cada vez maior por parte dos empregadores com a equidade de género e a diversidade: 78% das empresas nacionais medem regularmente indicadores de paridade entre homens e mulheres. Destas, 57% medem a equidade salarial, 27% analisam o número de profissionais do sexo feminino em posições de gestão e 22% em posições tradicionalmente dominadas por homens. Um total de 18% das empresas acompanham a percentagem de colaboradoras em posições de liderança.
No que respeita à diversidade, 74% das empresas revela preocupar-se com esta temática, com 28% a medirem regularmente o número total de trabalhadores, com diferentes origens e percursos que estão em posições de liderança e 19% que se focam na análise da percentagem de mulheres de diferentes origens e percursos que ocupam essas posições. “Conclui-se assim que 85% dos empregadores portugueses acompanham regularmente pelo menos um destes indicadores de paridade e diversidade, sendo nos setores das Organizações Sem Fins Lucrativos, Banca, Finanças e Seguros, e Construção que as empresas são mais ativas, com 100%, 95% e 93%, respetivamente, a demonstrarem maior atenção”, dizem os autores da análise.
Empresas têm de atuar para corrigir este desequílibrio
No entanto, a “forte redução do número de trabalhadores dedicados aos setores mais impactados pela pandemia – e tipicamente mais femininos –, como é o caso do retalho, da restauração ou da hotelaria, aliada à necessidade de as mulheres assumirem mais papéis familiares, como cuidadoras e educadoras, durante os confinamentos, provocou um retrocesso na paridade de género nas organizações. Esta realidade veio evidenciar a necessidade de as empresas atuarem de forma ativa para corrigir este desequilíbrio, nomeadamente através da criação propostas de valor direcionadas e baseadas nas necessidades das suas colaboradoras, colocando assim toda a força de trabalho em condições de igualdade”, explica Rui Teixeira, Chief Operations Officer do ManpowerGroup Portugal.
“Para se alcançarem os desejados progressos na paridade de género, as empresas deverão desenvolver estratégias de inclusão que considerem elementos como a flexibilidade, a mentoria ou a valorização dos resultados, em vez da presença no escritório, reforçando o equilíbrio entre a vida pessoal e profissional, já conquistada e valorizada por todos”, acrescenta Rui Teixeira.
No entendimento deste responsável, “este esforço deve ser complementado com um maior acesso a oportunidades em setores de crescimento, onde as mulheres ainda estão sub-representadas, como é o caso da tecnologia, logística ou vendas. Programas de upskilling promovidos pelas organizações serão diferenciadores na atração e retenção de talento, ajudando estas profissionais a adquirirem competências para funções e carreiras de futuro”.