O Banco Central Europeu (BCE) prepara-se para enviar uma carta ao Governo italiano a reclamar do imposto sobre os lucros extraordinários da banca, anunciado inesperadamente, noticiou hoje a agência Bloomberg, citando o jornal Corriere della Sera. Segundo o jornal, o BCE, que não terá sido informado dos planos do Governo liderado por Giorgia Meloni, vai manifestar as suas dúvidas sobre a medida.
Como o BCE não tem poderes para interferir na política interna dos países, a carta pode levar a protestos de Roma, que nos últimos tempos tem criticado a instituição liderada por Christine Lagarde pelas sucessivas subidas das taxas de juro, de acordo com a notícia da Bloomberg.
A Itália tenciona aplicar um imposto aos “lucros excessivos” dos bancos, para compensar o custo para as famílias e as empresas da subida das taxas de juro, anunciou no dia 7 de agosto o vice-primeiro-ministro italiano, Matteo Salvini.
Salvini diz que aumento dos juros prejudicou clientes
O aumento das taxas, que fez aumentar significativamente os lucros dos bancos, prejudicou os clientes, que estão a suportar todo o peso da subida das suas taxas de juro, afirmou Salvini, no final de uma reunião do Conselho de Ministros.
Os bancos italianos, tal como os seus concorrentes europeus, viram as suas receitas líquidas de juros aumentar na sequência da subida das taxas de juro na zona euro, sem, no entanto, aumentarem os juros pagos nas contas dos clientes.
O aumento das taxas, que fez aumentar significativamente os lucros dos bancos, prejudicou os clientes, que estão a suportar todo o peso da subida das suas taxas de juro, afirmou Matteo Salvini.
Depois de a medida ter sido anunciada, as ações dos bancos registaram quedas acentuadas e dois dias depois, o Ministério da Economia e Finanças de Itália esclareceu que a nova taxa sobre os bancos “prevê um limite máximo para a contribuição que não pode exceder 0,1% do total dos ativos”, um nível substancialmente inferior ao inicialmente estimado.
Lusa