A presença no digital é, cada vez, indispensável para as empresas e este facto deu relevância à área do UX (User eXperience) e UI (User Interface).
Com o crescimento da Inteligência Artificial (IA), falamos com Rui Guerra, Co-fundador da Duall Studio. O responsável, que é também o diretor criativo desta jovem empresa de cinco anos, olha para as tendências do setor e fala de que forma tem a Duall utilizado as ferramentas de IA no desenvolvimento de plataformas online (site ou App, por exemplo) que sejam intuitivas, rápidas e visualmente atraentes – até porque essas são as que estão mais perto de conquistar clientes, sublinha.
Quais foram os maiores desafios que a Duall enfrentou ao competir com players fortes e instituídos?
Quando a Duall entrou no mercado, há cinco anos, não havia, na verdade, um grande número de players que entregasse aquilo a que nós nos propusemos. Sempre existiram software houses e equipas de desenvolvimento, mas não existia propriamente nenhuma empresa que juntasse também a componente visual e de UX/UI Design no seu expoente máximo.
Nesse sentido, um dos nossos grandes desafios foi, na verdade, conseguir conjugar estes fatores e criar uma equipa de desenvolvimento capaz de oferecer um serviço mais completo ao mercado. Além disso, sentimos que aquilo que nos tem vindo a desafiar desde que começámos são também os recursos humanos, necessários para conseguirmos implementar o que idealizámos. Encontrar programadores com as skills necessárias para desenvolver os nossos sites como pretendíamos foi, desde cedo, um grande desafio. Para responder a este obstáculo, numa primeira fase, tivemos de recorrer a profissionais internacionais para conseguir entregar a qualidade a que nos propúnhamos e elevar a fasquia. Assim, um dos nossos maiores desafios– e que se mantém de certa maneira – foi sem dúvida encontrar as pessoas com as skills certas em programação. Ainda assim, atualmente já contamos com “programadores criativos” in- house, algo que há 5 anos era extramente difícil: houve, sem dúvida, uma evolução nesta área também.
“Encontrar programadores com as skills necessárias para desenvolver os nossos sites como pretendíamos foi, desde cedo, um grande desafio. Para responder a este obstáculo, numa primeira fase, tivemos de recorrer a profissionais internacionais”
Estão muito focados na criação de sites dinâmicos para marcas e empresas. Essa é a tendência?
Na Duall entregamos uma oferta que se baseia principalmente no desenvolvimento de websites e aplicações móveis para marcas, que podem ter necessidades distintas e pertencer a mercados/setores completamente diferentes. Trabalhamos a vertente tecnológica, de programação e desenvolvimento de software e a sua dimensão visual, através de UX/UI design.
É precisamente nesta dimensão gráfica e visual que acreditamos que realmente nos diferenciamos, e por isso a tendência será a de procurarmos sempre ser cada vez melhores na criação de sites que visualmente resolvem os problemas das marcas e dos seus clientes, de forma criativa, única e simples.
ites com demasiado ruído visual não poderão prejudicar a comunicação?
Depende muito do tema e do objetivo do site. É essencial ter sempre a parte gráfica aliada à usabilidade do próprio site: a forma segue a função.
Quando falamos de e-commerce, cujo objetivo é vender, não deve, de facto, haver ruído. Contudo, quando se trata de sites de campanhas não existe tanto essa preocupação. Estes são sites com um ‘prazo de validade’ e, por isso, têm de seguir a linha gráfica da própria campanha, não havendo tanto a necessidade de o manter necessariamente ‘limpo’. O importante é assegurar que cada site é desenhado especificamente para cada cliente ou marca, caso contrário os nossos projetos seriam todos iguais.
Quais são, na sua opinião, as tendências mais marcantes que estão a moldar a indústria criativa neste momento?
Cada vez mais, na indústria criativa digital, a Inteligência artificial tem vindo a fazer parte do nosso trabalho, bem como a vertente 3D. O Motion Design, ou plataformas “No Code” têm crescido muito nesta área. Acho que estas são algumas das principais tendências.
“O Motion Design, ou plataformas ‘No Code’ têm crescido muito nesta área”
O desenvolvimento tecnológico tem impactado fortemente o setor criativo. A Duall tem utilizado IA no seu trabalho? Que exemplos nos pode dar?
O desenvolvimento tecnológico é, naturalmente, um fator que vai sempre fazendo parte do nosso trabalho. No que toca à Inteligência Artificial, atualmente, aquilo que temos desenvolvido tem sido mais direcionado a campanhas ou marcas específicas. Um projeto que estamos atualmente a desenvolver para o nosso cliente Dr. Online insere-se na área de Healthcare, na qual vamos criar uma solução em Inteligência Artificial para acompanhamento de pacientes. Desta forma, tentamos sempre acompanhar constantemente as inovações que surgem para as podermos integrar no nosso trabalho.
Ainda assim, apesar destes avanços tecnológicos, tudo indica que a qualidade mais valorizada na sociedade do futuro será a criatividade, que é precisamente o que nos diferencia da nossa concorrência. Embora tenhamos ferramentas para fazer grande parte do trabalho, como a digitalização de objetos em 3D, as imagens em AI, entre outras, teremos sempre o nosso engenho e criatividade.
“Na área de Healthcare vamos criar uma solução em Inteligência Artificial para acompanhamento de pacientes”
Que ferramentas de IA usam?
Usamos algumas ferramentas de IA como auxílio ao nosso trabalho. Alguns exemplos são o ChatGPT ou o Midjourney, que nos auxiliam na área do copywriting e ilustração.
É natural que estas ferramentas vão evoluindo, e consideramos que temos de olhar para elas como uma ajuda/complemento àquilo que fazemos.
Pensam na internacionalização? Se sim, de que forma?
A expansão da Duall para novos mercados é sem dúvida uma possibilidade e oportunidade para crescer ainda mais. Apesar de já trabalharmos com marcas e startups globais, é no mercado dos EUA – com o qual temos desenvolvido projetos na área do Cannabis Medicinal e na indústria cinematográfica – que temos vindo a observar um grande potencial de crescimento. Essa é sem dúvida uma localização na qual gostaríamos de continuar a investir e intensificar a nossa atuação.
Além da questão da internacionalização, interessa-nos também a especialização em setores que podem oferecer novas oportunidades de negócio. Um exemplo é a indústria de tecnologia da saúde – healthtech –, que está em franca expansão, tanto em Portugal como a nível global. Esta é uma área que tem sido impulsionada pela crescente demanda por soluções inovadoras e tecnológicas no campo da saúde. Com a nossa experiência e expertise, acreditamos que estamos bem posicionados para aproveitar as oportunidades nesse mercado em expansão.
“Os EUA são uma localização na qual gostaríamos de continuar a investir e intensificar a nossa atuação”
Quais as suas expectativas para o futuro do setor criativo em Portugal e para a evolução da Duall nos próximos anos?
O futuro do setor promete uma contínua evolução e crescimento, principalmente no que respeita à área do design e ao digital. Isto porque num panorama cada vez mais digital, é necessário que as empresas reforcem a sua presença online de uma forma coerente e eficaz, e isso só será possível com plataformas apelativas e que respondam às expectativas dos seus clientes.
Na Duall, queremos continuar a crescer, com a qualidade a que nos comprometemos, mas pretendemos também cada vez mais especializarmo-nos. Foi nesse sentido que recentemente nos juntámos a uma empresa parceira, a Akt, e criámos a Byld (Software House) – focada no desenvolvimento de software e programação. Através deste passo, a Duall estará cada vez mais centrada nos projetos criativos e com foco no design, assegurando uma oferta mais completa aos nossos clientes, através das diferentes marcas do grupo.