A plataforma de tecnologia financeira Adyen divulgou os resultados do seu último Relatório de Métodos de Pagamento 2023 em Portugal, que aponta quais são os meios de pagamento preferidos dos portugueses e as tendências do mercado.
Meios de pagamento mais utilizados
Em geral, o cartão de crédito ou débito é a opção mais procurada pelos consumidores (80%), seguido do pagamento via MBWay (62%) e, por último, o retorno da utilização de numerário (43%).
Cartão de crédito/débito | 80% |
MBWay | 62% |
Numerário | 43% |
PayPal | 37% |
Domiciliação bancária | 34% |
Cartões pré-pagos (ex. Cartão refeição) | 30% |
Transferência bancária | 24% |
E-wallters (Apple Pay, Google Pay, Samsung Pay) | 21% |
Pagamento por link/Código QR | 21% |
Pagamento através de app | 21% |
Cartão oferta | 15% |
Compra com um clique | 12% |
Pagamento a prestações | 11% |
Compras através das redes sociais | 10% |
Criptomoedas | 9% |
Compras através de assistentes digitais | 6% |
O comportamento das empresas no nosso país vai ao encontro do comportamento dos consumidores. 6 em cada 10 oferece aos seus clientes cartões de crédito ou débito como forma de pagamento, bem como transferência bancária.
O MBWay está em terceiro lugar com 54%, seguido apenas pelo numerário com 51%. “No entanto, é possível que o PayPal o ultrapasse, uma vez que já está disponível em 46% das empresas em Portugal, confirmando uma crescente adaptação às várias possibilidades de pagamento através da digitalização”, refere a Adyen.
MBWay e PayPal dominam pagamentos no online
Mas, se olharmos apenas para o online, os portugueses optam pelo pagamento através do MBWay (33%), seguido do Paypal (30%), e só depois optam por pagar com cartão de crédito ou débito. Relativamente ao Multibanco, no período de março de 2022 a fevereiro de 2023, assistiu-se a um crescimento de 30% no número de pagamentos face ao período homólogo do ano anterior.
Os métodos de pagamento irão moldar o futuro dos hábitos de compra dos próximos três anos.
De acordo com 35% dos consumidores, as e-wallets e os cartões virtuais substituirão completamente os cartões físicos de crédito/débito até 2026, e mais de 3 em cada 10 inquiridos (36%) afirma que o numerário ficará completamente extinto da rotina de compras nos próximos três anos.
Em termos de investimento e comportamento empresarial, quando se trata de prever o futuro do mercado, mais de 8 em cada 10 empresas concorda que irão aumentar os investimentos em tecnologias que favoreçam as compras através de diferentes métodos de pagamento digitais (86%).
Juan José Llorente, Country Manager de Adyen em Espanha e Portugal, “a integração de toda a gestão empresarial numa única plataforma digital será essencial nos próximos anos para usufruir de todos os benefícios do omnicanal e para tornar a gestão de dados ainda mais fácil. Além disso, as opções de pagamento a prestações estarão a ganhar terreno a um ritmo acelerado entre as preferências dos utilizadores. Plataformas tecnológicas financeiras como a Adyen, que integram métodos de pagamento e alargam a qualidade do serviço, desempenharão um papel fundamental neste contexto, ao mesmo tempo que proporcionam uma maior flexibilidade na aceitação de todos os tipos de alternativas de compra”.
Com a chegada da digitalização, a experiência do utilizador está a tornar-se mais importante do que nunca e a procura dos consumidores está a aumentar, salienta a Adyen.
Fidelidade dos clientes e personalização da experiência
A fidelidade dos clientes e a personalização da experiência de compra são requisitos essenciais para os consumidores em 2023. Neste novo relatório sobre os métodos de pagamento, 7 em cada 10 inquiridos (75%) acredita que, para criar lealdade, os métodos de pagamento devem oferecer descontos sobre o preço dos produtos ou serviços.
De acordo com os resultados deste novo estudo, verifica-se que as estratégias das empresas tendem a satisfazer a procura dos consumidores, tendo 58% das empresas inquiridas declarado que desejam identificar os seus clientes habituais e aplicar descontos em troca da sua fidelidade no momento do pagamento.
De acordo com este estudo, 81% afirma que a oferta de incentivos através dos métodos de pagamento para fidelizar os clientes se tornará uma inevitabilidade para os retalhistas.
Em setores como a venda de bens de luxo e a hotelaria, a fidelização de clientes estrangeiros desempenha um papel importante. 68% dos retalhistas considera já importante oferecer os seus métodos de pagamento locais aos clientes estrangeiros como forma de aumentar a sua confiança e lealdade, seguidos de 25% que acredita que, quanto mais métodos de pagamento lhes são oferecidos e disponíveis, mais oportunidades de venda existem.
55% usou nalguma ocasião pagamento a prestações
No nosso mercado, mais de metade dos consumidores (55%) afirma ter utilizado o pagamento a prestações em algum momento. Ao analisar este método de pagamento por tipo de produto, podemos identificar que é mais utilizado nas compras de eletrodomésticos (27%), habitação (19%) e eletrónica (17%).
Como parte do seu plano estratégico, 6 em cada 10 retalhistas inquiridos indica que a inclusão deste método de pagamento aumentou as receitas. Além disso, 44% adicionou o pagamento a prestações devido à procura por parte dos clientes. Por outro lado, 10% indica que não tem esta opção devido à falta de orçamento.
63% das empresas confessa ter aumentado as suas receitas após terem adicionado o pagamento por prestações no momento da compra.
Quando se trata de pagamentos a prestações, os analistas preveem que a despesa financeira global neste tipo de método de pagamento irá aumentar 92%, um crescimento de 353 mil milhões de dólares para 680 mil milhões de dólares. E, dentro de dois anos, espera-se que o valor deste método de pagamento atinja 12% do total das despesas de comércio eletrónico só em bens físicos.
Apesar disto, em Portugal existe uma grande desconfiança por parte dos consumidores no que diz respeito a este tipo de método de pagamento. Especificamente, 45% não utiliza o pagamento a prestações e a maioria não o faz devido à insegurança laboral/financeira (11%) ou porque desconfia das suas instituições financeiras (7%).
Segurança é uma prioridade
A segurança continua a ser uma das prioridades dos consumidores na avaliação dos diferentes métodos de pagamento e, como vimos, continua a ser uma das maiores preocupações das empresas.
8 em cada 10 portugueses dão prioridade à segurança ao escolher o seu método de pagamento preferido.
Concretamente, mais de 6 em cada 10 retalhistas no nosso país considera prioritário oferecer opções de pagamento com o menor risco de rejeição dos seus clientes, bem como estabelecer diferentes regras de fraude no processamento de pagamentos eletrónicos, prevenir e detetar, bem como bloquear transações fraudulentas (61%).
No que diz respeito aos consumidores, os dados dos inquéritos revelam que a grande maioria valoriza sobretudo a segurança oferecida pelos métodos de pagamento (84%) quando decidem entre um ou outro. Apesar desta preocupação, mais de 7 em cada 10 utilizadores afirma nunca ter sofrido de fraude nas suas compras.