Antes da azáfama da quadra natalícia chega a tradicional Black Friday, que este ano calha dia 28 de novembro, na qual se aproveita para antecipar algumas compras com promoções. A Blackfriday.pt, startup com sede na suíça fundada por Jérôme Amoudruz, avaliou os comportamentos de compra dos consumidores portugueses e concluiu que, este ano, há uma subida de 19% no orçamento médio, que passa de 311 euros no ano passado para 385 euros. Este estudo confirma o regresso de um consumo mais expressivo, mas também mais seletivo.
A BlackFriday.pt detalha que, apesar do aumento do orçamento, os consumidores estão mais cautelosos e críticos. Há uma diminuição nas intenções de compra em quase todas as categorias, em particular na moda (passa de 58% para 54%) e nos eletrodomésticos (de 37% para 33%), tradicionalmente os segmentos mais procurados, o que indica uma atitude de maior ponderação. A única categoria em crescimento é a dos brinquedos (passa de 12% para 14%), o que sugere a antecipação das compras de Natal.
O estudo olhou para outro momento de consumo, a Black Week, e revela que há uma forte concentração das compras durante essa semana (38,4%), que ganha terreno face ao Black November, cuja relevância caiu 12%. Já o próprio dia da Black Friday mantém-se estável, com 20% das intenções de compra.
O estudo antecipa que a maioria das compras continua a realizar-se em Portugal (98%), com 36% dos consumidores abertos a comprar no estrangeiro, sobretudo em loja física (24%).
Citado em comunicado, o CEO da BlackFriday.pt, Jérôme Amoudruz, destaca que “o consumidor português está hoje mais informado e exigente. A perceção de promoções pouco reais tem levado a uma escolha mais criteriosa, o que se reflete no aumento das despesas médias, mas também na redução de compras por impulso”.
Quanto aos canais de comunicação e compra, o e-mail reforça o papel como principal fonte de informação (62,7%), enquanto os sites de e-commerce recuam para 17,2% e o WhatsApp se mantém estável, com 19,1%. O Facebook perde relevância, com menos quatro pontos percentuais face a 2024.
Outra tendência em destaque no estudo é a utilização crescente da Inteligência Artificial (IA) no processo de compra. A BlackFriday.pt salienta que quase metade dos consumidores (44,6%) recorre a ferramentas de IA para comparar preços, procurar informações ou esclarecer dúvidas sobre produtos, ainda que a maioria mantenha um nível de confiança moderado (41%).
Jérôme Amoudruz não tem dúvidas que “a IA começa a assumir um papel relevante na forma como as pessoas pesquisam e decidem. O comportamento digital tornou-se mais sofisticado e, por isso, as marcas precisam de adaptar a sua comunicação e presença online a esta nova realidade”.
O estudo refere ainda uma ligeira descida nas atitudes positivas face à Black Friday (73,6%, -4%), acompanhada de um aumento das opiniões negativas (+4%), sobretudo devido à perceção de “falsas promoções”. Ainda assim, o dia continua a ser visto de forma amplamente favorável pela maioria dos consumidores portugueses.
A empresa, que tem escritório em Aveiro, explica que o estudo foi realizado entre os dias 30 de outubro e 4 de novembro, junto de 606 participantes residentes em Portugal, com idades entre 18 e 74 anos, representativos da população nacional.





