Em Portugal, a remuneração total de um CEO é, em média, 1,5 vezes superior à remuneração dos restantes vogais executivos e 10,9 vezes superior à média de remuneração dos restantes colaboradores da organização.
A conclusão é do estudo sobre “Remuneração de Executivos” desenvolvido pela Mercer que inquiriu 40 organizações a operar em Portugal, incluindo 13 cotadas em bolsa no índice PSI, e analisou sete funções distintas de membros executivos.
Paymix: Remuneração variável representa 30% a 35% da remuneração dos executivos
De acordo com os dados recolhidos pelo estudo da Mercer, 67% da remuneração do CEO corresponde ao seu salário base, 26% a incentivos a curto prazo e 7% a incentivos a longo prazo.
Por sua vez, 59% da remuneração dos membros executivos corresponde ao seu salário base, 24% a incentivos de curto prazo, 10% a incentivos a longo prazo e 7% a subsídios garantidos.
Em termos de paymix, o estudo indica que a remuneração variável representa entre 30 a 35% da remuneração total dos membros executivos.
Incentivos de curto prazo são prática comum e centram-se na performance financeira da organização.
O estudo revela que 100% das organizações inquiridas afirmam ter definida uma política de incentivos de curto prazo. De acordo com os dados, os incentivos de curto prazo atribuídos ao CEO correspondem no target, em média, a 51% do respetivo salário base. Por sua vez, esta percentagem é ligeiramente superior para os executivos com reporte direto ao CEO, correspondendo em média a 48% do salário base.
Os dados mostram que, em média, o incentivo máximo a curto prazo corresponde a 95% do salário base do CEO e, no caso dos membros executivos com reporte ao CEO, corresponde a 92%.
Os incentivos a curto prazo atribuídos ao CEO e aos membros executivos têm por base, primeiramente, a performance da empresa, seguindo-se a performance individual não-financeira, performance individual financeira e a performance da divisão/unidade de negócio. Relativamente às principais medidas que determinam os incentivos de curto prazo, as respostas mais frequentes são, “EBIT, EBITDA, Resultados Líquidos” e “Outras Medidas Financeiras”.
Atribuição de ações é a principal forma de pagamento de incentivos de longo prazo.
O estudo mostra que 53% das organizações inquiridas afirmam ter definida uma política de incentivos de longo prazo, sendo que a atribuição de ações com base no desempenho constitui o principal incentivo. O valor médio dos incentivos de longo prazo enquanto percentagem do salário base é de 63% para CEO e de 61% para os restantes diretores executivos.
De acordo com os dados, enquanto o bónus anual está presente em praticamente todas as organizações, a existência de incentivos de longo prazo tem uma prevalência menor, apesar de se verificar um aumento do número de organizações que definem modelos com base nos objetivos estratégicos de longo prazo, de forma a garantir o alinhamento dos interesses dos executivos com os dos acionistas/investidores.
“As organizações têm de procurar equilíbrio e adequação da sua política de remuneração de incentivos do topo à base da sua estrutura”, refere Tiago Borges, Business Leader de Career da Mercer Portugal.
“Perante um talento cada vez mais seleto, e num contexto profundamente marcado pela escalada da inflação, as organizações estão sob uma enorme pressão para reter talento. Embora os níveis superiores da organização possam não ser diretamente afetados, torna-se fundamental que os Comités de Remuneração, ao determinarem os resultados salariais ou ao definirem objetivos, permaneçam atentos à experiência dos colaboradores, em comparação com a dos quadros executivos”, alerta a Mercer.
“As organizações vivem tempos desafiantes. Ao mesmo tempo que se debatem com um cenário de incerteza ao nível geoeconómico, com os efeitos da inflação na redução dos rendimentos disponíveis, as organizações têm de procurar equilíbrio e adequação da sua política de remuneração de incentivos do topo à base da sua estrutura para manter a organização coesa e motivada”, afirma Tiago Borges, Business Leader de Career da Mercer Portugal.
Este estudo da Mercer contou com a participação de 187 inquiridos pertencentes a 40 organizações em Portugal, Espanha, China, Reino Unido, Estados Unidos da América, Alemanha, Países Baixo e Suíça. Setores de atividade dos inquiridos: Banca e Serviços Financeiros, Energia, Bens de Consumo, Tecnologia, Indústria, Serviços Não-Financeiros, Seguros, Serviços de Cuidados de Saúde, Comércio a Retalho e Grossista.