O francês Bernard Arnault, 75 anos, era, segundo a lista da Forbes Internacional lançada em março deste ano, o homem mais rico do mundo naquela data, com uma fortuna avaliada em 233 mil milhões de dólares (cerca de 218 mil milhões de euros). Porém, segundo a avaliação atualizada ao dia pela revista internacional, Elon Musk já terá ultrapassado o bilionário europeu em alguns milhões de euros, posicionando-o para o segundo lugar do pódio.
A riqueza de Bernard Arnault advém essencialmente do gigante mundial do luxo, o grupo LVMH, império que detém 75 marcas de moda e cosmética, entre as quais se inclui a Louis Vuitton, a Hermes, a Moet Chandon e a Sephora. Agora, veio a público a informação de que o empresário terá feito um investimento pessoal ao adquirir uma parcela minoritária, não divulgada, na sua concorrente Richemont, dona da Cartier. A Richemont, de origem suíça, fundada em 1988 pelo sul africano Anton Rupert, entretanto falecido, detém, além da Cartier, várias participações em marcas de luxo como a Baume & Mercier, a Piaget, a Montblanc, a Van Cleef & Arpels.
A LVMH é a terceira empresa mais valiosa da Europa, com um valor de mercado de cerca de 366 mil milhões de euros, e a Richemont tem uma capitalização bolsista de 95,5 mil milhões de euros.
Segundo a notícia difundida pela Bloomberg, esta aquisição levanta especulações sobre quais seriam as verdadeiras intenções do bilionário neste negócio. Jonhann Rupert, presidente e acionista da Richemont, criou uma estratégia de defesa contra possíveis aquisições, que apesar de deter apenas 10,2% da empresa tem 51% dos direitos de voto, e afirmou diversas vezes que quer manter o grupo independente. Uma possível aquisição do grupo Richemont levantaria, na certa, questões de concorrência, pois teria um domínio mundial no negócio do luxo.
Fonte não identificada referiu à agência noticiosa que Bernard Arnault pretende manter as ações na dona da Cartier apenas como um investimento. A LVMH é a terceira empresa mais valiosa da Europa, com um valor de mercado de cerca de 366 mil milhões de euros, e a Richemont tem uma capitalização bolsista de 95,5 mil milhões de euros.
O princípio do império LVMH
O pai de Bernard Arnault, nascido no norte de França, fez uma pequena fortuna na área da construção. Em 1984, Bernard Arnaud investiu 15 milhões de dólares (cerca de 14 milhões de euros) a comprar a Christian Dior, que ainda hoje mantêm no seu império.
Pai de cinco filhos, que já trabalham no grupo, decidiu, em julho de 2022 reorganizar a sua holding, a Agache, para atribuir aos filhos parcelas iguais no negócio. A holding controla o grupo LVMH, que surgiu da união do grupo Louis Vuitton e o Moet Henessy, e consolida hoje 75 marcas de luxo. Além da Christian Dior, detém ainda a Givenchy, a Dom Pérignon, a Tag Heur, a Veuve Clicquot, a Loewe, a Fendi, a Bulgari, e muitas outras.
Bernard Arnault é visto como um empreendedor muito competitivo e ao mesmo tempo visionário, que deu um novo alento à indústria da alta-costura francesa.
Em 2021, a empresa adquiriu a americana Tiffanny and Co., por 15,8 mil milhões de dólares (cerca de 14,8 mil milhões de euros), tornando-se a maior aquisição de sempre de uma marca de luxo. A holding Agache detém ainda a Aglaé Ventures, que tem investimentos em empresas como a Netflix e a ByteDance, empresa concorrente do TikTok. A última aquisição do grupo do francês foi a Chez L’ Ami Louis, restaurante da moda no centro de Paris, muito requisitado por estrelas do mundo inteiro.
Bernard Arnault é visto como um empreendedor muito competitivo e ao mesmo tempo visionário, que deu um novo alento à indústria da alta-costura francesa e devolveu prestígio a inúmeras marcas que estavam a começar a entrar em declínio.