O presidente dos EUA, Donald Trump, aterrou já em Sharm El Sheikh, Egito, onde mais de 20 líderes mundiais, designadamente Chefes de Estado, se encontram para uma cimeira sobre o futuro de Gaza.
Trump chega ao Egito depois desta manhã ter feito uma escala em Israel, numa visita curta, cujo ponto alto foi a ida ao parlamento (Knesset) onde foi homenageado pelos seus esforços em prol do processo de paz na Faixa de Gaza e pelo facto de, sob a sua administração, ter sido possível a libertação dos reféns que estavam ainda nas mãos dos terroristas do Hamas.
Acompanhe aqui em direto a conferência, a partir do Egito:
Entre as individualidades presentes em Sharm El Sheikh estão os portugueses António Costa, (presidente do Conselho Europeu) e António Guterres (secretário geral da ONU).
Nesta formalização, nem o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, nem o Hamas estarão presentes. A cerimónia está direcionada para os países mediadores, cuja assinatura do documento em Sharm el-Sheikh, visa garantir a implementação do cessar-fogo.

O acordo de paz foi impulsionado pelos EUA e negociado ao longo de vários dias em Sharm el-Sheikh com a mediação de delegações do Egito, do Qatar e da Turquia.
Durante a manhã, na sessão no parlamento, Trump foi aplaudido inúmeras vezes pelos deputados e apelidado de “amigo de Israel”. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu referiu mesmo que Trump é “o maior amigo que Israel já teve na Casa Branca” e garantiu que o país está “comprometido com esta paz”. Nos discursos, no Knesset, o porta-voz do Parlamento (equivalente ao Presidente da Assembleia da República), Amir Ohana, defendeu que Trump deveria ganhar o Nobel da Paz em 2026, expressando ainda que Israel irá abrir um processo de candidatura para que isso aconteça.
Apesar da forma apoteótica como foi recebido e saudado, Trump viu um parlamentar de esquerda, interromper-lhe o discurso , empunhando um cartaz a favor da Palestina (com a frase “Reconheça a Palestina”), tendo sido prontamente removido da sala, um sinal de que o caminho da paz não será tão fácil como, por certo, ele quereria.
Libertados 20 reféns
O Hamas libertou hoje os 20 reféns vivos mantidos em Gaza, sete dos quais ao início da manhã e os restantes 13 foram libertados algumas horas depois, que foram entregues à Cruz Vermelha Internacional.
Os 20 reféns, todos homens, reuniram-se com os familiares e vão ser depois ser submetidos a exames médicos.
Os corpos dos restantes 28 reféns mortos também devem ser entregues como parte do acordo, embora o momento da entrega ainda não tenha sido divulgado.
Segundo o acordo de cessar-fogo, um comité internacional vai ajudar o grupo islamita a encontrar os corpos de reféns dados como desaparecidos.
No âmbito da troca, Israel deverá libertar 1.968 prisioneiros palestinianos, dos quais 154 serão deportados para fora do país, segundo as principais associações que representam os presos, tanto do Hamas como da Autoridade Nacional Palestiniana.
Relativamente ao acordo alcançado, esta primeira fase prevê o cessar-fogo, a retirada gradual das forças israelitas, a entrada em massa de ajuda humanitária no enclave palestiniano e a troca de reféns por prisioneiros.
A segunda fase vai abordar a reconstrução do enclave, bem como o desarmamento do Hamas e a governação da Faixa de Gaza.
com Lusa e Forbes Internacional