O campeão nacional Sporting e o ‘vice’ Benfica são os representantes portugueses na remodelada Liga dos Campeões em futebol, partindo ambos com o objetivo de, no mínimo, chegar ao play-off de acesso aos ‘oitavos’.
No novo formato, Benfica e Sporting competem para a mesma classificação, com outras 34 equipas, precisando de ficar nas primeiras 24 para continuar em prova, já que os últimos 12 são afastados de todas as competições europeias.
Apesar de ter partido de um pote mais abaixo, o Sporting, que começou a época a grande nível, teve um sorteio mais favorável, com as maiores dificuldades a virem em novembro, mês em que recebe consecutivamente os ingleses do Manchester City e do Arsenal.
Os ‘leões’ ainda recebem os franceses do Lille e viajam aos redutos dos neerlandeses do PSV Eindhoven e dos austríacos do Sturm Graz, acabando em Alvalade, perante o Bolonha.
Calendário do Benfica | Calendário do Sporting |
19/09: Estrela Vermelha – Benfica (17h45) | 17/09: Sporting – LOSC Lille |
02/10: Benfica – Atlético de Madrid | 01/10: PSV Eindhoven – Sporting |
23/10: Benfica – Feyenoord | 22/10: Sturm Graz – Sporting |
06/11: Bayern – Benfica | 05/11: Sporting – Manchester City |
27/11: Mónaco – Benfica | 26/11: Sporting – Arsenal |
11/12: Benfica – Bolonha | 10/12: Club Brugge – Sporting |
21/01: Benfica – Barcelona | 22/01: Leipzig – Sporting (17h45) |
29/01: Juventus – Benfica | 29/01: Sporting – Bolonha |
Por seu lado, o Benfica é anfitrião dos espanhóis do Atlético de Madrid e do FC Barcelona e desloca-se aos redutos dos alemães do Bayern Munique e dos italianos da Juventus.
O Bolonha, quinto classificado da Serie A em 2023/24, também visita a Luz, sendo que os ‘encarnados’ ainda jogam em casa com os neerlandeses do Feyenoord e fora com os sérvios do Estrela Vermelha e os franceses do Mónaco.
Quantos pontos são precisos para ficar a salvo?
Como se trata de uma nova fórmula, em que 36 equipas competem para a mesma classificação, é difícil perceber quantos pontos serão necessários para o apuramento – os oito primeiros seguem para os ‘oitavos’ e do nono ao 24.º para um play-off.
Contudo, segundo cálculos de Stéphane Anselmo, diretor de desenvolvimento estratégico de competições da UEFA, o último classificado para o play-off (ou seja, o 24.º da fase de liga) deverá precisar em média de apenas oito pontos, embora outras simulações apontem nove ou 11 pontos. Para aceder diretamente aos oitavos de final (ficando nos oito primeiros classificados de cada grupo) e não ir ao play-off, à partida será preciso um mínimo de 15 a 17 pontos.
Perante tantos ‘tubarões’, candidatos ao ‘top 8’, as formações portuguesas vão procurar, pelo menos, fugir aos últimos 12 lugares, objetivo que passa por começar a amealhar pontos desde início, aproveitando para isso um calendário inicial favorável.
Sporting
Nas três primeiras rondas, o Sporting recebe o Lille e defronta fora o PSV Eindhoven e o Sturm Graz.
Este arranque pode, assim, vir a revelar-se decisivo, já que, depois, as dificuldades aumentam, com o Sporting a receber City e Arsenal.
Nas últimas três rondas, os ‘leões’ ainda podem ‘retificar’ algo, nos redutos de Club Brugge e Leipzig e, a fechar, em casa com o Bolonha.
Face à qualidade dos oponentes, o Sporting é favorito a ficar acima do Benfica, também porque a equipa comandada por Rúben Amorim parece muito melhor preparada do que os ‘encarnados’.
Apesar da ‘ausência’ de passado na prova – só chegou duas vezes aos ‘oitavos’ na ‘era Champions’ (desde 1992/93) e antes disso só por uma vez atingiu os ‘quartos’ (1982/83) -, os ‘leões’, de volta após um ano de interregno, parecem ter um belo presente.
O avançado sueco Viktor Gyökeres é a grande referência dos campeões nacionais, que vão tentar mostrar na Europa a qualidade evidenciada em solo luso, no imutável ‘3-4-3’ de Rúben Amorim, reforçado recentemente com Maxi Araújo e Conrad Harder.
Benfica
Por seu lado, o bem mais batido Benfica, que chegou aos ‘quartos’ em 2021/22 e 2022/23, e vai para a quarta presença consecutiva na fase regular e 14.ª nas últimas 15 épocas (desde 2010/11), chega em período de convulsão.
Depois de quatro jornadas da I Liga, os ‘encarnados’ mudaram de treinador, com o alemão Roger Schmidt a ceder o lugar ao regressado Bruno Lage.
As ‘águias’ também fizeram muitas mudanças no plantel sobre o fim do fecho do mercado, com as entradas de Aktürkoglu, Amdouni e Kaboré e as saídas de David Neres, João Mário, Marcos Leonardo e Morato, pelo que a equipa da Luz parece estar ainda em “pré-temporada”.
Para os ‘encarnados’, será decisiva a forma como Lage vai conseguir, para ‘ontem’, dar a volta à situação, sabendo-se que a impaciência dos benfiquistas – para mais com o Sporting a ‘voar’ – é grande e que a margem de erro é pequena.
Nas três primeiras jornadas, o Benfica mede forças com Estrela Vermelha (fora) e Feyenoord (casa), tendo, pelo meio, a mais complicada, receção ao Atlético de Madrid.
O Benfica desloca-se, então, ao terreno difícil do poderoso Bayern de Munique, antes de uma também não acessível deslocação ao Mónaco.
O Bolonha é o último oponente ‘acessível’ para as ‘águias’, antes de FC Barcelona (casa) e Juventus (fora).
Oito jornadas e calendário
A fase de liga é composta por oito jornadas, marcadas para 17 a 19 de setembro (primeira), 01 e 02 de outubro (segunda), 22 e 23 de outubro (terceira), 05 e 06 de novembro (quarta), 26 e 27 de novembro (quinta), 10 e 11 de dezembro (sexta), 21 e 22 de janeiro de 2025 (sétima) e 29 de janeiro (oitava).
Os oito primeiros seguem diretamente para os ‘oitavos’ (04 e 05 e 11 e 12 de março), enquanto as formações classificadas entre o nono e o 24.º lugares disputam um play-off de acesso aos oitavos de final (11 e 12 e 18 e 19 de fevereiro).
Os ‘quartos’ realizam-se em 08 e 09 (primeira mão) e 15 e 16 de abril (segunda), as ‘meias’ em 29 e 30 de abril (primeira) e 06 e 07 de maio (segunda) e a final em 31 de maio, no Allianz Arena, a casa do Bayern, em Munique, onde a UEFA Champions League regressa pela primeira vez desde 2012.
Novos valores de prémios
O valor total disponibilizado pela UEFA para a participação na Champions passa de 2032 milhões de euros para 2467 milhões de euros.
A entrada nesta primeira fase rende de imediato 18,620M€ (contra os anteriores 15,640M€).
Os prémios por vitória e empate diminuem: a vitória vale 2,1M€ (ao invés de 2,1M€) e o empate vale 700 mil euros (em vez de 930 mil euros).
No entanto, passam a ser distribuídos montantes de acordo com a classificação final: o clube que termine no 36º lugar receberá 275 mil euros, o 35.º receberá 275 mil euros vezes 2 (550 mil euros, portanto), o 34º lugar receberá 275 mil euros vezes três (825 mil euros) e por aí adiante. Cada lugar acima na classificação vale 275 mil euros adicionais, até se chegar a 9,9 milhões de euros para o 1º.
Há ainda bónus adicionais para quem termine entre o 1º e o 8º lugar (2 milhões) e entre o 9º e o 16º (1 milhão).
(com Lusa)