A Klarna, serviço de banca de retalho, pagamentos e compras a nível global, acaba de lançar o mais recente estudo Shopping Pulse: Portugal, onde revela que os hábitos de consumo dos portugueses estão a tornar-se cada vez mais digitais: quase metade (47%) a afirmar que irá comprar maioritariamente online em 2023, valor acima de mercados como os EUA (45%), França (35%) e Países Baixos (42%). A percentagem sobe entre a Geração Z, onde 62% dos inquiridos admitem comprar apenas online no futuro.
O relatório divulgado inclui informações sobre os hábitos e expectativas de consumo dos portugueses, comparando com dados internacionais de mais de 18.000 consumidores em 11 países como os EUA, Reino Unido, Austrália, Alemanha, Áustria, Países Baixos, Bélgica, França, Suécia, Noruega e Finlândia).
Lojas precisam de investir em nova tecnologia
Segundo a análise, existem ainda alguns pontos da experiência de compra online que precisam de ser melhorados, sendo que a larga maioria dos consumidores (79%) acredita que as marcas e lojas precisam de investir em nova tecnologia para irem ao encontro das expectativas da sua base de clientes.
Impossibilidade de experimentar antes de comprar, processos de devolução complexos e poucas opções de pagamento são entraves apontados pelos portugueses.
O documento indica que 80% dos consumidores portugueses deixa de comprar online devido a incertezas sobre se vão querer ficar com o produto, podendo as marcas e lojas usar esta informação como uma oportunidade, pois 82% dos consumidores afirmam preferir receber os produtos antes de pagarem a totalidade dos mesmos. Também mais de metade dos inquiridos (60%) diz que compraria mais online se houvesse maior escolha de meios de pagamento disponíveis.
“Os consumidores portugueses estão ávidos de transformação digital, mas muitos hesitam em comprar online pois receiam gastar dinheiro em produtos que podem não ser exatamente o que esperam. Quase todos os consumidores portugueses acreditam que a cadeia logística pode melhorar e três em cinco comprariam mais online se pudessem receber o produto antes de o pagar na totalidade”, diz Alexandre Fernandes, Head of Business Development da Klarna em Portugal.
“Os consumidores portugueses estão ávidos de transformação digital, mas muitos hesitam em comprar online”, diz Alexandre Fernandes, da Klarna.
Este responsável acrescenta que “está absolutamente claro que os portugueses querem tornar-se mais digitais na forma como comprar, e as marcas têm aqui a oportunidade de desbloquearem o seu crescimento, tendo a logística certa em torno das suas estratégias.”
O relatório da Klarna destaca ainda outros indicadores:
- Compras mobile crescem
As preferências do dispositivo utilizado na compra estão a mudar, com 7 em 10 consumidores a referir que compraram com maior frequência no telemóvel, face aos últimos dois anos. Comparações de preços (94%), procura de promoções (97%) e acompanhar as entregas e devoluções (96%) são as atividades mais comuns – relacionadas com compras – feitas num telemóvel. - Experiência de compra online mantém-se complexa
Os portugueses pretendem comprar mais online de hoje a um ano, mas continuam a apontar defeitos e complexidade à experiência de compra. Impossibilidade de ver ou experimentar produtos (51%), custos de envio (50%) e incertezas nas datas de entrega (27%) são os principais obstáculos. - Investimento em novas tecnologias é essencial
A maioria dos portugueses (79%) acredita que as marcas precisam de continuar a investir em novas tecnologias para irem ao encontro das necessidades dos consumidores. Esta é uma realidade transversal a todas as gerações: 72% para a Gen Z, 80% para Millennials, 78% para Gen X e 83% para Baby Boomers). - Entregas e devoluções eficientes são preferências dos portugueses
São três quartos (76%) os consumidores que acreditam que as marcas precisam de melhorar os seus processos de devolução. Quase metade (44%) teve de esperar pelo seu dinheiro mais de oito dias e 30% mais de três dias. “Assim, não surpreende que 80% dos consumidores portugueses evitam comprar online devido à incerteza de se irão manter o produto”, comentam os autores do estudo. - Pagamentos são vistos como um bloqueio ao e-commerce
Mais de metade dos inquiridos (53%) procuram uma forma mais simples para pagarem e três em cinco (60%) compraria mais online se tivesse maior escolha de meios de pagamento disponíveis. - Consumidores procuram por diferentes opções de pagamento
82% dos consumidores afirmam preferir receber os produtos antes de pagar a totalidade dos mesmos. Dada a oportunidade, 80% afirmam que comprariam de forma mais tranquila e 66% confiariam mais na marca/loja. - Categorias mais procurados no e-commerce
Em Portugal, as categorias mais procuradas incluem roupa e sapatos (51%), produtos eletrónicos (43%), produtos de beleza (32%) e produtos de lazer, desporto e hobbies (26%). - Produtos de eletrónica e entretenimento são comprados com maior regularidade online do que em lojas físicas em Portugal
Segundo o estudo, durante o mês passado, 43% dos consumidores compraram produtos eletrónicos online, e apenas 27% em lojas físicas – os valores são equivalentes para produtos de entretenimento. - Roupa e sapatos, a maior categoria de compras online, é também a que tem a maior percentagem de compras feitas em lojas físicas (63%) por oposição ao online (51%). Em mais de metade dos restantes países inquiridos, produtos desta categoria são mais frequentemente comprados online.
- Produtos de supermercado e farmacêuticos são menos comprados online, mesmo comparando com outros países.
Apenas 26% dos consumidores portugueses fez compras de supermercado online, comparando com 42% no Reino Unido, tal como apenas 16% dos consumidores nacionais comprou digitalmente produtos farmacêuticos, comparando com 45% dos da suécia. - Maioria dos portugueses prefere o computador nas compras online (65%), enquanto apenas 31% prefere o telemóvel. Estes dados colocam Portugal em 8º lugar entre os 11 restantes países ordenados pela preferência do uso do telemóvel, à frente da Bélgica (25%), França (27%) e da Alemanha (30%) – mas muito atrás dos EUA (46%).