Entrar nos portões da Vila Valverde Design & Country Hotel, na Praia da Luz, é ter a possibilidade de conhecer um Algarve diferente, tranquilo e onde se conjuga a natureza com o luxo que uma unidade de cinco estrelas oferece. O boutique hotel rural nasceu da visão empreendedora de Luís Tavares e da mulher Margit que, em 1985, se mudaram para a pitoresca região do Algarve. No início Luís Tavares cofundou uma agência de turismo de Incoming especializada no mercado de Língua alemã. Em entrevista à Fobes Portugal, o CEO do Vila Valverde Design & Country Hotel, lembra que tinha o sonho de criar uma unidade hoteleira em nome próprio. Mas apenas nos anos 2000 descobriu o terreno certo na Praia da Luz, uma ruína com cinco hectares cercada por pomares e oliveiras. Colocou nas à obra para materializar o sonho, nascendo assim, em 2004, o Vila Valverde Design & Country Hotel com 15 quartos que hoje recebe, sobretudo, turistas alemães, norte-americanos e britânicos. Quanto ao futuro, Luís Tavares gostava de acrescentar mais 15 quartos à unidade, mas tem uma limitação: o terreno tem classificação agrícola, o que deita por terra, para já, esta ambição.
Como é que nasceu o projeto Vila Valverde, uma vez que não esteve sempre ligado ao turismo?
A partir de 1985, entrei no turismo. Tive uma agência de incoming, principalmente para o mercado de língua alemã que foi evoluindo e mais tarde, em 2004, eu e a minha mulher tivemos a ideia de na ruína do século XIX que estava aqui, que estava abandonada, a restaurar para criar aqui uma pequena unidade hoteleira de cinco estrelas. Temos 52 mil metros quadrados com espaço verde, à volta da casa. O hotel tem só 15 quartos, mas temos uma piscina interior, temos um banho chinês, temos massagens, uma cave de vinhos, uma piscina exterior, e não temos, em lado nenhum, químicos. Somos um hotel ecológico e temos esse cuidado. Fizemos uma unidade um bocadinho diferente, porque não é hábito ter corredores, por exemplo, com cinco metros de largura, não tem lógica nenhuma, que se poderia fazer quartos. Mas a ideia foi fazer algo um bocadinho diferente, porque existem muito mais hotéis aqui no Algarve.
Nessa ótica, como é que a Vila Valverde faz a diferença?
Exatamente, tinha de ser um bocadinho diferente. É um hotel para casais ou pessoas com crianças maiores de 12 anos. É um hotel de um certo relax, de sossego, mas não estamos longe de nada, estamos ali em Lagos, em 4,5 quilómetros, estamos aqui a 900 metros da Praia da Luz, pode-se ir a pé, estamos da Costa Vicentina a 25 minutos, 30 minutos de distância. Acho que é para pessoas que gostam mesmo de relaxar, ler um livro, estar à vontade, comer bem, num sítio que seja também aquilo que eles procuram, que é acolhimento. Temos, por exemplo, chão radiante em todo o hotel, nos quartos também, as pessoas nos quartos podem regular a sua temperatura, sem causar problemas para a saúde. A nossa piscina interior não tem cloro, é com ozono que é limpa, não tem químicos nenhuns, a piscina exterior vem da nossa mina de água, que vem de 85 metros de profundidade, é água que se pode beber, passa por vários filtros, segue, vai até ao lago onde temos peixes. Bombamos essa água novamente para um tanque pequenino que temos aqui ao pé da oficina e estamos a regar todo o exterior.
E há também uma componente agrícola…
Temos uma horta para o hotel, temos o nosso próprio azeite, temos as nossas azeitonas, as nossas galinhas, os ovos, tudo é feito aqui. A única coisa que nós não produzimos aqui é um tipo de papo seco. O resto é tudo produzido aqui no hotel. Nada, nada, nada vem de fora, não compramos. Logicamente, carne e peixe compramos e queijo também, mas o iogurte, os doces, tudo, pastelaria, os outros papos secos, o pão, tudo isso é feito aqui. Os clientes dizem que isto é um Algarve diferente. Como digo não estamos longe de nada, mas também estamos longe de tudo. Temos aqui um sossego, quando se entra no portão é sossego, ouve-se os passarinhos, vê gatos, alguns coelhos e mais nada. Mas se as pessoas quiserem sair daqui vão com o carro até Lagos onde tem restaurantes, bares, discoteca, tem a Meia Praia que é linda. Entre a Praia da Luz e Lagos temos 36 praias pequeninas e a costa aqui é linda.

Quais são as nacionalidades que mais procuram o vosso hotel?
Principalmente o mercado de língua alemã, depois os americanos e ingleses que são os nossos principais clientes. Pena minha, porque gostava de ter muito mais portugueses. É preciso divulgar em Portugal que existe aqui a Vila Valverde, desde 2004. Temos clientes portugueses, estou muito contente com isso, mas são clientes que já voltam desde sempre. E para nós é muito bom, mas os principais clientes são internacionais, os que vêm e que voltaram. Nós temos clientes aqui que já vieram mais de 30 vezes para o hotel.
Em termos das taxas de ocupação como variam ao longo do ano?
A taxa de ocupação até o final de outubro ronda mais ou menos os 72% a 75%. Em dezembro fechamos sempre, do dia 15 até ao dia 15 de janeiro e aí já não são 72%. Mas a partir de fevereiro começamos outra vez sempre com essa ocupação, porque temos aqui muitos clientes.
Em termos do futuro, há projetos ainda na calha para aproveitar o espaço?
Projetos há em pensamento, porque temos um senão: estamos num terreno de agricultura e não podemos construir. Isto era uma quinta antiga e dela mantemos a fachada por fora completamente como era e não podemos crescer nem um milímetro para os lados, nem um milímetro para cima. Tivemos um arquiteto que foi ótimo, o Mário Martins, que nos ajudou aqui no interior, seja na cave de vinhos, na sauna, na sala de massagem a termos luz natural com ideias e com espaços com muito vidro, muito amplo. Tivemos também aqui uma pessoa que me ajudou bastante, a Nini Andrade, que também teve aqui uma mãozinha na decoração. Já nos conhecíamos há bastante tempo e conhece a minha mulher e disse-lhe que eu gostava que ela viesse cá. E ela respondeu que pensava que eu nunca perguntava. E eu disse-lhe que pensava que nunca fazia uma coisa tão pequenina.
Mas quais são os tais projetos que estão pensados?
Era crescer na parte de trás. Eu precisava claramente mais uns 15 quartinhos, mas acho que nesta altura é difícil. É mais um pensamento que um projeto que diga que vai acontecer daqui um ano, dois anos não. Se tivermos autorização de fazer isso fazemos imediatamente porque podia-se esconder os quartos e não se via. Não se esqueça que temos 52 mil metros e só temos 15 quartos. O Algarve tem sítios muito bonitos tem sítios muito, muito bonitos, mas as pessoas que vêm para aqui não vão para uma unidade grande, procuram unidades pequeninas, personalizadas querem comer diferente. as pessoas que vêm para aqui a gente quer mostrar um Algarve diferente sem dúvida.





