O Facebook anunciou o estabelecimento de uma meta de ser “water positive” até 2030. Isto significa que a firma fundada em 2004 irá devolver ao meio ambiente mais água do que a que consome nas suas operações globais. Curiosamente este é um anúncio idêntico feito em setembro do ano passado pela Microsoft, quer no conteúdo, quer na calendarização
Mas como pensa a companhia chegar a esta meta?
“Atingir essa meta ambiciosa exigirá uma combinação de esforços de recuperação de água começando em regiões com alto stress hídrico, bem como tecnologias para aumentar a eficiência hídrica nas nossas instalações”, diz a empresa tecnológica.
O gigante liderado por Mark Zuckerberg indica, aliás, que a prioridade dada à gestão de água encontra-se a ser seguida em todas as suas operações. E, inclusive, tem projetado os seus data centers para serem eficientes no capítulo do uso de água.
Arrefecimento dos data centers por ar
O Facebook adianta que, na última década, as tecnologias a que tem lançado mão, que incluem, por exemplo, o arrefecimento dos data centers por ar exterior em vez de água, permitiram que estes colossais centros de dados operassem com água mais eficiente em 80%, em média, do que o padrão da indústria.
“Continuaremos a trabalhar para desenvolver novas tecnologias e eficiências operacionais para tornar os nossos data centers ainda mais eficientes em termos de água”, promete a companhia.
Feitas as contas, a empresa recuperou, no ano 2020, já cerca de 2,25 milhões de metros cúbicos de água em regiões de elevado stress hídrico e, até hoje, investiu em projetos de recuperação de água que irão repor mais de 3,2 milhões de metros cúbicos de água por ano.
No início deste ano, o Facebook tinha anunciado que é alimentado por energia 100% renovável, tendo atingido emissões líquidas zero para as suas operações globais.
“O nosso compromisso com a energia renovável proporcionou economias de centenas de milhões de litros de água, uma vez que a energia eólica e solar utilizam menos água do que os combustíveis fósseis”, acrescenta a empresa.
Os esforços de recuperação de recursos hídricos que o Facebook tem implementado fazem-se notar especialmente na Nação Navajo, território indígena americano do nordeste do Arizona, sudeste de Utah, indo desde a sustentação dos habitats aquáticos, ao fornecimento de água doce para os sistemas fluviais durante as estações secas e distribuição de água potável para as famílias locais, passando pela modernização da infraestrutura de irrigação agrícola para reduzir a quantidade de água extraída de fontes de risco.
No condado de Bernalillo, Novo México, o Facebook está a financiar o “Rio Grande Water Fund” para restaurar a ligação entre o Cedro Creek e a sua histórica planície de inundação. Trata-se de um trabalho que aumenta a resiliência climática na região, mitigando a seca e aumentando a biodiversidade, tendo por base a restauração de quase 76 milhões de litros de água por ano.
A tecnológica afirma que, por seu lado, para o seu trabalho de restauração de água em curso em seis locais (Novo México, Arizona, Texas, Utah, Oregon e Califórnia) fez uma parceria com organizações ambientais locais e fornecedores de serviços públicos para identificar projetos cuja intervenção poderiam ter um maior impacto na proteção do ecossistema.
“Nos próximos anos, prevemos alargar esse trabalho em termos internacionais, de forma a incluir a Irlanda, Singapura, Índia, Reino Unido e o México”, promete a companhia que para cortar no uso de água nas suas operações, tem recorrido a sistemas de água reciclada nalguns dos seus escritórios globais.