O ano passado foi um ano recorde para a adoção de energias renováveis, com aumentos de capacidade consideráveis na Europa, nos Estados Unidos e na China. Segundo um relatório da Crédito y Caución, empresa especializada em seguros de crédito, este crescimento foi particularmente significativo na China, já que este território somou, em 2023, tanta capacidade em energia solar fotovoltaica como o resto do mundo inteiro, sendo que este país asiático ainda incrementou a sua capacidade eólica em 66%.
Segundo esta análise, o aumento acentuado da produção de energia fotovoltaica na China gerou um excesso de oferta que é atualmente responsável pela redução de 50% do preço dos painéis solares, pese embora, devido a barreiras comerciais, nem todos os países possam beneficiar desta quebra de custos.
Nas próximas décadas a procura de eletricidade registará um forte incremento: dos atuais 20% do cabaz mundial energético, deverá passar para os 41% a 50% até 2050
O relatório mostra que a produção de energia solar é altamente concentrada: apenas cinco países representam mais de 90% da capacidade mundial. Só a China, sozinha, tem um peso de 80%. De acordo com as previsões contidas neste documento este país asiático aumentará ainda mais a sua capacidade de produção, consolidando-se como o principal exportador mundial de painéis solares. A União Europeia e os Estados Unidos continuarão a ser os grandes importadores desta tecnologia, ainda que vários países estejam já a planear fazer aumentos de capacidade de produção.
Capacidade eólica também crescerá nos próximos anos
Ainda que de forma menos intensa do que a solar, a capacidade eólica também vai aumentar nos próximos anos, o que representa um desafio para a indústria. A inflação levou a que os equipamentos fossem mais elevados, sendo que os fabricantes ocidentais registaram perdas nos últimos dois anos, diminuindo a instalação de capacidade produtiva.
As energias renováveis representarão entre 53% e 59% da produção de eletricidade em 2030 e entre 82% e 89% em 2050, segundo o relatório da Crédito y Caución.
Nas próximas décadas a procura de eletricidade registará um forte incremento: dos atuais 20% do cabaz mundial energético, deverá passar para os 41% a 50% até 2050. Os países emergentes e em desenvolvimento serão responsáveis por cerca de três quartos da procura devido ao aumento da utilização de aparelhos e de sistemas de aquecimento e arrefecimento. Nas economias avançadas, a eletrificação avançará especialmente nos transportes, sendo que cerca de 50 países já têm políticas em vigor para incentivar a utilização de veículos elétricos.
De acordo com a Crédito y Caución, as energias renováveis representarão entre 53% e 59% da produção de eletricidade em 2030 e entre 82% e 89% em 2050. Na União Europeia, a energia eólica será a fonte de energia renovável dominante, enquanto a energia solar se tornará a tecnologia líder à escala mundial. Serão necessários grandes investimentos no setor da eletricidade para manter um fornecimento de eletricidade fiável e estável. Os investimentos na rede e a rapidez no licenciamento serão aspetos cruciais.