A Comissão Europeia aplicou hoje uma multa recorde de 432 milhões de euros à empresa norte-americana de descodificação de informação genética Illumina por ter avançado com a compra da biotecnológica Grail antes da aprovação pela instituição.
Em comunicado, o executivo comunitário indica que “aplicou uma coima de cerca de 432 milhões de euros e de 1.000 euros à Illumina e à Grail, respetivamente, por terem realizado o seu projeto de concentração antes da aprovação da Comissão, em violação das regras comunitárias de controlo das concentrações”.
As regras da União Europeia obrigam que as empresas que operem no mercado comunitário e que queiram avançar com concentrações não realizem qualquer movimento até à ‘luz verde’ de Bruxelas.
Contudo, depois de ter iniciado uma investigação aprofundada a esta fusão em julho de 2021 e de ter bloqueado a operação em setembro de 2022, por considerar que teria efeitos anticoncorrenciais significativos, ao afetar a inovação e a escolha no mercado emergente dos testes de deteção precoce do cancro com base no sangue, o executivo comunitário descobriu que, ainda em agosto de 2021, houve um anúncio público da aquisição.
“Na decisão de hoje, a Comissão confirma a sua opinião preliminar de que a Illumina e a Grail violaram intencionalmente a obrigação de suspensão. A Comissão considerou que, ao concluir a operação, a Illumina podia exercer uma influência decisiva sobre a Grail e exerceu-a efetivamente”, adianta o executivo comunitário na nota à imprensa.
Criada em 2016, a Illumina é uma empresa americana que reivindica a liderança no segmento de descodificação de informação genética, localizada na Califórnia, nos Estados Unidos, que fabrica e comercializa sistemas integrados para análise de variação genética e função biológica.
Por seu lado, a biotecnológica norte-americana Grail arrancou em 2015 como ‘startup’ para desenvolver rastreamento precoce de cancro para pessoas que não apresentam sintomas.
Lusa