É um dos nomes que frequentemente se encontra entre as comunidades de leitores que partilham conteúdo em redes sociais como o TikTok, Youtube ou Instagram. Brianna Wiest é a autora do sucesso “101 Reflexões que vão Mudar a sua Forma de Pensar” e do recém traduzido para português “A Montanha és Tu”, publicado pela editora Presença. A Forbes Portugal falou com a autora norte-americana.
Se tivesse de escolher apenas uma lição dos seus livros para ensinar a toda a gente, qual seria?
A auto-sabotagem é conseguirmos exatamente o que queremos. É o que acontece quando as nossas necessidades inconscientes entram em conflito com os nossos desejos conscientes. Se formos capazes de nos sentar com isso e encontrar formas mais saudáveis de satisfazer essas necessidades fundamentais, isso pode ajudar-nos a abandonar comportamentos autodestrutivos. Esta é a forma mais simples de resumir o “A Montanha és Tu” e a lição que eu mais gostaria que as pessoas levassem consigo.
O que nos pode dizer sobre o seu próximo livro “The Pivot Year”?
Escrevi o “The Pivot Year” como forma de dar aos leitores uma pequena meditação diária, de fácil digestão, para refletirem ou utilizarem como exercício de pensamento. Ao longo dos anos, muitas pessoas têm partilhado que gostam de ler os meus livros aos bocadinhos, e eu queria criar algo que fosse ao encontro disso.
Que papel desempenham as redes sociais na sua carreira?
Tal como muitos artistas e criadores, o papel mais importante que as redes sociais têm desempenhado é o facto de me terem permitido construir a minha própria rede, comunidade e leitores. Sem guardiões. Tenho uma ligação direta com os meus leitores e acho que isso é muito especial. Já não tem de ser um processo em que temos de convencer primeiro uma editora de que vale a pena partilhar o nosso trabalho. Podemos partilhá-lo e deixar que os leitores falem por si.
Quando é que se apercebeu que o digital estava a mudar as coisas na sua carreira?
Provavelmente desde o início. Lembro-me sobretudo de passar do jornalismo impresso, em que os escritores só tinham um determinado espaço por semana ou por mês meio que para competir, para um espaço digital infinito. Achei, desde o início, que era uma mudança incrível.
Como é que comunidades como o BookTok ou o BookTube mudaram esta indústria?
Penso que, no passado, encontrávamos livros através das lojas, das críticas ou do boca-a-boca. Agora, podemos seguir criadores cujo trabalho é analisar e recomendar livros mais adaptados exatamente ao que procuramos. Penso também que dá aos autores independentes uma oportunidade de ganharem força onde talvez não tivessem antes.
Será que este sucesso no online se traduz realmente em ganhos financeiros muito maiores para os autores?
É difícil para mim fazer comparações porque não era autora antes de a minha carreira estar online, tudo aconteceu ao mesmo tempo para mim. Mas intuitivamente diria que sim, claro. Há muito mais oportunidades agora.
Mudou a sua forma de escrever?
Tenho a certeza que sim, e penso nisso muitas vezes. Historicamente, os artistas e os autores podiam passar uma vida inteira a trabalhar num projeto, e isso era considerado um feito. Hoje em dia, há uma pressão para produzir de forma consistente e, embora ache que isso pode, por vezes, prejudicar o processo, também acredito que a criatividade é um músculo que se fortalece com o uso, e a ligação constante com o público permite-nos usá-la como um teste decisivo. Penso que isso fez de mim uma escritora muito mais forte, capaz de chegar muito melhor às pessoas.
Considera que é importante que os leitores optem por ler géneros diferentes?
Mais do que qualquer outra coisa, a leitura deve envolver-nos e interessar-nos e nunca deve ser sentida como uma tarefa ou uma obrigação. Além disso, diria que é importante encontrar escritores com os quais nos identificamos de alguma forma, isso pode ser uma forma de nos abrirmos a novos géneros, se estivermos interessados em fazê-lo.