A CGTP exige a fixação do salário mínimo nacional em 910 euros a partir de janeiro de 2024 e o seu aumento para mil euros ainda nesse ano, bem como uma subida dos salários não inferior a 150 euros.
“A nossa proposta é de aumento de, pelo menos, 15% [dos salários], com mínimo de 150 euros para todos os trabalhadores em 2024. É possível, é necessário e justo”, afirmou a secretária-geral da CGTP (Confederação Geral dos Trabalhadores Portugueses), Isabel Camarinha, em conferência de imprensa, após a reunião do Conselho Nacional.
A intersindical aprovou a fixação do salário mínimo nacional em 910 euros a partir de janeiro de 2024, face ao atuais 760 euros, “atingindo os 1.000 euros nesse ano”.
CGTP considera inaceitável a política do BCE e submissão do Governo
A secretária-geral da CGTP considerou ainda ser inaceitável a política de subida das taxas de juro adotada pelo Banco Central Europeu (BCE), bem como a submissão do Governo português. “É inaceitável esta política do BCE e a submissão do nosso Governo a estas decisões”, vincou Isabel Camarinha, que falava aos jornalistas, em Lisboa.
A central sindical defendeu que deve ser a banca a assumir esta subida, tendo em conta que, desde janeiro, “teve lucros de 10 milhões de euros por dia”, e não serem as famílias as penalizadas por este “aumento brutal”.
O Banco Central Europeu (BCE) anunciou hoje uma nova subida das três taxas de juro diretoras em 25 pontos base, tal como na reunião anterior, colocando a taxa dos depósitos no nível mais elevado de sempre da zona euro.
Esta foi a décima subida consecutiva das taxas de juro pelo banco central, que aumentou as taxas de juro em 450 pontos base desde julho do ano passado, o ciclo de subida mais rápido da história da zona euro.
No comunicado divulgado após a reunião de política monetária do Conselho de Governadores, o BCE informa que a taxa de facilidade de depósito subiu assim para 4%, a taxa de juro das principais operações de refinanciamento em 4,50%, e a taxa de juro aplicável à facilidade permanente de cedência de liquidez em 4,75%.
“O aumento das taxas de juro hoje decidido reflete a avaliação do Conselho do BCE das perspetivas de inflação, à luz dos dados económicos e financeiros disponíveis, da dinâmica da inflação subjacente e da força da transmissão da política monetária”, justifica o banco central.
Lusa