Sentimos a sua chegada. Tem uma energia renovável. Como os temas que defende e as causas que apoia. Sustentabilidade. Igualdade do género.
Não baixar os braços. Cantar o fado e a Insustentável Leveza do Ser, a obra de Milan Kundera, a sua predileta, talvez por resumir o seu “ modo de passar pela vida”. E sorri. E gesticula. E entusiasma-se. Sozinha. Connosco ou num auditório, desde que o mote seja, claro, sustentabilidade. Ou fado. Susana Viseu é tudo isto. E ainda um dos nomes no feminino mais
reconhecidos para falar sobre um tema que deixou de ser fetiche, para se tornar numa emergência global. “As meninas do ambiente”, como eram designadas no início desta jornada, conta Susana, cresceram e protagonizam, agora, mudanças estruturais para o futuro do nosso planeta. Mas a história da sustentabilidade e da Susana começou cedo. Muito cedo. “A minha família materna era da Serra da Estrela (Gouveia), onde passávamos grandes temporadas de férias e desde cedo, os espaços naturais, os “bichos”, as plantas me eram familiares, quer na quinta, quer nos longos dias na Serra, onde desde pequena gostava de passear sozinha e onde sempre me sentia feliz, em liberdade e em paz”, conta-nos numa destas tardes em que o confinamento nos permitiu estar juntas e ao sol. “Cheguei a tomar conta de um formigueiro perto de casa em Gouveia, no adro da igreja, onde todos os dias levava migalhas de pão. Mas, naturalmente, a progressiva consciencialização sobre a importância da preservação do ambiente e de um desenvolvimento sustentável, foi-se desenvolvendo, com os valores transmitidos em família, do respeito pelos outros e pelo que nos rodeia, do despertar da curiosidade sobre o mundo, embora ainda não com o nome de sustentabilidade”. Isso viria mais tarde. Com a consciencialização. Com o curso. Com o networking. Com aquilo a que designa a sua máxima profissional: Persistência, empenho, exigência e envolvimento. Um currículo com cinco páginas e decidimos começar pelo projeto que lhe deu mais gozo e assim ficamo-nos pelo presente, “não sou saudosista do passado. Entusiasma-me o momento presente. Nesse sentido a criação e desenvolvimento da ONG Business as Nature”.
Uma mulher na linha da frente para descobrir na edição 50 da Forbes. Nas bancas.