A BIAL, farmacêutica portuguesa sedeada na Trofa, fechou um acordo de licenciamento exclusivo com a empresa norte-americana Sunovion, através do qual, irá comercializar na Europa um medicamento para tratar a doença de Parkinson.
De acordo com o comunicado a que a FORBES teve acesso, “a Sunovion receberá um pagamento inicial pela concessão da licença, decorrendo futuros pagamentos na sequência do processo de aprovação e comercialização deste medicamento”. Nos termos do contrato, a farmacêutica norte-americana irá fornecer “a apomorfina sublingual à Bial em todas as dosagens existentes”.
A empresa portuguesa liderada por António Portela, fica responsável pelo processo de aprovação do medicamento junto das autoridades na Europa. Deve ainda “apresentar um pedido europeu de Autorização de Introdução no Mercado para o filme sublingual de apomorfina até ao final de 2021”.
O referido fármaco já foi aprovado nos Estados Unidos e no Canadá com a marca Kynmobi, sendo que, a Sunovion mantém os direitos de comercialização na América do Norte e nas outras regiões do mundo fora da Europa, incluindo o Reino Unido.
Citado no comunicado, o presidente executivo da BIAL, António Portela, realça que “estamos muito satisfeitos com este acordo e por sermos o parceiro de eleição da Sunovion na Europa. A Bial tem um compromisso contínuo com os doentes de Parkinson”. António Portela sublinha que esta parceria “reflete esse compromisso com a comunidade de Parkinson e é também um passo importante na nossa estratégia de desenvolvimento e de expansão na Europa”.
Por seu turno, o presidente e CEO da Sunovion, Antony Loebel, refere que “o filme sublingual de apomorfina oferece aos profissionais de saúde e aos pacientes uma nova opção de tratamento”. E deixa a expetativa de “trabalhar com a BIAL para ajudar a expandir o acesso a esta importante opção de tratamento para pessoas com doença de Parkinson em toda a Europa”.
A doença de Parkinson é uma patologia neurodegenerativa, crónica e progressiva, caracterizada por uma forte redução do neurotransmissor dopamina, provocada pela degeneração de determinados neurónios no cérebro. Os denominados episódios OFF são caracterizados pelo ressurgimento ou o agravamento dos sintomas da doença de Parkinson.
A farmacêutica portuguesa prevê que até 2030 haja dez milhões de pessoas em todo o mundo com Parkinson. No mesmo comunicado pode ler-se que esta é a segunda doença neurodegenerativa mais comum depois da doença de Alzheimer, e a sua prevalência está a aumentar à medida que a população mundial envelhece.