A Euribor, a taxa interbancária que serve de referência para a maioria dos empréstimos hipotecários em Portugal, tem sido objeto de grande interesse nos anos mais recentes, desde que iniciou a sua subida vertiginosa na primavera de 2020, depois de vários anos em terreno negativo.
A Euribor a 6 meses, a mais utilizada nos Créditos Habitação em Portugal situava-se nos -0,5% em janeiro de 2022, chegando perto dos 3% em janeiro de 2023 e dos 4% em janeiro de 2024. Os consumidores e proprietários de imóveis estão ansiosos para saber o que o futuro reserva em termos de taxas de juros hipotecários. Neste artigo, vamos explorar algumas previsões para a Euribor nos próximos meses e o que isso pode significar para os mutuários.
É um facto que a subida das taxas Euribor entre 2022 e 2023 colocou pressão nos orçamentos de muitos portugueses que viram, muito rapidamente, a sua prestação subir várias dezenas ou centenas de euros. No entanto, desde o verão de 2023 que as taxas se mantêm relativamente estáveis a rondar os 4%, tendo sido anunciada a aparente última subida da taxa de juro do BCE em setembro de 2023. Nos meses imediatamente seguintes, a Euribor subiu ligeiramente mas recuperou para os níveis anteriores e tem-se mantido mais ou menos estável desde então, visto que também não existiram mais subidas de taxas de juro do BCE desde essa data.
As previsões para a Euribor nos próximos meses são positivas, à medida que a inflação na zona Euro se aproxima do objetivo de 2%, tendo atingido o valor de 2,6% em fevereiro de 2024 e, com isso, espera-se também um alívio das taxas de juro do BCE nas próximas reuniões de abril ou junho de 2024.
Olhando para as Euribor Forward Rates vemos que as expectativas são que a Euribor a 6 meses venha a fechar o ano perto dos 3% e que, no longo prazo, se vá estabilizar entre os 2,5% e os 3%. Honestamente, parece-me algo ambicioso que ao longo de apenas o ano de 2024 a taxa vá reduzir tanto, mas parece-me perfeitamente possível que ela acabe por estabilizar dentro dos valores indicados. Uma coisa me parece certa: não iremos voltar a ter taxas negativas, pelo menos enquanto a economia estiver relativamente normalizada e em crescimento. Acredito que tenhamos aprendido com o erro que foi manter taxas de juro negativas durante, sensivelmente, 7 anos.
Para quem tem Crédito Habitação, as flutuações na Euribor podem ter um impacto significativo nas prestações dos seus empréstimos hipotecários. Se as taxas começarem realmente a diminuir, os clientes poderão beneficiar de prestações mais baixas. No entanto, se as taxas se mantiveram nos níveis atuais, a pressão sobre os orçamentos familiares também irá continuar.
Para os proprietários de imóveis e mutuários, é importante estar preparado para lidar com flutuações nas taxas de Euribor. Uma estratégia comum é considerar a fixação da taxa de juro do empréstimo hipotecário, o que proporciona estabilidade ao pagamento mensal, deixando a taxa de juro de estar indexada ao Eurirbor. É verdade que em períodos de taxas Euribor baixas, o custo mensal pode ser mais elevado mas a estabilidade do mesmo traz vantagens no planeamento financeiro familiar.
Embora as previsões para a Euribor nos próximos meses sejam incertas, é importante que os mutuários estejam preparados para todas as eventualidades. Monitorizar de perto as taxas de juros e estar ciente das tendências do mercado permitirá que os mutuários tomem decisões financeiras informadas e se protejam contra potenciais aumentos nas prestações de empréstimos hipotecários.