A Casa Branca confirmou quinta-feira que a Rússia obteve uma “perturbadora” e inovadora arma anti-satélite, mas disse que não pode provocar diretamente “destruição física” na terra.
O porta-voz do Conselho de Segurança nacional, John Kirby, indicou que responsáveis dos serviços de informações norte-americanos confirmaram que a Rússia obteve a capacidade de garantir esta nova arma, que ainda não está operacional.
Os responsáveis norte-americanos estão a analisar as características desta tecnologia emergente e mantiveram contactos com aliados e parceiros sobre o tema.
“Primeiro, não se trata de uma capacidade ativa que tenha sido utilizada, e apesar de ser perturbador o facto de a Rússia manter esta particular capacidade, de momento não existe qualquer ameaça para a segurança”, disse Kirby.
“Não estamos a referir-nos a uma arma que possa ser utilizada para atacar seres humanos ou provocar destruição física na terra”, adiantou a mesma fonte, escusando-se a comentar se em causa está capacidade nuclear.
Kirby indicou que a nova capacidade é baseada no espaço, o que violaria o Tratado Internacional do Espaço Exterior, assinado por mais de 130 países, incluindo a Rússia.
A Casa Branca confirmou estas alegações após um alerta emitido na quarta-feira pelo republicano Mike Turner, presidente do Comité de Informações do Senado, que exortou a administração do Presidente Joe Biden a desclassificar informação sobre o que definiu como séria ameaça à segurança nacional.
Em Moscovo, o porta-voz do Kremlin, Dmitry Peskov, descreveu as alegações sobre esta nova capacidade militar russa como um estratagema destinado concretizar luz verde do Congresso dos EUA a uma ajuda à Ucrânia.
“É óbvio que Washington está a tentar forçar o Congresso a votar o projeto-lei de ajuda, a bem ou a mal. “Vamos ver que estratagema a Casa Branca usará”, declarou Peskov, citado por agências de notícias russas.
Do lado da Casa Branca, houve ainda a indicação do desejo de envolver os russos diretamente nas questões e que se continuará a manter os membros do Congresso, os parceiros internacionais e o povo americano “tão plenamente informados quanto possível”.
O Senado dos EUA, de maioria democrata, aprovou terça-feira um novo pacote que inclui 60 mil milhões de dólares para Kiev, que tem solicitado repetidamente ajuda aos seus aliados ocidentais guerra contra a Rússia, mas o líder republicano da Câmara dos Representantes, Mike Johnson, recusa qualquer votação.
Johnson alinha-se com a posição de Donald Trump, antigo presidente norte-americano e principal candidato às eleições de novembro, que exige a aprovação de uma legislação de imigração mais rigorosa antes de qualquer nova ajuda financeira à Ucrânia.
Hoje, na Casa Branca, John Kirby sublinhou que a cidade de Avdiivka, no leste da Ucrânia, corre o risco de cair nas mãos do exército russo, chamando-a de “situação crítica”.
Lusa