No fundo da rua onde se produzem as maiores asas dos aviões da Embraer, uma multinacional francesa fabrica peças para motores de avião da Airbus e Boeing. Estamos no parque aeronáutico de Évora, onde a Mecachrome está há escassos meses a produzir componentes também para a Rolls-Royce, e já tem em certificação peças para a norte-americana Pratt & Whitney, concorrente da Rolls no fornecimento de motores ao maior avião do mundo, o Airbus A380. De uma assentada, Portugal tem duas equipas na liga dos campeões da indústria aeronáutica, ostentando, para lá do terceiro maior construtor mundial de aviões, um fornecedor Tier 1, isto é, que produz directamente para um fabricante – no caso, a Safran, construtora de motores para helicópteros e aviões.
Nas asas da Embraer, o país entrou no radar dos grandes fabricantes mundiais aeronáuticos.
O efeito reprodutor da chegada da Embraer, em 2012, deu o maior fruto em Outubro de 2017, quando a Mecachrome chegou ao parque aeronáutico de 877 mil metros quadrados contíguo ao Aeródromo de Évora. Ali se instalaram outras empresas, como a portuguesa Emmad, responsável pelo encaixotamento das asas da Embraer, a espanhola Ómicron, especializada em engenharia de desenho, e a norte-americana Curtiss-Wright Surface Technologies, com uma área de tratamento metálico.
Nas asas da Embraer, o país entrou no radar dos grandes fabricantes mundiais aeronáuticos. A multinacional Mecachrome, liderada por Paulo Fernandes, foi o segundo elo para um cluster do ar em Portugal. Falta dissipar a potencial tempestade da mão-de-obra no horizonte para descolar em segurança. Na FORBES de Dezembro, descubra como o cluster aeronáutico português vai crescer nos próximos anos.