Portugal é um país de contrastes elegantes, onde o luxo se revela tanto no ritmo vibrante da cidade como na serenidade intocada do campo. Esta dualidade tem vindo a atrair um número crescente de compradores exigentes, nacionais e internacionais, que procuram não apenas uma casa, mas um estilo de vida alinhado com os seus valores, expectativas e ritmos.
Nas grandes cidades como Lisboa e Porto, o mercado de luxo mantém-se dinâmico, ancorado em localizações históricas e arquiteturas singulares. A capital oferece um equilíbrio raro entre património e modernidade, com apartamentos exclusivos em zonas como a Lapa, Príncipe Real ou Avenida da Liberdade, enquanto o Porto combina tradição e cosmopolitismo com projetos de reabilitação sofisticados na Foz, Baixa e Boavista. Estas cidades oferecem não só infraestruturas de excelência, mas também acesso imediato à cultura, à gastronomia e à vida social, um luxo urbano cada vez mais valorizado.
Mas o campo está longe de ser apenas um refúgio. O Alentejo, com as suas herdades imersas na natureza, tem vindo a afirmar-se como um dos destinos de luxo mais discretos e procurados. A autenticidade das paisagens, a arquitetura de inspiração vernacular e o silêncio qualificado criam uma proposta de valor rara: viver com espaço, privacidade e tempo. No Norte, o Douro alia património vinícola, vistas deslumbrantes e um estilo de vida sofisticado em comunhão com a terra. É um luxo de raízes profundas, onde a beleza se mede em décadas.
No meio deste contraste, há zonas que conjugam o melhor dos dois mundos. O Algarve, sobretudo em localizações como a Quinta do Lago, Vale do Lobo ou Vilamoura, oferece privacidade, clima privilegiado e serviços de alto padrão, num ambiente onde o mar, a arquitetura contemporânea e os campos de golfe desenham um estilo de vida exclusivo.
Em 2025, o distrito de Lisboa continua a ser a região mais dinâmica no segmento Collection, absorvendo mais de 60% do mercado nacional. Já o distrito do Porto domina toda a região Centro e Norte do país, representando mais de 10% do total. No Algarve, uma região historicamente associada ao turismo, o segmento de luxo assume cerca de 7% do mercado. Por outro lado, as regiões alentejanas, caracterizadas por uma elevada dispersão urbanística, representam cerca de 1% da oferta no segmento Collection.
A própria procura difere com alguma relevância nestas quatro regiões. É verdade que são os próprios portugueses os mais interessados neste segmento, mas as zonas mais urbanas e cosmopolitas atraem um maior número de cidadãos estrangeiros. Além de disporem de maior oferta, apresentam igualmente maior diversidade e é esta conjugação que estimula o interesse de muitos investidores.
No Porto, entre os clientes além-fronteiras, destacam-se os norte-americanos, mas em Lisboa, por exemplo, são os naturais do Brasil que assumem a liderança. Já no Algarve, para além dos norte-americanos, registamos muito interesse de cidadãos do norte da Europa, em particular de irlandeses e ingleses. No Alentejo, pelas características específicas que apresenta, o segmento tem atraído vários cidadãos franceses e belgas.
Para terminar, tem sido notório o alargamento deste segmento a um maior número de zonas do país, sendo cada vez menos exclusivo das regiões de Lisboa e Porto.
Hoje, mais do que nunca, o verdadeiro luxo é ter escolha. Entre a vibração urbana e o sossego rural, entre o património e a paisagem, entre a arte de receber e o prazer de parar. Portugal oferece todas essas possibilidades e é precisamente nessa diversidade que reside a sofisticação do seu mercado imobiliário de luxo.
Beatriz Rubio,
CEO RE/MAX Collection