Numa parceria com a Comissão Aeronaval 100 TAAS, a distribuidora de relojoaria e joalharia Watchers (ex-Torres Distribuição), uniu-se a duas das marcas que representa, a Graham e a Raymond Weil, para lançar dois relógios de pulso alusivos à Travessia Aérea do Atlântico Sul, cujo centenário se assinala este ano.
O Graham Chronofighter Centenário TAAS e o Raymond Weil Toccata Centenário TAAS são os dois relógios especiais, ambos limitados a 100 exemplares.
Em 2022, o centenário da Travessia Aérea do Atlântico Sul é assinalado através de diversas iniciativas – entre elas, o lançamento de dois relógios em edição limitada alusivos à celebração.
“Os dois modelos selecionados têm em si razões que justificam a sua seleção para a celebração de uma significativa proeza na história de Portugal”, comenta a Watchers.
O Raymond Weil Toccata Centenário TAAS evoca a forma do relógio que Sacadura Cabral usou durante a Travessia; já o Graham Chronofighter Centenário TAAS presta homenagem à epopeia enquanto peça que tem na sua inspiração uma relação direta com a aeronáutica.
Cada um dos modelos é lançado numa série limitada de 100 exemplares.
Modelo Chronofighter da Graham
O modelo Chronofighter é o ex-libris do catálogo da Graham e deve a sua inspiração aos antigos relógios militares de aviação presos à perna dos navegadores, que acionavam o cronógrafo para cronometrar tempos de voo e os períodos entre a largada da bomba e o impacto no alvo.
Aquando do seu lançamento, o Chronofighter foi uma autêntica “pedrada no charco” no universo dos cronógrafos: dotado de soluções estéticas e técnicas atípicas e inovadoras, destaca-se pela coroa sobredimensionada que se faz acompanhar de uma alavanca integrada – colocada à esquerda para o início e a paragem do cronógrafo, para além de um botão que recoloca o ponteiro a zero. A característica alavanca do cronógrafo assenta em princípios ergonómicos para melhorar a utilização das funções cronográficas através do dedo polegar, o dedo mais “rápido” da mão: sendo independente dos restantes dedos, reage algumas décimas de segundo mais depressa para o arranque/paragem do contador.
Na edição limitada Chronofighter Centenário TAAS, o mostrador branco inclui o símbolo das comemorações nos pequenos segundos, às 3 horas e no contador às 6 horas, em círculo, apresenta os nomes dos três aviões utilizados na Travessia Aérea do Atlântico Sul.
No verso do relógio, a personalização também foi cuidada e inclui, num fundo transparente que deixa ver o movimento mecânico do relógio, o mapa da travessia com os vários pontos de amaragem desde Lisboa ao Rio de Janeiro. O sextante está presente e os nomes dos pilotos Gago Coutinho e Sacadura Cabral e as datas do Centenário com a Cruz Cristo ao centro, acompanham o mapa da viagem. O número de série limitada (001/100 a 100/100) surge por baixo da data do Centenário.
PVP Recomendado – Graham Chronofighter Centenário TAAS – 6.450€
Raymond Weil Toccata Centenário TAAS
O Raymond Weil Toccata Centenário TAAS recorda o formato do relógio que o piloto aviador Sacadura Cabral usava no pulso aquando da travessia aérea em 1922.
O relógio Raymond Weil Toccata Centenário TAAS destaca-se pela sua personalidade geométrica — sendo um modelo de forma retangular com mostrador branco e numerais romanos que é identificado com o símbolo oficial das comemorações às 6 horas.
O fundo da caixa do relógio foi personalizado no centro, com o sextante de horizonte artificial desenvolvido pela primeira vez por Gago Coutinho, para responder às necessidades de navegação aérea da época.
Do lado esquerdo e do lado direito do sextante, destaca-se respetivamente os nomes de Gago Coutinho e de Sacadura Cabral.
Na parte superior, foi gravado o número individual de série limitada de 001/100 a 100/100, e na parte inferior, a gravação das datas do centenário com a Cruz de Cristo ao centro.
PVP recomendado – Raymond Weil Toccata Centenário TAAS – 950€
A história da travessia
O início do projeto da Travessia Aérea do Atlântico Sul remonta a 1919, altura em que Artur Sacadura Freire Cabral (1881-1924) sugeriu ao então Ministro da Marinha a realização de uma viagem que unisse, pela primeira vez por via aérea, Lisboa e Rio de Janeiro.
A concretização do projeto ficaria agendada para 1922, ano de celebração do centenário da independência do Brasil.
Carlos Viegas Gago Coutinho (1869 – 1959) foi convidado a aderir ao projeto como navegador, com as suas competências enquanto geógrafo/cartógrafo a serem fundamentais para tal empreendimento, numa época em que as instrumentações de bordo eram ainda muito rudimentares.
Com partida de Lisboa a 30 de março de 1922 e com muitos obstáculos pelo meio, a aventura transatlântica tornou-se possível muito graças a um pioneiro método de navegação aérea desenvolvido pelos próprios portugueses.
Foi ele que adaptou ao sextante – bem conhecido da navegação marítima – um horizonte artificial e que, em colaboração com Sacadura Cabral, desenvolveu o corretor de rumos, um instrumento que permitia calcular graficamente o ângulo entre o eixo longitudinal da aeronave e o rumo a seguir, tendo em conta a intensidade e a direção do vento.
Ao remodelarem todo o sistema de cálculo astronómico em relação ao sistema utilizado na Marinha, os dois oficiais portugueses foram pioneiros no desenvolvimento de um sistema integral de navegação aérea que se tornaria durante muito tempo uma referência no mundo da aeronáutica.
Planeada para uma semana, a viagem acabou por prolongar-se por 79 dias devido a um conjunto de obstáculos, entre eles a inutilização de duas das três aeronaves que permitiram concluir a travessia, embora de início estivesse previsto que apenas seria necessária uma.
Foi a 17 de junho de 1922 que Sacadura Cabral e Gago Coutinho finalizaram com sucesso a primeira travessia área do Atlântico Sul.
Ao Rio de Janeiro, os dois oficiais chegaram a bordo do hidroavião Fairey IIID, depois apelidado não oficialmente de Santa Cruz, que hoje, após um intensivo restauro, está exposto no Museu da Marinha, em Belém, Lisboa.
Pelo caminho ficaram os hidroaviões Lusitânia e AN16 devido a incidentes inesperados. A Travessia Aérea do Atlântico Sul por Sacadura Cabral e Gago Coutinho foi acompanhada pelos jornais da época com o entusiasmo de quem acompanha uma verdadeira saga.
E no Brasil a paixão era equivalente, de tal modo que, à chegada, o hidroavião foi recebido por uma imensa multidão que aplaudia enquanto heróis os protagonistas de uma tal arriscada proeza.
O Rio de Janeiro recebeu com pompa e circunstância os dois oficiais da Marinha Portuguesa que ali chegavam a bordo do hidroavião Santa Cruz que atualmente está exposto no Museu da Marinha, em Lisboa.
A Travessia Aérea do Atlântico Sul ficou para a história enquanto viagem pioneira e marco fundamental no desenvolvimento de um sistema de navegação integrado que serviu a aeronáutica durante décadas.