Cerca de 68% lutam com excesso de trabalho e 46% estão em burnout

Os desafios do mundo do trabalho estão cada vez mais complexos à medida que a tecnologia, nomeadamente a Inteligência Artificial (IA) se vai instalando. A utilização da IA generativa em ambiente de trabalho quase duplicou nos últimos seis meses, sendo que já são 75% dos trabalhadores nas áreas do conhecimento que a utilizam. Enquanto boa…
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Estudo da Microsoft mostra a importância da IA no mercado de trabalho, mas também revela insatisfação com carga de trabalho, sendo que 46% dos trabalhadores no mundo procuram novos empregos.
Economia

Os desafios do mundo do trabalho estão cada vez mais complexos à medida que a tecnologia, nomeadamente a Inteligência Artificial (IA) se vai instalando. A utilização da IA generativa em ambiente de trabalho quase duplicou nos últimos seis meses, sendo que já são 75% dos trabalhadores nas áreas do conhecimento que a utilizam. Enquanto boa parte da força de trabalho mundial se preocupa com a possibilidade que esta tecnologia acelere a perda de empregos, outra parte enfrenta sérias dificuldades em manter o ritmo de trabalho e aguentar o excessivo volume, e muitos procuram novos empregos.

Estas conclusões fazem parte do estudo Work Trens Index Annual Report 2024, realizado pela Microsoft e pelo Linkedin, que incidiu sobre 31 mil trabalhadores em todo o mundo. Os dados recolhidos mostram que 68% dos trabalhadores estão a braços com uma carga excessiva de trabalho e que cerca de 46% estão em situação de burnout. O excesso de emails continua a ser um problema, com quatro emails recebidos por cada um enviado, sendo que 85% das pessoas inquiridas os leem em apenas 15 segundos.   

Empregadores preocupados com falta de talentos

O mesmo estudo aponta que apesar da IA começa agora a impactar o mercado de trabalho e que embora a perda de empregos seja uma preocupação, os dados mostram uma escassez oculta de talentos, boas oportunidades para aqueles que estão dispostos a aprender a trabalhar com a IA, e por outro lado, trabalhadores ansiosos por uma mudança de carreira. Ou seja, 55% dos líderes empresariais afirmam estar preocupados com a falta de talento para ocupar as suas vagas, e o número salta para 60% para aqueles que são das áreas da cibersegurança, engenharia e design criativo.

São 66% os líderes que afirmam que não contratariam um candidato sem qualificações na área da IA e 71% dizem que preferem contratar alguém menos experiente, mas dotado destas ferramentas.

Contudo, quase metade dos profissionais estão à procura de novos desafios: são cerca de 46% os inquiridos que afirmaram que pretendem despedir-se no próximo ano, percentagem maior do que aquela registada na fase da “Grande Resignação”. O termo surgiu em 2021 nos Estados Unidos para se referir à tendência de demissões voluntárias que atingiram o mundo do trabalho a partir daquele ano. Nos Estados Unidos, estudos do Linkedin mostram que houve um aumento de 14% nos pedidos de emprego, por função, desde o outono do ano passado, sendo que 85% dos profissionais ponderavam um novo emprego para este ano.

Por outro lado, os líderes já iniciaram a contratação de especialistas técnicos em IA, com um crescimento de 323% nos últimos oito anos, mas estão agora a olhar para os talentos não técnicos com aptidões para as ferramentas de IA generativa, como o ChatGPT e Copilot. São 66% os líderes que afirmam que não contratariam um candidato sem estas qualificações e 71% dizem que preferem contratar alguém menos experiente, mas dotado destas ferramentas. Aqui os candidatos mais jovens poderão ter vantagens: 77% dos líderes dizem que, com estes skills os talentos em início de carreira terão maiores responsabilidades.

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