Quando nasceu em 1982, na capital dinamarquesa, Copenhaga, a Pandora era apenas uma pequena ourivesaria fundada pelo casal Per e Winnie Enevoldsen, com alguma experiência no fabrico de joias. Não se antecipava na altura que o negócio familiar alcançasse a proporção que tem atualmente. Pouco mais de quatro décadas depois, a marca tornou-se a maior joalheira do mundo em volume de produção. Especializada nas pulseiras de contas, a Pandora está presente em 100 países, com mais de 9 mil pontos de vendas, tem cerca de 1.800 lojas e ainda vende boa parte online.
Com as ações dispersas na bolsa de Copenhaga, estes resultados impulsionaram o valor da empresa, que viu a sua capitalização bolsista crescer cerca de 80% no último ano.
A multinacional apresentou recentemente os seus resultados trimestrais, tendo anunciado um crescimento de 18% nas vendas, muito alavancado pela aposta nos diamantes cultivados em laboratório, e anunciou ainda um crescimento para este ano fiscal entre os 8% e os 10%. Isto animou o mercado bolsista, que virou as suas atenções para a marca dinamarquesa. Com as ações dispersas na bolsa de Copenhaga, estes resultados impulsionaram o valor da empresa, que viu a sua capitalização bolsista crescer cerca de 80% no último ano. A cotar atualmente nas 1.131 coroas dinamarquesas (cerca de 150 euros), a empresa vale qualquer coisa como 92,8 mil milhões de coroas dinamarquesas (cerca de 12,4 mil milhões de euros).
O segredo dos diamantes produzidos em laboratório
Segundo uma análise da Forbes Internacional, a companhia começou a introduzir nas suas coleções os diamantes cultivados – que segundo os especialistas têm características iguais ao minerados e ainda traz vantagens ambientais – em meados do ano passado, e que, por serem mais baratos, impulsionou a procura dos produtos da marca, sobretudo nos Estados Unidos, que é o seu maior mercado. Os diamantes cultivados representam apenas 20% das vendas globais das joias com esta pedra, mas a procura tem crescido rapidamente, atingindo em 2022 cerca de 12 mil milhões de dólares (cerca de 11,1 mil milhões de euros), o que representou um crescimento de 38% face ao ano anterior.
Até alguns anos atrás, estes diamantes de laboratório tinham preços muito idênticos aos extraídos do subsolo, pelo que não despertavam o interesse dos joalheiros. Atualmente a procura subiu e o preço baixou. Dependendo do seu tamanho, os diamantes de laboratório podem ser 70% a 80% mais baratos do que os criados pela natureza, mas aos olhos dos consumidores este são exatamente iguais, – e até para os especialistas, que têm dificuldade em distingui-los a olho nu -, com a mesma beleza e durabilidade.