Comprar casa junto ao mar está a ficar cada vez mais caro, tendo os preços subido na maioria dos concelhos no segundo trimestre de 2023, de acordo com uma análise do portal idealista.
Este alto custo dos imóveis, “somado à perda de poder de compra por via da inflação e aos elevados juros no crédito habitação, está a arrefecer a procura de habitações para comprar perto da praia, levando a um aumento da oferta na maioria dos concelhos”, comenta o idealista.
Os mais caros perto do mar…
Em que municípios é que é mais caro adquirir uma habitação perto da praia? De acordo com as mesmas bases estatísticas, no segundo trimestre de 2023, o município de Lisboa é onde a aquisição de uma habitação junto à linha de água teve o custo mediano superior: 5.351 euros/m2 entre abril e junho de 2023 (+7% face ao período homólogo).
Logo a seguir está Grândola (no distrito de Setúbal), onde comprar casa custou 4.706 euros/m2. O top 5 dos municípios costeiros mais caros para comprar casa fica completo com Cascais (4.627 euros/m2), Oeiras (3.967 euros/m2) e Loulé (3.842 euros/m2).
… e os mais baratos
No polo oposto, entre os locais mais baratos, a análise do idealista refere ainda que há apenas sete concelhos onde os preços medianos das casas à venda junto ao mar é inferior a 1.100 euros por metro quadrado (euros/m2) – e, destes, só três se situam em Portugal Continental:
- Nordeste (ilha de São Miguel, Açores): 879 euros/m2;
- Estarreja (Aveiro): 937 euros/m2;
- Marinha Grande (Leiria): 1.009 euros/m2;
- Angra do Heroísmo (ilha Terceira, Açores): 1.022 euros/m2;
- Praia da Vitória (ilha Terceira, Açores): 1.061 euros/m2;
- Cantanhede (Coimbra): 1.067 euros/m2;
- Povoação (ilha de São Miguel, Açores): 1.083 euros/m2.
Procura de casas perto do mar caiu em 64 municípios e subiu em 52
Apesar das casas estarem a ficar mais caras no litoral, sobretudo, junto aos grandes centros urbanos de Lisboa, do Porto e também no Algarve, “o atual contexto marcado pela inflação e pelos elevados juros no crédito habitação tem influenciado – e muito – a procura de habitações à venda no país, arrefecendo-a”, salienta o idealista. Segundo estes analistas, a procura de casas para comprar perto da praia caiu em 64 municípios costeiros em apenas um ano (76% do total). As maiores descidas foram identificadas em Ponta do Sol, na ilha da Madeira (-57%), Santiago do Cacém, em Setúbal (-52%) e em Murtosa, Aveiro (-50%).
Por outro lado, observou-se também que houve um aumento da procura em 20 concelhos junto ao litoral – Lisboa incluído (+11%) -, onze dos quais localizados nas ilhas da Madeira e nos Açores.
A oferta de casas à venda perto da praia subiu em 52 concelhos dos 84 analisados. Em Odemira, o número de habitações disponíveis para comprar duplicou entre o segundo trimestre de 2023 e o mesmo período de 2022. Em Santiago do Cacém aumentou 70%, no concelho da Ribeira Brava (ilha da Madeira) cresceu 57% e em Mafra 51%.
Já na Figueira da Foz a oferta manteve-se inalterada entre estes dois momentos. E em 31 municípios costeiros há hoje menos casas à venda do que há um ano. Foi na ilha de Porto Santo, em Machico (ilha da Madeira), em Vila Franca do Campo (ilha de São Miguel, Açores) e em Sines, onde a oferta de casas para comprar mais desceu (entre -23% e -38%).