Os novos escritórios da portuguesa Closer Consulting, sediada agora no World Trade Center Lisboa, concelho de Oeiras, implicaram um investimento de um milhão de euros e a sua inauguração foi marcada por uma discussão sobre os desafios e oportunidades da Inteligência Artificial nas empresas e na sociedade.
A regulação da IA na Europa versus outros continentes, a existência de infraestruturas prontas para potenciar esta tecnologia em Portugal, o talento tecnológico existente a nível nacional e a incerteza que existe ainda relativamente à revolução tecnológica que se vive foram tópicos focados.
A sessão arrancou com uma intervenção de Fernando Matos (co-fundador da Closer e Presidente da Data Science Portuguese Association), que, juntamente com Manuel Dias (National Technology Officer na Microsoft Portugal) e Sofia Marta (Country Manager na Google Cloud Portugal), mostraram os avanços que a IA está a permitir nas empresas portuguesas, nomeadamente na produtividade das equipas e no apoio ao cliente.
No evento, Google e Microsoft mostraram o potencial das suas soluções de Inteligência Artificial Generativa, que podem ser implementadas com a consultoria da Closer. Foram dados casos de aplicação para as empresas das soluções Gemini (Google) e Copilot (Microsoft), bem como debatidos os desafios que a sociedade enfrenta.
A aplicação de assistentes virtuais para pré-consultas de medicina, a personalização do serviço ao cliente, ou a interpretação inteligente de documentos foram alguns dos use cases apresentados que podem permitir não só ganhos de experiência de utilização como aumentar a produtividade das organizações portuguesas, cujo valor é 28% inferior à média da Zona Euro.
Presentes na inauguração estiveram ainda algumas personalidades que partilharam as suas reflexões sobre o desenvolvimento da Inteligência Artificial.
Para Paulo Portas, Administrador na Mota-Engil, “a Europa não está a conseguir acompanhar a rapidez da inovação”, podendo perder, por isso, a sua competitividade a nível global, já que existe um gap entre os decisores legislativos e os “inovadores”.
Sandra Maximiano, Presidente do Conselho de Administração da ANACOM, acrescentou que “é mais difícil fazer investigação na Europa do que nos Estados Unidos da América”, destacando a regulamentação “pesada” que existe no continente europeu e nas barreiras à inovação que isso cria.
Nuno Amado, Chairman no Millennium BCP, focou-se na aplicação da IA no setor financeiro, referindo a “incerteza” que esta tecnologia traz aos modelos de Governance e de negócio, e salientando a importância de “existirem incentivos para que as empresas portuguesas – especialmente as mais pequenas – investirem na sua competitividade.
Pedro Mota Soares, que lidera a Associação dos Operadores de Comunicações Eletrónicas, abordou de forma positiva a “capacidade de as infraestruturas portuguesas de telecomunicações potenciarem o desenvolvimento da IA”, e referiu a existência de uma pool de talento tecnológico em Portugal pronto para acelerar a revolução tecnológica.
No evento houve ainda uma intervenção de Cyril Roger, Chairman & CEO da Smart4Engineering, grupo que entrou recentemente em Portugal através da integração da Closer Consulting.
Cyril Roger sinalizou o seu entusiasmo com a revolução tecnológica que estamos a viver, referindo que Portugal é um polo de inovação que agrega valor contínuo e crescente dentro da área tecnológica.
Isaltino Morais, Presidente da Câmara de Oeiras, inaugurou o novo espaço da Closer – o Closer Hub é composto por dois pisos, totalizando 1400 metros quadrados. Para além dos seus espaços de trabalho, contém também vários espaços de convívio e lazer, com um auditório e um rooftop para apresentações e eventos que a tecnológica promete ser mais de 50 por ano.
“Estes escritórios são um passo importante para a Closer mas são também o novo hub em Portugal de desenvolvimento de soluções de inteligência artificial para as empresas. Queremos que a Closer seja a referência em Portugal nesta área, com o melhor talento de dados e IA, e com um espaço que se assume como um centro de conhecimento e implementação do melhor que o mercado tem para oferecer neste sector, e foi pensado para o bem-estar e desenvolvimento dos nossos colaboradores, parceiros e comunidade”, refere Fernando Matos.