Perante o desafio da transição energética, Nuno Mendonça, diretor-geral da Audi Portugal, explica que a marca alemã está num caminho irreversível de eletrificação e sustentabilidade, o qual está a ajudar a “pintar” a mobilidade em tons mais “verdes”.
O caminho elétrico
Nuno Mendonça refere que até 2033, a Audi venderá apenas viaturas 100% elétricas, mostrando que para Portugal a ambição é ainda maior: “Queremos antecipar essa mudança para 2030.”
Esse objetivo reflete-se no ritmo de lançamentos que está previsto e que colocará à disposição do mercado inúmeros modelos: “Nos próximos anos, teremos mais de 25 novos modelos. Nos próximos 12 meses, são 12 lançamentos, incluindo o A5 e os aguardados A6 e-Tron e Q6 e-Tron,” revelou o responsável do construtor, numa altura em que acaba de chegar ao mercado português os novos Audi A6 e-tron nas versões Sportback e Avant (carrinha), sendo o primeiro modelo baseado na plataforma elétrica da Porsche, a Premium Platform Electric (PPE).
“O Q6 chegou há três meses ao mercado, mas muitas novidades mais surgirão durante o ano 2025, com o Q5, o Q3, o A7, por exemplo. Estamos inclusivamente a renomear toda a marca, com os modelos 100% elétricos a passarem a ter a designação sempre de um número par, e os modelos com motores de combustão, ou plug-in, a passarem passam a ter uma designação de um número ímpar”, afirma.
Autonomia para longas viagens
Nuno Mendonça refere que os novos produtos 100% elétricos da Audi não são “apenas” sofisticados e performantes, visualmente apelativos e com habitáculos modernos e confortáveis: têm níveis de autonomia que permitem que sejam utilizados em viagens grandes: “No caso do Q6 e-Tron, ultrapassamos os 630 km, enquanto o A6 e-Tron Sportback atinge até 750 km em circuito combinado e quase 900 km em ambiente urbano.” Esses números colocam os elétricos da Audi num novo patamar, rivalizando com os tradicionais motores a combustão, um cenário há muito poucos anos quase inimaginável.
Para esse nível de autonomia contribui o reduzido coeficiente aerodinâmico, indica Nuno Mendonça: “No caso do A6, Sportback e Avant, como são viaturas muito mais baixas, têm um coeficiente aerodinâmico a partir de 0,21. Isso é notável. São os carros mais aerodinâmicos da história do grupo Volkswagen. Não só da Audi”.
E estes novos patamares de autonomias são complementados pela conveniência do carregamento: “Estes modelos, por exemplo, quer o Q6, quer os A6 que vêm aí, vêm, de série, preparados para carregamentos a partir dos 270 kWh, o que permite que, por exemplo, parando numa estação de serviço de uma autoestrada que tenha carregadores com 300 kW de capacidade de carga, carregar o automóvel, de 0% a 80%, em 21 minutos. E 20 minutos é muito pouco tempo”, acentua o diretor geral da Audi que lembra ainda que as autonomias dos próprios híbridos plug-in, na ordem dos 140 km, estão hoje em dia ao nível da autonomia que os 100% elétricos tinham há uns anos, que era de 50 km.
“No caso do A3 Plug-in, com 140 km de autonomia em modo 100% elétrico, permite que uma pessoa faça as suas deslocações na cidade totalmente em modo elétrico e quando sai da cidade faça uma viagem, utilizando o motor a combustão, dispondo de centenas de quilómetros de autonomia. Temos aqui uma combinação perfeita entre funcionalidade e sustentabilidade”, refere Nuno Mendonça.
Compromisso com a sustentabilidade
A sustentabilidade vai, todavia, além dos produtos. Nuno Mendonça aponta que os esforços da Audi em reduzir a pegada ecológica abrangem toda a cadeia de produção. “A nossa fábrica em Ingolstadt é um exemplo, operando com energia renovável e materiais recicláveis. O objetivo do grupo é ser neutro em carbono até 2030.”
O objetivo de maximizar a sustentabilidade manifesta-se também através dos materiais “todos eles recicláveis” utilizados nas próprias viaturas, acentua o diretor da marca.
Portugal antecipa objetivo
Portugal ocupa, de resto, um papel de destaque na estratégia da Audi. “Somos o único mercado europeu a assumir voluntariamente a aceleração da transição energética. Estamos a adaptar os produtos à realidade nacional, promovendo elétricos e plug-ins,” afirmou o diretor geral do construtor no nosso país.
E o crescimento dos elétricos é já evidente. Segundo o diretor, “a quota de mercado dos elétricos está a aproximar-se dos 20% e, na Audi, já ultrapassa os 32%. Em 2026, cerca de 80% das nossas vendas serão ou 100% elétricas ou plug-in, portanto, viaturas eletrificadas. Com isto, queremos claramente, enquanto marca, ter o compromisso de ajudar nesta transição energética”.
“Nesse sentido, estamos a trabalhar quer com as nossas equipas comerciais, quer também na escolha e na configuração dos produtos que mandamos vir para Portugal, para que os carros elétricos e plug-in sejam particularmente adaptados à nossa realidade”, conclui Nuno Mendonça.